«Perder a tramontana», a influência das línguas africanas no português e a memória de Florbela Espanca e de Tom Jobim
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«Perder a tramontana», a influência das línguas africanas no português e a memória de Florbela Espanca e de Tom Jobim
1. Uma consulente do Brasil pergunta se há 90 anos já existiam a expressão «matar dois coelhos com uma cajadada» e o idiomatismo «dar pano para mangas» – isto é, «resolver dois problemas de uma vez» e «haver ainda muito que conversar», respetivamente. Já, sendo até possível atestar o seu uso literário em finais do século XIX, com variantes: «matar dois coelhos com uma cacheirada» e «dar pano para manga», formas que mantêm, num caso, a metáfora da caça e, no outro, a da confeção de roupa, equiparando um grande...
Os modismos juvenis, a grafia de trapezoide, juízo vs. julgamento, o relatório PISA 2018 e pontes político-culturais da língua
1. Da inventividade de alguns ao convencionalismo de muitos, a linguagem juvenil exerce-se como afirmação de rebeldia, funcionando também como insígnia etária. Não admira, portanto, que no discurso dos jovens se encontrem marcas de uma atitude mais ou menos ostensiva e desafiadora do uso linguístico instalado entre os mais velhos. Em crónica sugestivamente intitulada "Tá-za-ver", na rubrica O nosso idioma, a consultora permanente do Ciberdúvidas, Carla Marques, dá conta da perplexidade que se...
Prioridade às mudanças climáticas, a formação do verbo desunhar,a língua portuguesa no mundo e um curso de esperanto em Angola
1. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP25 tem início hoje, dia 2, em Madrid, e prolonga-se até dia 13 de dezembro. Trata-se de uma cimeira de importância crucial para a tomada de decisões relacionadas com as mudanças climáticas, que, segundo apontam diversos estudos, poderão ter consequências severas a médio e longo prazo, tais como a subida das temperaturas, a alteração dos padrões meteorológicos, a escassez de água e a subida do nível do mar, o que afetará...
Black Friday (uma negra opção), usos do hífen, topónimos com artigo e o Manual de Comunicação do Comité Olímpico de Portugal
1. A Black Friday está de regresso. Repete-se um dia de celebração do consumismo desgovernado, numa atitude que o ministro do Ambiente e da Ação Climática português, João Pedro Matos Fernandes, classificou como um «contrassenso». É um bom pretexto para voltamos a um tema muitas vezes aqui assinalado: o uso excesso do inglês em Portugal, quando as opções em língua portuguesa são variadas e adequadas à realidade que se pretende designar – como nos recorda Sara...
A língua da nossa diversidade, a consagração da UNESCO, o termo desglobalização e um curso de português na Venezuela
1. Uma consulente do Brasil escreve-nos um tanto intrigada por em Portugal, com verbos da 1.ª conjugação, a 1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito se escrever com acento agudo, como acontece com entregámos. No consultório, esclarece-se este traço de diversidade da nossa língua, a que se soma outra dúvida de natureza semelhante vinda de Angola, sobre a diferença de uso entre o adjetivo específico e o particípio passado especificado....
As marcas da língua nos jazigos, a sua consagração pela UNESCO e a criatividade brasileira na dupla vitória do Flamengo de Jorge Jesus
1. Os edifícios históricos que têm inscrições gravadas nas suas pedras são, não raro, testemunhos vivos da evolução da língua e da sua grafia. As marcas de diferentes fases linguísticas encontram-se, por exemplo, em lápides e jazigos nos quais se identificam as famílias que ali descansam. Neste âmbito, no Consultório, procura-se encontrar uma explicação para o facto de, em muitas lápides, sobretudo do século XIX, a palavra família surgir sem acento, situação que não...
A elasticidade do adjetivo brutal, o maltratado verbo havere à volta da língua e das eleições na Guiné-Bissau
1. «Se nos disserem "O cozinheiro é brutal", devemos ir cumprimentá-lo ou fugir a sete pés?» – pergunta Carla Marques, consultora permanente do Ciberdúvidas, que, em O nosso idioma, dedica um apontamento à elasticidade semântica que o adjetivo brutal tem demonstrado em variados registos, pelo menos, desde a arte literária oitocentista de Eça Queirós à informalidade da apreciação de um filme nos nossos dias. Na mesma rubrica, um texto de Carlos Rocha aborda o valor...
O uso do conjuntivo, a morte de José Mário Branco, o CILPE 2019 e os 10 anos da Cátedra de Português na Universidade Eduardo Modlane
1. Os falantes nativos de português usam o conjuntivo sem grandes questionamentos, mas os estrangeiros que o aprendem já adultos nem sempre se sentem à vontade com as subtilezas do seu uso frásico. Por exemplo, quando se emprega o verbo esperar para construir uma frase começada por «espero que...», que forma de conjuntivo deve figurar na oração que vem depois, em referência a algo já ocorrido: «espero que corresse bem», ou «espero que tenha corrido bem?» A resposta à questão faz parte da...
A expressão temporal guineense «fiz cinco anos em...», a formação de infelizmente e as expressões formulaicas
1. As variantes do português em diversos países são marcadas por uma evolução própria e autónoma, fruto de várias razões a que não são alheias as variáveis individuais. O português falado na Guiné-Bissau assume também esta autonomia, mas as inovações e contrastes com a variante do português europeu acabam por oferecer dúvidas aos falantes. É o caso da expressão «fiz cinco anos no Brasil». No Consultório analisa-se a aceitabilidade desta construção, que inclui o...
A má dicção de competitividade, a pronominalização em tem-la visto e a compreensão escrita entre os jovens de Portugal
1. Em Portugal, é sabido que as vogais e, i e u (ou o), quando átonas, são um desafio para a boa dicção. Palavras como ministério e produtividade saem diminuídas sob formas como "mnistério" e "prutividade", em consequência da redução vocálica que caracteriza a variedade lusitana. No Pelourinho, um novo apontamento dá conta de mais uma ocorrência deste fenómeno,...
