Soneto da fidelidade
A propósito da resposta de Maria Regina Rocha ao consulente Pedro Nunes, em 20/4/2001, gostaria que fosse analisado o sentido da conjunção "posto que" da última estrofe: "Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure." Dois problemas vejo nessa conjunção. Primeiro: em sendo concessiva, parece-me que causa um paradoxo com o que é dito na oração principal ("que não seja imortal", apesar de ser chama). Ora, daí se entenderia que a "chama" (do amor, ou qualquer outra chama) seria imortal? Mas uma das inerências da chama não é a possibilidade de apagar-se!? O segundo problema é o uso do verbo no presente do indicativo. Não soa bem, mas salva a métrica desse lindíssimo soneto.
Obrigado.
