DÚVIDAS

Melhor («o/a melhor… que conheci»)

Numa conversa em família, a determinada altura, a minha filha disse a seguinte frase: «O meu avô foi o homem mais bom que conheci.» O facto de na construção da frase ter incluído "mais bom" originou uma "correcção" de alguns dos presentes. Atendendo a que nessa conversa se recordava a pessoa (o avô) como sendo uma pessoa boa (bondosa, amiga, carinhosa, etc.), contrariamente ao manifestado por alguns dos presentes, penso que a frase está correcta. No entanto, face à grande convicção que mostraram, até me causaram dúvidas. Serei eu que estou enganado?

Resposta

Na linguagem infantil, compreende-se que se diga "mais bom", mas na norma portuguesa é melhor que se deve empregar. No entanto, o comparativo de bom – isto é: melhor – tem a particularidade de ser usado habitualmente a preceder o nome: «o melhor homem» = «o homem mais bondoso». Deste modo, é estranha uma frase como «O meu avô foi o homem melhor que conheci», sendo preferível «O meu avô foi o melhor homem que conheci». O mesmo se passa com pior: «Este é o pior homem que conheci.»

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