Vírgulas, um livro sobre o discurso académico, o termo idadismo e o agradecimento da família do filólogo Malaca Casteleiro (1936-2020)
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Vírgulas, um livro sobre o discurso académico, o termo idadismo e o agradecimento da família do filólogo Malaca Casteleiro (1936-2020)
1. Associando as denominações de cargos políticos e governativos aos nomes dos seus titulares, como se deve pontuar a seguinte frase: com vírgulas – «o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, fez uma visita oficial» –, ou sem elas – «o primeiro-ministro António Costa fez uma visita oficial»? Neste caso, justificar-se-ão as duas vírgulas a ladear o nome pessoal, se este tiver a função de aposto, isto é, de modificador apositivo, como se explica numa das novas respostas em linha no Consultório. Outros...
João Malaca Casteleiro (1936-2020), o apelido do realizador do filme 1917 as variáveis de assimptota e o regionalismo escolateira
1. O filólogo e académico português João Malaca Casteleiro faleceu em Lisboa (no dia 7 de fevereiro), aos 83 anos. Professor catedrático com uma longa carreira na docência universitária, Malaca Casteleiro distinguiu-se nos estudos no âmbito da sintaxe, do léxico e da didática da língua, tendo orientado mais de meia centena de teses de mestrado e doutoramento. Foi também membro da Academia de Ciências de Lisboa, diretor de investigação do Centro de Linguística da Universidade de...
Os verbos dizer e alastrar, um estudo académico sobre a iberofonia, as língua gestuais e a melhor barbeira portuguesa... que é ucraniana
1. O verbo dizer é seguido muitas vezes de uma oração que o completa, como acontece na frase «ela diz que não quer isso». Geralmente essa oração tem o verbo no modo indicativo, embora também possa ocorrer o modo conjuntivo – «ela diz que lhe abram a porta» – , só que alterando o significado de dizer – de que maneira? A resposta está na presente atualização do Consultório, onde igualmente se fala de outro verbo, alastrar. Sobre a alteração,...
A locução «à tona de», o verbo discriminar e o termo infodemia – campo aberto para manifestações de sinofobia
1. A palavra tona, vinda do fundo dos tempos – atribui-se a sua origem ao céltico *tunna, «pele, crosta» –, é hoje sobretudo usada em locuções como «vir à tona», no sentido de «vir à superfície», e «à tona de», como em «à tona de água» – ou será melhor «à tona da água», com o artigo definido a? A resposta integra a atualização do consultório, onde o mote céltico se prolonga noutra questão a respeito de nomes irlandeses começados pela partícula...
A concordância com quais de vós, um presidente entre vírgulas e a terminologia médica à volta do coronavírus
1. A concordância entre o sujeito e o verbo nem sempre é um processo gramatical inequívoco. O facto de o sujeito poder assumir diferentes naturezas e a possibilidade de incluir combinações diversificadas de palavras podem abrir espaço a concordâncias distintas. O caso particular dos sujeitos introduzidos por um pronome interrogativo seguido do sintagma preposicional «de nós» ou «de vós» tem suscitado posições distintas entre os gramáticos: o verbo deve concordar com quais ou...
O dia do Brexit, a pronúncia do apelido Félix, a palavra ladravaz e o ABC da Tradução
1. A saída do Reino Unido da União Europeia, conhecida como Brexit ou "Exit day" (expressão preferida pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson), acontece hoje, dia 31 de janeiro, às 23h locais (mesma hora de Lisboa), depois de ter sido ratificada pelo Parlamento Europeu (jornais Observador, Público, Jornal de Notícias e Expresso). O termo Brexit tem levantado inúmeras questões linguísticas...
Um poema de Eugénio de Andrade, o anglicismo whistleblower, o ensino de Português no estrangeiro e 300 regionalismos de Sines
1. No Consultório, volta-se à poesia de Eugénio de Andrade (1923-2005), por causa de uma questão sobre as figuras de estilo que constroem os dois últimos versos de "quando em silêncio passas entre as folhas", do livro As Mãos e os Frutos (1948)*. Pedem-se também esclarecimentos sobre a expressão «fazer mal» e a boa formação do termo concertinista. Completam a atualização duas perguntas relacionadas com o contacto do português com outras línguas: em «cumprimentos...
Nos 75 anos da libertação de Auschwitz, especificidades do verbo faltar, um livro sobre profissões desaparecidas e um "hospital ortográfico"
1. O campo de concentração de Auschwitz foi libertado há 75 anos. No dia 27 de janeiro de 1945, as tropas soviéticas invadiram o campo devolvendo a liberdade aos que nele ainda permaneciam. Este dia é comemorado em todo o mundo como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto (designação atribuída pela Assembleia Geral das Nações Unidas) (ver notícia). A memória deste período trágico da humanidade é um processo que poderá ser fundamental para impedir a repetição de factos...
A expressão «muitas das vezes», histórias de palavras, o maior mapa lexical do mundo, o termo coronavírus e o ano novo chinês
1. Há quem pense que «muitas das vezes» é forma incorreta, usada em lugar de «muitas vezes», mas no Consultório descarta-se tal ideia, porque há contextos onde essa expressão se justifica. Também na presente atualização, evidencia-se o contraste entre dois tempos do indicativo, o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito, analisam-se frases de dois escritores – a brasileira Nélida Piñón, e o português Camilo Castelo Branco (1825-1890) – e, a propósito de fama e culto do eu,...
Os tipos de aspas, um acento esquisito, a idade das línguas e os 115 anos da morte de Rafael Bordalo Pinheiro
1. Fala-se de sinais auxiliares de escrita para referir os «sinais gráficos utilizados para separar, assinalar ou destacar elementos de uma frase ou de um texto ou com funções convencionadas em contextos específicos de utilização» (Dicionário Terminológico). Neste conjunto, salientam-se as aspas, que, por apresentarem certo grau de diversidade gráfica e não obedecerem a regras estritas, motivam sempre várias perguntas. É o caso da que se encontra em linha na presente atualização do...
