DÚVIDAS

A expressão «doença social»
Na sequência de frases «O racismo é um problema social que afeta a saúde mental e física das pessoas. Ele pode ser considerado uma doença social porque causa exclusão, desigualdade, violência e sofrimento», a expressão «doença social» é sempre interpretada como uma metáfora? Gostaria de entender se, do ponto de vista linguístico, há alguma possibilidade de essa frase ser interpretada literalmente ou se a metáfora é inevitável, mesmo considerando o contexto explicativo sobre os impactos do racismo. Agradeço a ajuda!
A expressão «etimologia obscura»
Apresento aqui uma resposta à pergunta sobre curibeca. Em Angola, e ainda no período colonial, esta palavra designava a maçonaria. Já naquela altura se grafava kuribeka, e realço a letra k. Claro que oficialmente não existia a letra k, mas como a palavra tem origem banta não era estranho. O mesmo se passava com jinguba («amendoim»), com origem no idioma kimbundu e que, pelas regras portuguesas se escreve ginguba.Qual a língua nacional angolana que deu origem ao nome eu não tenho a certeza. Tanto pode ser o umbundu como o kimbundu. Eu sou do sudoeste de Angola onde o umbundu tem alguma influência. Sendo assim é possível a sua origem no umbundu? Agora, e com toda a certeza, estamos perante uma palavra de origem banta e não de origem incerta, duvidosa ou obscura. Os etimologistas devem confessar a sua ignorância quando não sabem. Este tipo de atitude soa, um tanto a racismo etimológico. Obrigado!
Capacitismo, deterrência e especialismo
O site Origem da Palavra determina que os termos capacitismo, deterrência e especialismo não pertencem ao vocabulário ortográfico do idioma português, e eu quero saber se vocês (do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa) conseguem classificar essas três palavras como neologismos, estrangeirismos ou outra categoria do gênero. Por favor, muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Adjuntos adnominais e vírgulas
Na frase «A sentença proferida pelo juiz relativa à ação de divórcio foi anulada», deveria haver vírgulas isolando o sintagma «relativa à ação de divórcio»? Como se classifica «relativa à ação de divórcio» sintaticamente? Sei que «à ação de divórcio» é um complemento nominal do adjetivo relativa, mas e o sintagma inteiro? Trata-se de um adjunto adnominal? Pergunto isso porque me parece que há uma mudança de sentido causada pela presença das vírgulas, da seguinte maneira: «A sentença proferida pelo juiz, relativa à ação de divórcio, foi anulada.» = «A sentença proferida pelo juiz, [que é] relativa à ação de divórcio, foi anulada.» = Fala-se de apenas uma sentença específica, e o sintagma «relativa à ação de divórcio» explica essa sentença. «A sentença proferida pelo juiz relativa à ação de divórcio foi anulada.» = «A sentença proferida pelo juiz [que é] relativa à ação de divórcio foi anulada.» = Há diferentes sentenças, e a que foi anulada é a relativa à ação de divórcio. O sintagma tem sentido restritivo. Não se se isso procede, mas, caso sim, como «relativa à ação de divórcio» poderia estar entre vírgulas se se trata de um adjunto? Agradeço desde já.
Mostrar e demonstrar
Questiono-me quanto à diferença efetiva entre mostrar e demonstrar? Por exemplo, o verbo demonstrar na frase «O Cavaleiro demonstra-se resiliente», o verbo demonstrar não me parece aceitável, por não poder ser reflexivo. Logo, a forma correta seria «O Cavaleiro mostra-se resiliente». No entanto, na frase «O Cavaleiro demonstra resiliência», o verbo já me parece aceitável. Por outro lado, os dicionários apresentam definições que apontam para ambos serem sinónimos um do outro. Assim sendo, como posso explicar de forma coerente e clara a diferença entre os dois verbos? Muito grata
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa