Muy Sr mío.
Permítame expresarme en español, pues en portugués tengo cierta dificultad.
El motivo de mi carta es rogarle me indique como puedo ver y bajar por Internet las nuevas normas ortográficas del portugués.
Deseo también saber cual es la consideración que le ofrecen al gallego, pues bien claro está que el gallego, si no va de la mano de su hermano el portugués, tiene una vida agónica.
Con mis saludos
Manuela Ferreira Leite disse "intervimos" [em vez de interviemos] no Portugal em Crise, a ministra da Educação disse "nivel" em vez de nível, e Mário Crespo disse "desfolhar" em vez de folhear. Assim não dá. Vou suicidar-me!
Certamente que muita gente antes de mim já deve ter feito eco, neste espaço Ciberdúvidas, das mais inverosímeis barbaridades que presentemente se verificam contra a Língua Portuguesa, nos textos que acompanham muitos bens de consumo de origem asiática (vulgo «lojas dos chineses»).
Como português que frequentou o ensino do Estado Novo, fico revoltado pela passividade das autoridades (?) em permitirem que o público esteja em contacto com tantos escritos aberrantes e absolutamente impossíveis de compreender, tais são as infracções verificadas.
Será que não há ninguém, em Portugal, que tenha mão neste crime?
Miguel Torga, no seu Diário (25 de Novembro de 1979), reconhece desalentado: «... chego à triste conclusão: de tudo o que fomos, restam-nos apenas a paisagem e a língua.»
Se ele cá voltasse, vinte e nove anos depois deste escrito, diria apavorado, como nós, que até a paisagem e a língua estão por um fio.
Para que conste, aqui deixamos o nosso vivo protesto.
[Sobre o comentário em Lusofonias, "O nepotismo, o emprego e o `Estadão´", por Francisco Seixas da Costa], gostaria de fazer a defesa do nosso bom escrivão Caminha (que outro país teve a sorte de nascer com uma certidão de nascimento redigida com tanta riqueza de definição?) no que respeita à acusação de nepotismo. Vejo de forma bastante natural o pedido que faz:
«E pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo levo, como em outra qualquer cousa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser muito bem servida, a ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório meu genro – o que d’Ela receberei com muita mercê.»
Ora, não pede Caminha emprego para seu genro, mas apenas transferência para a Corte de um funcionário (ou militar, não sei) que estava em Ultramar. O pobre escrivão, por certo, não suportava mais o choro da filha sem marido...
Gostaria de saber se há algum livro onde constem os nomes atribuídos aos habitantes de cada cidade (Porto — portuenses)... pois a língua portuguesa é recheada de pequenas excepções que podem conduzir a erros graves.
Grata pela atenção dispensada.
Gostava de saber onde é que posso pesquisar textos ou itens onde haja palavras ou expressões em língua portuguesa. Vou trabalhar numa agência de viagens e queria ter mais conhecimentos deste campo de trabalho.
A [minha] questão está relacionada com a questão da rotulagem e etiquetagem das embalagens. Há vários produtos que apesar de terem alguma informação em português não possuem um contacto telefónico em português. É obrigatório possuírem esse contacto também em português, ou basta o do país originário (por exemplo se for um produto espanhol)?
Isto porque se o consumidor precisar de reclamar telefonicamente, não vai ligar para Espanha. Devia ou deve (não sei) haver obrigatoriamente um contacto em português. E se for o caso, esse contacto tem de ser telefone ou pode ser um endereço de correio electrónico ou uma morada?
Ou tem de ser todos?
Leio num correio que comenta uma opinião de Carlos Reis: «Se a variante brasileira tem vantagens nas vogais, se perde totalmente nas consonantes e na redução da variedade de sons. Depois não usa de artefatos para articular as palavras umas depois das outras. O espanhol, melhor o castelhano, usa e as reflete na escrita (ou = "o" ou "u", e = "y" ou "e", a = "la" ou"el", etc.). O português usa mas não as escreve («a(y)alma», «a agricultura» = "àgricultura", etc.) Estes artefatos podem parecer supérfluos, mas são fundamentais para a agilidade de uma língua...»
Comento: Pode ser que o que diz do português no Brasil seja certo. Não o discuto. Mas o que diz do castelhano é meio certo. Também no castelhano há essas pronúncias "embutidas", por que uma palavra fica ligada à seguinte: «la agricultura» soa «lagricultura», por ex. Tanto que são frequentes, na oralidade popular, segmentações falsas, como: «la moto»> «el amoto», pl. «los amotos» e mesmo diminutivo «los amotitos». E assim «la rádio» > «el arradio»... Sem contar que mesmo em oralidade culta ficam elementos sem serem pronunciados: "Israel" > "Irrael". Enão digamos nas pronúncias andaluzas: «las vacas» > «lafaca», etc., etc. Em todas as línguas dão-se os fenómenos que podem denominar-se sândi ou, em francês, liaison, ligações entre elementos vocálicos ou consonânticos contíguos. O castelhano não escapa deles.
Apenas para comentar o quanto é aflitivo ouvir na televisão profissionais usarem tão mal a língua portuguesa.
Ontem,no Jornal da SIC [canal de televisão português] Clara de Sousa utilizou o verbo intervir, quandoentrevistava Paulo Pedroso, dizendo «ele "interviu"», «tem "intervido".
Fica mal ao canal e à própria jornalista.
Acusam-me os responsáveis do Ciberdúvidas de laborar num equívoco. Como pai e como marido de uma professora de português, comecei há algum tempo a aperceber-me que se produzem textos muito bons sobre como fazer exame e que justificam opções no ensino do português. Vejo que há acções nas escolas que põem os meus filhos a ler como a minha geração nunca leu (e fico feliz por eles não lerem 'A morgadinha dos canaviais' com a idade em que li).
Onde estão esses textos representados no Ciberdúvidas? Procurei as entrevistas a autores desses no arquivo do programa de rádio e não encontrei. Todo o destaque é dado a textos de jornais. Quem não tem acesso aos jornais (quem não faz parte de certos clubes ou lobbies) não se vê representado.
Não tenho competência para fazer o comentário extenso que o texto da Maria Filomena Mónica merece, mas sei que saber ler uma obra não é saber a vida e a obra do seu autor. Também sei que o modelo que a Maria Filomena Mónica está a defender é o modelo em que posso ter 20 no exame sem nunca ter lido a obra, porque possibilita o estudo pela sebenta.
Mas, segundo me dizem, coisas destas já foram ditas por muitos. Mas o Ciberdúvidas só publica o que aparece nos jornais...
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações