Tem sido controversa a classificação, quanto ao número de sílabas, das palavras que terminam nas sequências vocálicas postónicas: -ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo (ex.: sêmea, áureo, Islândia, espécie, exímio, mágoa, míngua, vácuo).
Porque essas sequências são ditongos (crescentes), há quem defenda que constituem uma só sílaba, e que nestes casos as respectivas palavras devem considerar-se paroxítonas (graves). As normas presentemente em vigor em Portugal, designando estas sequências como ditongos, exigem a acentuação das palavras. Repare que, se não fossem acentuadas, o ditongo tenderia a desviar o acento tónico, como se observa, por exemplo, em água: agua ¦agúa¦ (de aguar).
No entanto, porque as sequências se podem soletrar separadamente (ex.: á-gu-a), fica a dúvida se as palavras não serão proparoxítonas (esdrúxulas). O novo acordo inclui a acentuação destas palavras no grupo das proparoxítonas e designa-as por proparoxítonas aparentes. Também é esta a designação que adopto.
Cf. Qual é a origem da palavra «água»? + Viagem pelos nomes da água
Ao seu dispor.