Trata-se de uma articulação que, recentemente, tem sido referida nos estudos linguísticos, sem indicação precisa da sua origem nem atribuição a um grupo de falantes específico. Ou seja, poderíamos pensar que é frequente entre os falantes mais jovens (e também entre os menos jovens), quando a consoante figura em começo de palavra (tudo, "thudo") talvez por contacto com o inglês e desejo de aderir à sofisticação associada a esta língua. Contudo, dados provenientes do arquivo dialetal do Centro de Linguística da Universidade do Porto não confirmam essa ideia. Além disso, em posição final (p. ex., gente), ainda menos certo se torna que o t aspirado se deva a influência anglo-saxónica: com efeito, documenta-se, por exemplo, a pronúncia de semelhante como [smʎɐ̃th], com [th] final e queda da vogal átona [ɨ], sem que tal seja atribuível a influência do inglês (cf. M.ª João Freitas et al. Os Sons Que Estão dentro das Palavras, Lisboa, Edições Colibri/Associação de Professores de Português, 2012, pág. 101).
Note-se ainda que esse modo de articulação secundária consiste numa aspiração, que, por si só, não define uma consoante plosiva. Diga-se, aliás, que o termo plosivo se usa nos estudos linguísticos em inglês, mas não é frequente na linguística portuguesa, que antes usa o termo oclusivo quer na terminologia destinada aos ensinos básico e secundário, quer no contexto universitário.