Correio - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Salomé Pinho, docente universitária (FPCE – UC) Coimbra, Portugal 1K

Muito grata à consultora Sara Leite pelos esclarecimentos prestados na tradução dos termos ingleses ecphory e posdiction. O vosso sítio na Net já tem sido muito útil para as minhas actividades de docência noutras ocasiões. Espero que este grande projecto que é o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa tenha sempre as condições e os apoios necessários para prosseguir o seu trabalho.

Renovo o meu agradecimento.

Paulo Manuel Sendim Aires Pereira Londrina, Brasil 1K

Vi o seguinte comentário de Carlos Reis:

«Da televisão, sobretudo. Há aspectos do português do Brasil em que leva vantagem sobre nós. Um deles é a articulação: um filme português passado no Brasil precisa de ser legendado e um brasileiro em Portugal não. Tão simples como isto. Porque os portugueses tendem a obscurecer a língua do ponto de vista articulatório, fonológico, de pronúncia. Engolem as palavras. O português do Brasil valoriza mais as vogais, os fonemas vocálicos, o que é uma vantagem para o bom entendimento. Temos de fazer um esforço de recuperar coisas que se perderam e isso só pode ser feito na escola, lendo expressivamente, obrigando a pronunciar bem as palavras todas. Mas a importância do Brasil neste cenário é evidente desde algum tempo. O Brasil apercebeu-se que a língua é um instrumento estratégico muito importante e o seu anúncio de criação de uma universidade para os países da CPLP no Nordeste não é inocente nem destituída de sentido político.»

Só pensa assim quem nunca viveu no Brasil. Eu pensava assim também...

Agora posso afirmar, sem me pesar na consciência algum preconceito mas baseado na experiência pura, que a variante brasileira tem os seus encantos estéticos mas não é eficiente na comunicação.

Trabalho em telemarketing com autócnes para o Brasil, Paraguai, Espanha e Portugal. Vejo as vezes que as pessoas repetem as frases, os números de telefone, os e-mails, etc.

Se a variante brasileira tem vantagens nas vogais, se perde totalmente nas consonantes e na redução da variedade de sons. Depois não usa de artefatos para articular as palavras umas depois das outras. O espanhol, melhor o castelhano, usa e as reflete na escrita (ou = "o" ou "u", e = "y" ou "e", a = "la" ou "el", etc). O português usa mas não as escreve («a(y)alma», «a agricultura» = "àgricultura", etc.) Estes artefatos podem parecer supérfluos mas são fundamentais para a agilidade de uma língua...

Vocês conseguem imaginar que "três (treis)" se confunde com "seis" no Brasil e que por isso eles dizem meia ao comunicar números de telefone, etc. Quando minha mulher, brasileira, me disse isso, eu não queria acreditar que essa era a razão...

Já pensaram que em português brasileiro (paulista melhor dizendo) desceste e disseste se pronuncia quase da mesma maneira? Agora comparem com o português de Portugal: não tem nada a ver uma com a outra. E como este, milhares de exemplos podia dar.

Sou a favor do acordo ortográfico, sou a favor da unicidade do português, mas não deixo de ver com constrangimento como os brasileiros se comunicam mal entre si. Posso afirmar, sem complexos, que os espanhóis e portugueses têm uma eficiência na comunicação muito maior... Tenho a esperança de que a variante brasileira evolua de forma a conservar as vantagens e se libertar das desvantagens, já que é uma variante muito nova e não cristalizada.

Como me custa admitir para mim mesmo que isto é verdade, mas é!

Maria do Carmo Vieira - professora de Português Lisboa - Portugal 1K

Encheu-me a alma de alegria ouvir as palavras de José Saramago em relação à língua Portuguesa e ao seu ensino [no programa Páginas de Português, de domingo, dia 13 de Julho de 2008]. Desde 2001 nesta cruzada, por vezes demasiado só, mas parece que agora se vêem os resultados do descalabro do ensino, na base do facilitismo, do esvaziamento de conteúdos, da subestimação da Literatura, da apologia de teorias pedagógicas que não honram a pedagogia e no esquecimento da gramática, como matéria que condensa as regras para bem falar e escrever.

Parabéns pelo programa.

Francisco Miguel Valada Bruxelas — Bélgica 1K

Começo por endereçar os meus parabéns pelo serviço público que prestam.

Pretendo saber se é do interesse do Ciberdúvidas publicitar uma carta enviada ao director do Público e publicada em 11 de Abril último, como resposta a artigo de Rui Tavares.

Com os melhores cumprimentos e desejando a continuação do excelente trabalho.

«O significado de desacordo

Em artigo do Público de 09/04/2008, Rui Tavares rebate os argumentos de quem suscita uma putativa inconstitucionalidade do Acordo Ortográfico, para além da destruição da ortografia e dos gastos na substituição de obras que este acarreta. Apoda-nos, contestatários do acordo, de instigadores dum “carrossel da confusão, da chantagem emocional e do catastrofismo”. Deixando a inconstitucionalidade aos constitucionalistas e as razões da “destruição” a Vasco Graça Moura, permitam-me contestar os gastos e a tese “Machado de Assis”.

Começando pelos gastos, esse truísmo. É um dado adquirido a passagem dos livros, actualmente expostos nas nossas bibliotecas (públicas e privadas), ao estatuto de antiguidades, não sendo a questão dos gastos despicienda. Um entre muitos, mas crasso e exemplar, é o Dicionário da Academia, encarnado por um dos paladinos do acordo (Malaca Casteleiro), a ter entrada directa na categoria de velharia, menos de dez anos após a sua publicação (...). Mais importante é o horror que Machado de Assis sentiria ao ler “traduit du brésilien”, nas traduções em francês da sua obra.

Acontece que a situação não se altera com o acordo, pois, com a sua desventurada entrada em vigor, manter-se-ão aspectos da dupla grafia, claramente distintivos do português de aquém e de além-Atlântico, sem esquecer especificidades, como os famosos “moleque” e “rapaz” dos dois Harry Potter da APEL. Ou seja, com ou sem acordo, o “traduzido do brasileiro” continuará. Neste aspecto, o acordo não é devir, é imutabilidade. Sem escalonamentos de língua, confira-se, por exemplo, o inglês escrito nos EUA, que nas edições francesas surge como “traduit de l’américain” e nas alemãs “aus dem Amerikanischen übersetzt”.1 A solução para este evidente disparate não está no acordo, mas sim na mudança de mentalidade dos editores responsáveis pelas traduções nos países francófonos e germanófonos.

Francisco Miguel Valada»

1 «Traduit de l’américain» (francês), «aus dem Amerikanischen übersetzt» (alemão) = «traduzido do americano»

Cf. Acordo Ortográfico in Controvérsias.

Miguel R. M. Portugal 2K

No meu blogue publiquei um elogio ao Ciberdúvidas.

José Mariano Marques Lisboa — Portugal 2K

Na edição de 28 de Abril de 2008, o jornal económico OJE publicou no seu interior um suplemento dedicado ao emprego e formação. Nas páginas centrais desse mesmo suplemento havia duas páginas dedicadas a ofertas de emprego em que de todas elas (oito ofertas) apenas uma apresentava o título da promoção da oferta de trabalho em língua portuguesa.

Gostaria de saber o seguinte: se é legal a utilização de estrangeirismos quando existem termos equivalentes em língua portuguesa; se existe algum organismo público para o qual possamos reclamar deste abuso.

José Raimundo Correia de Almeida Santo António dos Cavaleiros, Portugal 1K

A propósito da venda por 100 mil euros da camisola de Figo, que reverteu para uma instituição de solidariedade, diz, em voz "off", o repórter da SIC Notícias, pelas 14h47 de 26 de Maio de 2008, que se trata de um donativo para uma instituição de "beneficiência" e pelas 15h15, na RTP N, diz um repórter do exterior que ninguém "interviu", a propósito de um assalto a uma ourivesaria. Falta-me o resto do dia… Já agora, meter-me na crise na crise do PSD  «é coisa que não fiz, não faço, nem façarei», disse Cavaco Silva na Madeira…

*in "Público" de 30 de Maio de 2008, na rubrica "Cartas ao Director"

Rui Relvas Coimbra, Portugal 1K

O ‘maravilhoso’ Governo [português] que temos, acabou de ter uma ideia genial: pôr os miúdos do 1.º Ciclo do ensino básico a aprenderem Inglês… Na minha modesta opinião, deveria haver a preocupação de os preparar melhor na língua portuguesa, até porque desta língua depende a aprendizagem das línguas estrangeiras.

E seria, também, um óptimo processo e ponto de partida para, no futuro, deixar de ouvir certas ‘gralhas’ na gramática por parte de jornalistas na televisão. Hoje, que o curso de jornalismo é considerado um curso superior, é frequente ouvir nos telejornais, frases sem concordância. Com é vulgar ouvir a pessoas com formação superior frases como «a gente fomos». Afinal, que Português é que estes senhores aprenderam?

Mas temos, igualmente, algumas ‘argoladas’ por parte dos nossos políticos. É frequente ouvir os governantes falarem «da democracia portuguesa». Para que conste, aqui fica o reparo: a democracia não é portuguesa, não é chinesa, não tem nacionalidade. Não é de ninguém. O que nós temos é a democracia em Portugal, como temos a democracia em outro qualquer país. A democracia portuguesa, como se ouve dizer, não é diferente na França, em Inglaterra, etc. Ao contrário do que acontece com os políticos que nos governam...

E o famoso acordo ortográfico é outra coisa que não consigo ‘digerir’. Então, fomos nós que ensinámos a nossa língua aos brasileiros e agora vamos copiá-los? Permito-me repetir uma frase que há tempos ouvi a Luiz Felipe Scolari: «E, então, o burro sou eu»?

* carta publicada no semanário “Sol” de 24 de Maio de 2008

Luís Botelho (professor) Portugal 2K

Tenho duas perguntas (esclareço que não acho que o novo acordo seja hilariante):

1 — Que normas/regras podemos usar para saber se devemos escrever o h de palavras como húmido e hilariante?

2 — Quando é que podemos passar a escrever de acordo com o novo acordo ortográfico?

Aparentemente, as minhas perguntas já foram respondidas, mas eu continuo com dúvidas, as quais passo a explicar melhor.

I — Como poder raciocinar para decidir se o h mudo se deve ou não escrever?
Eu li um pequeno livro sobre o acordo que diz que é o critério fonético e não o etimológico que prevalece para estabelecer a grafia das palavras no novo acordo. Sendo prevalecente o critério fonético, por que razão tem duas grafias a palavra húmido/úmido e não têm duas grafias outras palavras como hilariante e hoje? Na minha maneira de falar, o h não se pronuncia em nenhuma destas palavras.

Li numa das vossa respostas que as palavras hoje e hilariante se escrevem com h por razões etimológicas, mas se há os dois tipos de razão (etimológicas e fonéticas), quais prevalecem? As pessoas que escrevem erva sem h não estão a fazer nenhum erro. Será que não há/haverá nenhuma regra que se possa aplicar? Será que tenho apenas de decorar a grafia de todas as palavras?

II — Quando é que podemos passar a escrever de acordo com o novo acordo ortográfico?

Li numa das vossas respostas que o acordo ainda não está em vigor e que, por isso, não se deve começar já a escrever de acordo com ele.

No entanto, num livro que li sobre o acordo e ainda segundo uma entrevista que ouvi na rádio com um dos autores desse livro, concluí que o acordo estaria já em vigor (embora num período de transição de 6 anos). As minhas razões são as seguintes:

1 — O acordo modificativo foi aprovado por todos os países de expressão portuguesa incluindo Timor.

2 — De acordo com o que depreendi, segundo esse acordo modificativo aprovado, o acordo entraria em vigor em todo o universo de língua portuguesa assim que esse acordo modificativo fosse ratificado por três países.

3 — Três países já teriam ratificado o acordo modificativo.

Posso ou não escrever segundo o acordo sem estar a cometer erros?

Obrigado.

Henrique Oliveira Portugal 1K

Num artigo de Vasco Graça Moura, pode ler-se:

«Não consta que haja qualquer veleidade de negociar acordos ortográficos e também não se afigura que o inglês de Inglaterra esteja em risco de se transformar numa "bizarria" falada por muito menos milhões de pessoas do que a totalidade dos falantes de inglês à escala do planeta. O mesmo se diga do espanhol.»

Fica implícito neste parágrafo que a língua espanhola não foi objecto de nenhum acordo ortográfico. Estranhei, pois tinha ideia de ter lido algures que em 1999 tinha havido uma reforma da ortografia do castelhano, mas não tinha a certeza pelo que tentei confirmar junto do Prof. António Gil Hernandez.
Ele simpaticamente enviou-me a mensagem que transcrevo em baixo, com a sua autorização.

Ele confirmou a existência desse acordo ortográfico do castelhano e a sua natureza, mas o melhor é ler a mensagem:1

«Vou responder por partes:

1. — Diz o Vasco, acho que muito confuso (desde a perspetiva da Hispanofonia ou mesmo da Anglofonia): «Se defender a preservação, a valorização e a divulgação da língua portuguesa como elemento identitário, meio de criação e expressão cultural ao longo de séculos,instrumento de comunicação quotidiana, traço de união entre Portugal e o resto do mundo corresponde a ser proteccionista, devo dizer que tenhoa maior honra em sê-lo, tanto no plano nacional como no internacional.»

Quando entende, segundo parece, que a ortografia mantida e sustida em Portugal é a única válida para a língua portuguesa, estendida pelo mundo, e não apenas para a língua portuguesa reduzida a Portugal.

Se o português é ainda língua universal, intercontinental, não pode ser tomada (no senso que se quisar) como patrimonial duma parte, mas todos os interessados são quem de dizer qualquer cousa ao caso.

É o que se faz na Hispanofonia, como abaixo mostro. Mas é sobretudo o que o bom senso e melhor gosto exige.

2. — Deixo de lado outras afirmações, ao meu ver estranhas, e apenas reparo nestoutra: «Por ironia do destino, o suplemento Actual da mesma edição de 1.12.07 publica um artigo muito interessante sobre a língua inglesa no mundo e as suas múltiplas e significativas variantes. Não consta que haja qualquer veleidade de negociar acordos ortográficos e também não se afigura que o inglês de Inglaterra esteja em risco de se transformar numa 'bizarria' falada por muito menos milhões de pessoas do que a totalidade dos falantes de inglês à escala do planeta. O mesmo se diga do espanhol.»

Acho que o Vasco se acha bastante confuso. Já o disse. Compare os discursos sobre a língua portuguesa e sobre a língua inglesa ou sobre a castelhana (que a Real Academia Españolainsiste, contra a "Constitución española de 1978", en denominar"española"):

2.1. — Na Lusofonia parece (sinto eu) predominar o discurso da diferença: «Escreve-se diferente, portanto são línguas diferentes». Apesar dessas diferenças serem mínimas. Atendo às diferenças entre o "português" e o "brasileiro".

(Se o Vasco atendesse bem ao tratamento de -ct- e semelhantes, cultos, na realidade latinos, teria de admitir que já no português mais estrito a simplificação alcança pelo menos ao 50% dos casos e não só quando precedido de i, u, mas também noutras ocorrências: prática...)

2.2. — Porém, na Hispanofonia e na Anglofonia prevalece o discurso da unidade. As diferenças gráficas (as léxicas nem se consideram ao caso) localizadas não quebram essa unidade fundamental e declarada e mesmo pregoada.

3. — Vamos à última reformação da "Ortografía de la lengua española", na edição oficial, da RAE, dita,desde a capa, "Edición revisada por las Academias de la Lengua Española".

As "Académias" citadas na contracapa são vinte e duas(22), nas quais se incluem não só as estatais (que não o são, porque os governos não intervêm diretamente na formalização da língua comum castelhana ou "española"), mas também, como lhe disse, a «Academia Filipina de la Lengua Española», a «Academia Puertorriqueña de laLengua Española» e a «Academia Norteamericana de la Lengua Española».

