Relativamente às palavras que indica, embora nenhuma delas esteja dicionarizada, o grau de aceitação é, para mim, diferente.
Aceito sem reservas parceriado, pois a sua construção obedece às regras de formação de palavras da língua portuguesa e o seu sentido é claro. Com efeito, o sufixo -dado, para além de permitir a construção de particípios passados, permite ainda a construção de nomes a partir de outros nomes veiculando o sentido de dignidade, função, ou colectivo: patriarca > patriarcado; arcebispo > arcebispado; parceiro (ou parceria) > parceriado; eleitor > eleitorado; palavra > palavreado.
Quanto a “practibilizante”, a palavra não tem nenhuma outra a que possa ser associada. A única palavra do português, dicionarizada, em que entra o radical pract- é practor, que designa um magistrado ateniense, um executor ou actor. Serve esta indicação de alerta para um erro ortográfico muito (demasiado?) comum que consiste no acréscimo de um -c- antes do -t- da palavra prática e de outras da mesma raiz.
Assumindo que a palavra possa ser “pratibilizante”, ela continua a ser totalmente obscura para mim e, por isso, não a aceito com facilidade, nem, descontextualizada, consigo ajuizar da sua pertinência. É certo que existe o sufixo -ante, veiculando o sentido de «aquele, ou aquilo que», presente em palavras como tranquilizante e tranquilizar. Mas como explicar a palavra em apreço a partir destes elementos? Será “praticabilizante”? Se for, podemos associá-la a praticabilidade e nesse caso estaremos perante uma palavra bem formada, significando algo próximo de «aquilo que é praticável», ou «que facilita a prática». Devo dizer que não descortino um contexto em que este neologismo – e estou a falar de “praticabilizante” – faça falta na língua portuguesa, pelo que tenho algumas reservas em o aceitar.