DÚVIDAS

Coesão por contiguidade: «vida doméstica» e «costurar, bordar e fiar»
Na sequência de frases: «Inês detesta a vida doméstica. Costurar, bordar e fiar são tarefas que a deixam insatisfeita e revoltada.» o processo de referenciação anafórica assegurado pela expressão «costurar, bordar e fiar» é anáfora por substituição de holónimo por merónimo, ou anáfora por substituição de hiperónimo por hipónimo? «Vida doméstica» é holónimo ou hiperónimo?
A sintaxe e o significado do adjetivo restrito
[...] Na seguinte frase usa-se a preposição para em vez de a: «Com a democratização do ensino, a escola deixou de ser um espaço restrito para classes mais baixas.» O que significa esta frase? Que antes a escola era para as classes mais altas? Ou para as classes mais baixas? Pelo conhecimento do mundo, sabemos qual a resposta, mas não sei se o uso de «restringido para» traduz essa ideia. A ideia transmitida seria a mesma se se usasse a preposição a («restringido a»)? «Com a democratização do ensino, a escola deixou de ser um espaço restrito a classes mais baixas.» Muito obrigada pelos esclarecimentos e pelo vosso magnífico trabalho!
Explicitude e implicitude
Durante o meu estudo (de Matemática), ao transcrever as minhas palavras para o papel, parece que criei duas novas palavras, "explicidade" e "implicidade" (de algo). O tópico era explicitar o modo como uma equação pode ser explícita ou implícita, concretamente se num membro da equação possuir as variáveis, por exemplo x+y=1 é uma equação implícita; por outro lado, se um membro possuir uma incógnita isolada, w=k+1, assim já é uma equação explícita [...]. Como é que eu escrevo «a maneira ou modo que um determinado assunto é explicito/implicito»? Obrigado.
Réplica discordante a «jamais morrerão»
Sou escritor, verto livros de árabe para português, e às vezes me deparo com situações, como, por exemplo: «eles supõem erroneamente que jamais morrerão!» A minha questão é como posso discordar? Será que digo: «Sim! Por Deus que vós morrereis»? Ou: «Pois não! Por Deus que vós morrereis»? E quando posso usar: «pois não!»; «pois sim!»; «claro!»; «sim!»? Agradeço o que o Ciberdúvidas tem feito para a melhoria do nosso português.
Se + indicativo
Ensino o Português a Estrangeiros e muitos alunos estão a aprender o conjuntivo. Em todas as gramáticas para este fim, a conjunção se é seguida por um futuro do conjuntivo em situações como a seguinte: «Se não houver ajuda, é/será tudo mais difícil.» No entanto, ouço repetidamente na televisão o uso do presente do indicativo em situações deste género. Ex: «Se não há coordenação, há de facto mais problemas.» Estas duas frases estão corretas? Como interpretar isto? Agradeço antecipadamente a vossa resposta à minha dúvida. Muito obrigada pelo vosso trabalho. Recorro frequentemente à vossa página para esclarecer as minhas dúvidas.
Valor condicional de uma construção copulativa
Examine-se o seguinte excerto: «Usei a esperteza para defender o meu leito conjugal. Conheço umas palavras que valem por uma senha. É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade...» Quanto ao período «É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade», supondo-se que seja composto por subordinação, como classificar as orações? Qual delas é a principal? Se se considerar a primeira como condicional equivalendo a «se eu disser essas palavras», a principal seria a outra. Mas também se pode tomar a primeira como principal, classificando-se a segunda como subordinada consecutiva, já que se pode perceber ideia de consequência nessa oração. Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa