A disponibilização de uma verba suscetível de assegurar a continuidade do Ciberdúvidas foi anunciada nesta quarta-feira, em Lisboa, pelo Gabinete do Secretário de Estado da Cultura. Transcrevemos, a seguir, o comunicado do gabinete do secretário de Estado Francisco José Viegas:
«O Gabinete do Secretário de Estado da Cultura [garante] a disponibilização de uma verba que permitirá assegurar a continuidade do portal Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, dedicado ao esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, criado há 15 anos e com 2,5 milhões de visitas por mês. O apoio destina-se a cobrir os custos relacionados com o funcionamento do portal, propriedade de uma associação sem fins lucrativos.
«Para o secretário de Estado da Cultura, "o Ciberdúvidas e o seu criador, o jornalista José Mário Costa, prestam um trabalho de inexcedível dedicação à causa pública, à língua portuguesa e aos portugueses, desde há década e meia. Trata-se de um projeto meritório como poucos, e assegurar a sua continuidade enquadra-se integralmente na nossa missão, naquilo que diz respeito à promoção e defesa da Língua".
«[...] além de dispor de um consultório para respostas às questões levantadas pelos leitores sobre ortografia, fonética, etimologia, sintaxe, semântica e pragmática, [o Ciberdúvidas] reúne ainda rubricas como uma antologia de textos de escritores de língua portuguesa de todos os tempos e espaços de debate, opinião e consulta no campo cultural do espaço lusófono, sendo acedido por visitantes de todas as partes do mundo, muito em particular dos países de língua oficial portuguesa.»
Ver mais aqui.
A rede de ensino de português no estrangeiro terá no próximo ano letivo mais alunos, mas menos cursos. Ainda assim, o secretário de Estado de Portugal que tutela o ensino de português no estrangeiro através do Instituto Camões garante que se conseguiu «manter a resposta às necessidades da rede tradicional».
A rede «tradicional» do EPE inclui os cursos de português integrados nos sistemas de ensino locais e os cursos associativos e paralelos em países como a Alemanha, Espanha, Andorra, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Reino Unido, Suíça, África do Sul, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué. Ler notícia completa aqui.
Neste dia em que, na Assembleia da República portuguesa, a comissão parlamentar de Educação recebe alguns membros do Ciberdúvidas para apurar as dificuldades atuais deste projeto, com parte da atividade suspensa por falta de financiamento, damos a conhecer a interpelação do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda ao secretário de Estado da Cultura, no passado dia 6 de julho, sobre este mesmo assunto.
Os alunos portugueses que realizaram exames de Língua Portuguesa, no 9.º ano, e de Português, no secundário, revelam dificuldades no uso da língua materna, conclui o relatório sobre os Exames Nacionais de 2011, publicado pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave), do Ministério da Educação e da Ciência. No que diz respeito ao secundário, a média nacional dos resultados das provas de Português em 2011 foi de 9,6 valores (numa escala de 1 a 20).
Analisando os grupos de questões em que os alunos obtiveram piores resultados, o Gave recomenda que é preciso “reforçar a intervenção didáctica” nas áreas da escrita, leitura e funcionamento da língua. (Ler a notícia completa aqui.)
Entretanto, saíram os resultados dos exames de 2012: em Língua Portuguesa e Matemática do 9.º, a média foi apenas de 53%.
Ciclicamente, o sítio do Ciberdúvidas (consultório e publicação regular de textos) sofre, de uma maneira mais ou menos gravosa, de falta de financiamento que permita pagar, condignamente, a todos os seus colaboradores: consultores, revisor, secretário, técnico informático. É assim agora, foi assim no passado. Assinalamos neste dia o editorial do jornal i, que faz o ponto da situação sobre o estado atual do serviço Ciberdúvidas.
Metas Curriculares de Português – 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico em Portugal, documento colocado já anteriormente no portal do Ministério da Educação, encontra-se em consulta pública. Aqui.
Apela-se nele para a participação de representantes das sociedades científicas, associações profissionais de professores, conselhos de escolas, autores de programas, consultores e editoras na proposta de metas curriculares do ensino básico para as disciplinas de Português, Matemática, Educação Visual, Educação Tecnológica e Tecnologias da Informação e Comunicação. Para que depois não circulem só queixas.
O brilhante desempenho da atleta portuguesa Dulce Félix nos campeonatos europeus de atletismo de 2012, realizados em Helsínquia – medalha de ouro na prova dos 10 mil metros* –, não teve a melhor correspondência por quantos, na rádio e na televisão nacionais, voltaram ao anómalo "Féliks". Uma boa razão, por isso, para recordarmos porque devemos dizer a última sílaba do nome Félix como dizemos na palavra feliz. A explicação da professora Maria Regina Rocha neste apontamento, transcrito na rubrica Pelourinho.
* 10 mil metros, por extenso, ou, se grafado numericamente, 10 000m (sem pontos).
«A língua portuguesa e eu somos um casal de amantes que, juntos, procriam apaixonadamente» (João Guimarães Rosa).
«Decerto que eu amava a língua. Apenas não a amo como a mãe severa, mas como a bela amante e companheira» (in Carta a João Condé, de Guimarães Rosa).
Minha pátria, minha línguaPequenos excertos de declarações de amor de dois escritores de países diferentes, mas cúmplices no mesmo sentimento de entrega ao idioma que os une — a língua portuguesa —, testemunhos literários que se assinalam na Antologia, a rubrica onde se encontram os textos dos grandes autores à roda da língua-mãe.
O facto de falir ser um verbo defetivo permite jogar com os sentidos da particularidade da sua conjugação e relacioná-los com a crise económica portuguesa. É o que explora a crónica do humorista português Ricardo Araújo Pereira, publicada em O Nosso Idioma.
A consciência da pluralidade de variantes no domínio do léxico, da grafia e da pronúncia não leva os falantes atentos à língua a negligenciarem o cuidado com a legitimidade de cada uma das formas que o uso pode ter vulgarizado.
Por exemplo, como se designam os praticantes da modalidade de BTT (bicicleta todo-o-terreno)? Escreve-se “nebulado”, nublado, ou ambas as formas estão legitimadas? O que significa a expressão «(em) roda livre»? E deve pronunciar-se a palavra mestrado com o e aberto, ou fechado? Estes são os temas das quatro novas respostas deste dia.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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