A capacidade de adequar o discurso às situações concretas representa uma das características essenciais da competência comunicativa de qualquer falante, e daí resultam os conceitos de linguagem formal e linguagem informal.
Na linguagem formal, o registo normalmente utilizado é o registo cuidado, em que são exemplos de situações formais as que estão associadas à realização de conferências, de discursos políticos, etc. Trata-se de uma linguagem que pode caracterizar-se pelo rigor sintático, pela riqueza do vocabulário de tipo erudito e pelo uso de formas de tratamento adequadas ao contexto.
A linguagem informal, pelo contrário, é aquela que os falantes usam entre amigos e familiares, em que a preocupação com a correção linguística é menor e o vocabulário utilizado é simples, incluindo frequentemente palavras e expressões familiares, bem como o calão.
O Dicionário Terminológico (DT), que consagra como termos equivalentes as expressões registo formal e registo informal, define o contraste entre os conceitos correspondentes como a «[d]imensão da variação da língua, determinada pela situação de interlocução: diferentes tipos de contexto situacional requerem diferentes tipos de ativação linguística relativos ao léxico, à sintaxe, à fonologia e à prosódia, passando pela gestão da pressuposição, de implicaturas, dos atos ilocutórios indiretos, das formas de tratamento, da modalização, dos princípios conversacionais, etc.» O DT acrescenta ainda: «As escolhas linguísticas efetuadas são determinadas pelo tipo de relação social e institucional existente entre interlocutores (matizadas por diferentes fatores: grau de instrução, idade, sexo, entre outros). É o “a quem se vai dizer” que condiciona o “o quê/como se vai dizer”.»
N.E. – Sobre este tema, veja-se a seguinte explicação no sítio Figura de Línguagem, da responsabilidade do professor brasileiro Diego Nava: