Não há registo do nome próprio ou do apelido Estulano no Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (2003), de José Pedro Machado, nem em outras obras específicas sobre a origem dos antropónimos e dos topónimos portugueses (Manuel Sousa, As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas, Lisboa, Correio da Manhâ; J. Leite de Vasconcelos, Antroponímia Portuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1928).
Na pesquisa realizada, procurámos nomes semelhantes com outra grafia, tendo em conta as variações ortográficas ao longo dos tempos. Estolão foi o antropónimo mais próximo do que o que nos apresentou, sobre o qual há a seguinte referência: «do latim Stolōne-, apelido na gens Licínia», com a indicação de que este nome se encontra atestado no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves. De facto, neste vocabulário, Estolão encontra-se registado como «antropónimo masculino» (p. 426), o que é corroborado pelo recente Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (2009), da Porto Editora.
É de referir que Estulano não se encontra registado em nenhum dos vocabulários ortográficos da língua portuguesa nem nos mais antigos (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, 1940; Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves, 1966), nem nos mais recentes, fruto do novo Acordo Ortográfico (Vocabulário Ortográfico do Português, da responsabilidade do ILTEC; Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2009; Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, 2009).
Sem a sua atestação nas obras de referência, torna-se inviável podermos investigar sobre a sua origem, razão pela qual não nos é possível elucidar, com rigor, o consulente.
De qualquer modo, não queremos deixar de mencionar que, a partir de pesquisa na Internet, há notícia de um militar liberal (do séc. XIX) cujo nome próprio (e não apelido) era Estulano — Estulano Inácio Parreira — natural dos Açores, mais especificamente de Angra do Heroísmo, cidade onde exerceu o cargo de governador civil. Este político português, de nome bastante invulgar, surge nas listas dos naturais de Angra de Heroísmo, dos militares dos Açores e do Governo Civil de Angra do Heroísmo.
Através do recurso à Internet, apercebemo-nos de que há o nome próprio e o apelido Estulano em cidadãos, empresas, entidades e topónimos portugueses (Estulano, António José; Estulano – Cortiças e Lenhas, Unipessoal, Lda.; Estulano Filho Construções) e brasileiros (Rua Estulano Pereira da Cruz; Ismar Estulano Garcia).
Perante estes dados, é realmente factor de estranheza o vazio sobre tal nome.