Ao contrário dos compostos de elementos com prefixos de origem latina ou grega, com regras estabelecidas desde reforma ortográfica de 1945 e no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra Atlântida, 1947), o mesmo não acontece para o uso ou não do hífen em compostos ligados por prefixos mais recentes, como é caso vertente, os também chamados de pseudoprefixos 1 [ver Maxi, bi, midi, mini, multi, poli].
Por exemplo, o Dicionário Houaiss diz que o antepositivo mini- se liga sem hífen ao elemento que se lhe segue (minibiblioteca, minijardim, minicurso, miniconcurso, minifúndio), dobrando o r e o s nos casos em que estes ocorrerem (minirreactor, minissaia). Mas se o Houaisss regista sem hífen a palavra miniautocarro, no Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa a mesma palavra vem já com hífen (mini-autocarro).
O mesmo acontece na recentíssima Gramática da Língua Portuguesa, de Álvaro Garcia Fernandes (Caixotim Edições, Lisboa, Out. 2005), que dá ainda com hífen a palavra mini-submarino.
E não será igualmente obrigatório o uso do hífen antes de h (p. ex., mini-hipotermia, mini-horda e mini-hospital)? Assim sendo, a forma correcta é minicurso.
1Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra (in Nova Gramática do Português Contemporâneo, Edições João Sá da Costa, Lisboa, 1984), pseudoprefixos são os radicais gregos ou latinos que se apoderaram do sentido global dos vocábulos que ajudaram a formar [casos de autodidacta, autódromo, electrodinâmica, electroterapia, minimercado, etc.].