DÚVIDAS

Sobre o verbo “ociar”
Num livro que lia, encontrei o verbo "ociar". Fácil de compreender o seu respectivo significado, principalmente para quem conhece as palavras; ócio s.m., ocioso (ô) ociosa (ó) ociosos (ó) ociosas (ó), ociosidade s.f., ociosamente . (Do verbo lat. , otiāri) = Repousar Além de eu ter uma pequeníssima memória da sua existência nos meus tempos idos, a dúvida foi mais forte e pensei que fosse um neologismo.  Pesquisando na net, encontrei-a no espanhol (ociar) e no italiano (oziare), nada no português ou galego. Pesquisando em dicionários do século XIX, encontrei o verbo ociar. Como já tivemos este verbo, não é um neologismo, mas um arcaísmo, mas, como parece que o verbo está a ser reintegrado no nosso dia a dia, poder-se-á dizer que é um paleologismo? Neologismo = é o emprego de uma nova unidade lexical. Arcaísmo = emprega de modo passivo uma palavra que já não pertence ao âmbito lexicográfico. Paleologismo = é o reemprego de uma palavra que já existiu na língua, entrou em desuso e foi reincorporada.  Além de que a palavra "paleologismo" parece ser um neologismo, porque não a consegui encontrar nos dicionários portugueses mais famosos. Parece que temos que dar graças ao google.  Obrigado. 
O verbo sentir na conjugação pronominal reflexa
Na frase em português «eu me sinto bem», o verbo é reflexivo, mas no inglês a frase fica assim: I feel good. A lógica no português é que neste caso a pessoa é praticante e vítima da ação ao mesmo tempo, mas no inglês não. Falando de uma maneira não gramatical, por que no português o verbo é reflexivo, e no inglês não? Por que existe a diferença na forma de pensar na ação (sentir) nessas duas línguas? A lógica não deveria ser a mesma?
Sobre o nome e grafia da letra qui (alfabeto grego)
Relativamente ao estranho quiasmo de um consulente lisboeta, em 23/11, na consulta Quiasmo e anástrofe, respondida por Pedro Mateus, gostaria de comentar e ao mesmo tempo perguntar sobre a pronúncia da letra grega χ, ali transliterada foneticamente para "qui". Assim já a encontrei em diversos registros, mas acredito que assim se imagina, em português, por não termos em nossa língua o som aspirado do "h" em inglês, do "j" em espanhol ou de outros em outras línguas que não me vêm à memória, neste momento. Pediria um esclarecimento, não sem antes dizer ao consulente lisboeta que existem, aqui no Brasil, uns versinhos sobre o tipo, o ambiente e a condição de quem escreve poesias nesse inusitado local: «Triste sorte, triste sina, ser poeta, de latrina» Obrigado, e desculpem o tom jocoso no final; minha consulta, no entanto, é séria.
A diferença entre composto e substância
Minha dúvida é: qual a diferença entre composto e substância? Embora em livros de química seja possível encontrar definições para estas palavras, vale destacar que a maioria desses textos didáticos são traduções de textos originalmente escritos em inglês. Sei que a origem das palavras composto e seu suposto equivalente em inglês compound possuem origens semanticamente distintas. A explicação que me deram foi: quando temos uma substância pura, deve-se dizer, p. ex, «isolou-se a substância»; quando tratar-se de misturas de duas ou mais substâncias, deve-se dizer «isolou-se os compostos». Já em textos de química a diferenciação é feita considerando-se os átomos que compõem uma molécula em particular da "substância". Caso seja composta de um único átomo, seria uma «substância simples»; caso seja composta de dois ou mais diferentes átomos, já seria uma «substância composta» ou simplesmente dizendo um «composto». Isso seria verdade se a tradução literal de compound fosse composto em português. Porém, disseram-me que as duas palavras possuem origens distintas, e, portanto, não podem ser interpretadas literalmente. Enfim, vocês poderiam, por gentileza, esclarecer a minha dúvida sobre a origem semântica de substância e composto em português, quebrando o paradigma criado pela interpretação errônea da palavra compound. Muito obrigado.
O género do nome da empresa PokerStars
Devido a motivos de tradução de material inglês para português, deparo-me com o problema da definição do género no nome da empresa para o qual trabalho: PokerStars. Tal como me foi ensinado na universidade, as palavras estrangeiras, ainda não assimiladas pelo vocabulário português, são, por convenção, masculinas. No entanto, eu e os meus colegas portugueses estamos num impasse no facto do género da palavra PokerStars. Pessoalmente, sigo a convenção do género masculino, mas os meus colegas seguem a ideia de que os nomes de empresas terão de ser femininos (a Microsoft, a TMN, etc.). Gostaria que me tirassem esta dúvida que já me assombra há um tempo...
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