DÚVIDAS

A regência de importar-se
Pelo que tenho visto, a regência do verbo importar-se é diferente no português do Brasil e no português de Portugal. Em Portugal, o verbo deve ser sucedido da preposição de antes de indicar o verbo que o complementa, certo? Exemplo: «Ele não se importa de ir à estação de comboios.» Mas e quando não há sucessão de verbo? Por exemplo: «ele não se importa da menina». Não seria correto trocar o de pelo «com a»? Ex.: «ele não se importa com a menina».
Os adjetivos choroso, lagrimoso/lacrimoso, plangente
Queria perguntar sobre três adjetivos relacionados com o choro: choroso, lagrimoso (lacrimoso), plangente. Como compreendi a partir das definições dos dicionários, estes adjetivos podem ser considerados como sinónimos. Contudo, parece que existe uma diferença estilística entre eles. Choroso parece ser uma palavra neutra, enquanto lagrimoso (lacrimoso) e plangente parecem ser palavras cultas, pertencentes à literatura. Será assim mesmo? Também encontrei os exemplos em que todos os adjetivos mencionados se usam com a palavra voz: «voz chorosa»; «voz lagrimosa»; «voz plangente». Digam, por favor, se estas três combinações de palavras têm o sentido diferente. Se sim, quais são as diferenças? Desde já agradeço.
A colocação do pronome em «bons olhos o vejam»
As minhas saudações a toda a equipe do Ciberdúvidas. Gramáticas há que sugerem a formação proclítica de orações optativas «Bons olhos o vejam», «Bons ventos o levem», em vez de “Bons olhos vejam-no” e “Bons ventos levem-no”. Se eu entendi bem, poderia levantar a hipótese que orações desse tipo deriva de construção oracional do tipo «Eu desejo (que) …»? Contudo, se se mudasse a ordem da oração, prevaleceria o fator de próclise “O vejam bons olhos” e “O levem bons ventos” ou mudaria para o fator de ênclise “Vejam-no bons olhos” e “Levem-no bons ventos”? Porque, segundo gramáticas normativas, orações não podem iniciar por pronome oblíquos átonos. Acredito também que, se mantivesse a conjunção que, ficaria em próclise «Que os vejam bons olhos» e «Que os levem bons ventos», não é? Orações optativas e orações absolutas são a mesma coisa? Então, que tendes a dizer-me de tudo isso? Obrigado antecipadamente a toda a equipe por vir sanando muitas dúvidas do nosso idioma ao longo dos anos.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa