O uso da expressão «em termos de»
Alguns dicionários incluem esta expressão nas suas obras, mas, na verdade, todos os filólogos, gramáticos, linguistas e demais estudiosos da nossa língua condenam o uso de «em termos de…» por considerarem a expressão um anglicismo («in terms of…») totalmente vazia de sentido no português. O fundamento, dizem, é o de que entre as várias acepções da palavra termo, nenhuma se “encaixa” nesta expressão. Alguns, relutantemente, admitem a utilização da expressão sem a preposição de, mas sempre seguida de um adjectivo. Por exemplo, em vez de «em termos de educação», teríamos «em termos educacionais»; não compreendo, porém, como é que o uso de um adjectivo já consegue “encaixar-se” na acepção apropriada (?) de termo. De qualquer forma, pergunto, que mal haverá em atribuir-se (se for o caso) mais uma nova acepção a termo? De resto, o nosso idioma é fenomenal no que toca a homonímia. Presentemente não há jornalista, político, rádio ou televisão, ninguém (ou quase), que não use tal expressão. Não há dúvida de que se banalizou de tal maneira irreflectida, que hoje temos «em termos de…» para tudo e mais alguma coisa ― desde «em termos de abacates» a «em termos de zurros», sem esquecer coisas tão patéticas como «em termos de céu azul…». Apesar de existir na nossa língua um leque de expressões que, consoante o caso, pode facilmente dispensar o uso de «em termos de» ― «em matéria de»; «em/com relação a»; «a respeito de»; «quanto a»; «relativamente a»; «no que se refere a»; «no que toca a»; «na forma de»; «através de»; «com base em»; «de uma perspectiva de»; «do ponto de vista de»; «no domínio (de)»; «no plano (de)»; «tendo em vista»; «considerando»; «tomando-se em consideração»; «tratar-se de»; «no/num contexto (+ adjectivo)»; «no âmbito (+ adjectivo)» ― devemos, ou não, condenar o uso dessa expressão?
