Gostaria de dizer, antes de mais, que, do meu ponto de vista, há muito trabalho a fazer, no âmbito da nova terminologia. A sua divulgação a todos os falantes seria uma boa forma de a enraizar, pois todos nós, de uma forma ou de outra, nos sentimos donos da nossa língua e todos encaramos com receio, ou apreensão, as alterações a que está sujeita, provenham elas da evolução normal de uma língua viva, ou de uma alteração regulamentar, como é o caso da nova terminologia (TLEBS).
Esse sentimento de receio, ou apreensão, não deveria ser desvalorizado. Deveria, antes, ser prevenido da única forma possível: a informação. Simples. Acessível. Descomprometida.
As razões que conduziram à suspensão da TLEBS no ensino básico são de ordem prática: os programas em vigor, bem como os manuais disponíveis – incluindo embora muitos termos que não existiam na Nomenclatura Gramatical de 1967 – mantêm a nomenclatura anterior. No entanto, e no que diz respeito ao 1.º ciclo, a nova terminologia não traz muitos termos novos. Uma das inovações que é a expressão «grupo nominal» em vez de «sintagma nominal» é, mesmo, uma das mais utilizadas há já algum tempo nos manuais de Língua Portuguesa. Outra é a opção pelo termo nome em detrimento de substantivo. Ora nos programas ainda em vigor já não se fala de substantivos e sim de nomes. A flexão, que é um dos aspectos a explorar mais no 1.º ciclo, mantém as mesmas designações: número: singular, plural; género: masculino, feminino; grau… tempo verbal… etc.
Na verdade, a nova terminologia foi entrando, em muitos aspectos, à revelia da legislação. Isso não significa que não haja termos novos e, mesmo, conceitos novos. Mas não creio que esses conceitos novos sejam introduzidos no 1.º ciclo. Nas classes de palavras, a única mudança é o termo nome, que, como já vimos, entrou há muito nas salas de aula.