(Já lhe disse que não sei por que é que Portugal tem tanto reparo em queparticipem os galegos nos Acordos e reuniões académicas. Sim entendo, porquanto na Lusofonia a formalização da língua portuguesa é "cousa" degovernos e parlamentos. Não é assim na Hispanofonia. Menos ainda, na Anglofonia. Isso, curiosamente, não é salientado, é calado pelo Vasco...)

3.1. — Não tenho vagar para lhe transcrever o"Prólogo". Nele evidencia-se o que estou a dizer, mas com palavras autorizadas. Cito algumas alíneas:

A) «Han sido muchos loshispanohablantes que en los últimos tiempos se han dirigido a la Real Academia Española solicitando aclaraciones de normas ortográficas, planteando dudas y sugiriendo, en fin, la conveniencia de presentar la'Ortografía' de un modo más sistemático, claro y accesible. A eso responde esta nueva edición que la Academia ha preparado en estrecha colaborarión con las corporaciones hermanas de América y Filipinas,corrigiendo, actualizando y acrecentando la versión anterior con precisiones y ejemplos.»

Observe que não diz expressamente "reforma", mas de facto é, não muito extensa, mas é.

B) E continua: «Los detallados informes de las distintas Academias han permitido lograr una "Ortografía" verdaderamente panhispánica. Apenas hay en ella novedad de doctrina, PERO se recoge, ordena y clarificatoda la que tenía dispersa la Academia en los últimos tiempos y serefuerza la atención A LAS VARIANTES DE USO AMERICANAS.»

(Os capitais são meus).

C)Interessante ao caso me parece este parágrafo: «¿Quiere esto decir que el código ortográfico recogido en esta obra debe ser invariable,definitivo, resistente a toda discrepancia y sin posibilidad demodificación posterior? DE NINGÚN MODO. Y prueba evidente de ello es que, a petición de varias Academias americanas, el texto de estaedición contiene algunas novedades, mínimas, de doctrina, destinadas aregularizar ciertos aspectos relativos a la acentuación gráfica: el usode tilde [´] en las formas verbales incrementadas con pronombres átonos-que ahora siguen en todos los casos las reglas generales dea centuación- y la colocación del acento gráfico en hiatos y diptongos-incluidos "au, eu, ou" en posición final-, que a partir de ahora podrá regirse, si así lo desean quienes escriben, por convenciones generales,no sujetas a las diferencias de pronunciación lógicas en un idioma cuyo empleo como lengua materna llega a cuatro continentes.»

D)Definitiva considero esta citação: «Predominó la idea y LA VOLUNTAD de mantener la unidad idiomática por encima de particulaismos gráficos no admitidos por todos: poco a poco las naciones americanas de nuestra lengua se mostraron conformes con la ortografía académica y la hicieron oficial en las diversas repúblicas. El proceso se cerró en Chile, dondemás tiempo se había mantenido el cisma [SIC], con el decreto que firmóel presidente Ibáñez, el 20 de junio de 1927, donde se disponía que, apartir del 12 de octubre de aquel año, se adoptase la ortografía académica en todos los establecimientos de enseñanza pública y en la redacción de todos los documentos oficiales.»

Etc., etc., etc.

3.2. — Há uma realidade que os notáveis portugueses não acabam de aceitar:Face ao acontecido na América hispana (desde 1820), múltipla, disgregada em repúblicas de habitantes menores em número dos espanhóis,europeus, na América portuguesa manteve-se a unidade territorial naatual República Federativa do Brasil. Acho que é realidade muito a terem conta e não apenas por razão de superioridade numérica, mas tambémpor razões históricas. Na Hispanofonia as repúblicas americanas se independizaram da metrópole, enquanto foi Portugal que em certo sentidose independizou do Brasil lá, nos primeiros anos do séc. XIX, século emque começaram a constituir-se os reinos velhos (e outros novos) em estados modernos à imitação do surgido da Revolução burguesa na França.É também a política linguística desse estado "revolucionário" que regeu a dos estados que o imitaram, continuassem a ser reinos ou se tornassem repúblicas, tanto tem.

Enfim, é o que sei e opino e posso informar.»

1 N.E.: Mantiveram-se as opções lexicais, morfológicas sintácticas e gráficas do original, uma vez que o seu autor tem defendido a perspectiva reintegracionista sobre o galego.