A hesitação linguística, a longa história da poesia tradicional, a linguagem popular e as relações do Português com o Galego
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A hesitação linguística, a longa história da poesia tradicional, a linguagem popular e as relações do Português com o Galego
1. A hesitação linguística é, na oralidade, vista como um fenómeno de descontinuidade no texto produzido. Inúmeras poderão ser as razões que justificam as hesitações. Todavia, entre elas, poderemos assinalar o esforço de clarificação do discurso, a reorientação discursiva e também a busca de correção gramatical. É também a hesitação entre duas possibilidades de realização linguística ou perante a duvidosa correção de uma expressão que motiva algumas das questões colocadas ao Ciberdúvidas: «Deve...
Santo António, a história de uma língua, a sua tessitura, os seus "génios" e alguns desleixos... nada abonatórios
1. O dia de Santo António, santo de devoção popular e por muitos considerado padroeiro da cidade de Lisboa, é celebrado a 13 de junho, dia do feriado da capital portuguesa, marcado por festividades populares. Tradicionalmente, Santo António é conhecido como casamenteiro, fama que a tradição perpetuou burilando frases e quadras alusivas aos seus poderes no campo amoroso. Recordamos aqui algumas delas:
«Santo António, meu querido, o que peço em segredo é um...
O Dia de Camões (também) em Cabo Verde, um topónimo balcânico e o português nas escolas galegas
1. A data de 10 de junho é a do feriado* que assinala em Portugal a memória de Camões e da sua epopeia Os Lusíadas, exemplo de apuro literário que, sem deixar de refletir a voz imperialista do passado, é hoje documento do processo de expansão que levou a língua portuguesa a todo o mundo. As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas permitem, portanto, dirigir a atenção para Estados onde o português se tornou também língua materna ou língua segunda....
Escrita incorreta, o planeta Éris, o ensino do português em Angola, a leitura em contexto familiar e a «emergência climática» mundial
1. As locuções «com certeza» e «de repente» escrevem-se cada uma com duas palavras gráficas bem separadas, mas infelizmente são recorrentes as formas "concerteza" e "derrepente", tudo incorretamente pegado. Em O nosso idioma, a professora e linguista Carla Marques, consultora permanente do Ciberdúvidas, explicando estes e outros erros ortográficos como interferências da oralidade na escrita, apela a sermos mais cuidadosos e refletidos no que...
O género dos nomes de marcas comerciais, a diversidade linguística na lusofonia e as línguas ameaçadas
1. Os nomes de marcas comerciais têm uma relação não motivada com o género gramatical. Por esta razão, por vezes, é difícil determinar se o nome de uma dada marca é masculino ou feminino, fenómeno que gera também dúvidas no plano da concordância. Não existindo nenhuma regra que determine, a priori, o género deste tipo de nomes, os falantes optam, não raro, por atribuir ao nome da marca o género do tipo de produto associado. Assim sendo, como determinar o género do...
A expressão bem hajas, a reunião do Conselho Científico do IILP, uma figura marcante dos estudos de semântica e o Dia da Criança
1. As línguas têm regras estáveis e formas fixas, mas também flexibilidade para a construção de frases e enunciados se adaptar ao contexto de comunicação, ou às necessidades mentais e afetivas da expressão. Por exemplo, uma fórmula de agradecimento típica do centro de Portugal, bem haja, varia em pessoa e em número e passa a bem hajas, quando se destina à pessoa que se trata por tu. A descrição das línguas pode igualmente dar conta da sua variação no espaço, revelando...
O significado dos nomes de nacionalidade, o euroléxico, a PANgonça e a pronúncia da palavra Kosrae
1. Numa altura em que a referência aos vários países europeus é constante na comunicação social, não menos frequente é a utilização de termos que designam as nacionalidades. São estas as palavras que Carla Marques, consultora permanente do Ciberdúvidas, explora, procurando significados que vão muito além da significação de base equivalente a "ser habitante de..." e que denunciam perceções linguísticas associadas a uma visão particular de nacionalidades e etnias, num...
O anglicismo Mayexit, a padronização da toponímia, as proparoxítonas e o Festival de Cannes (também) em português
1. Quando se caracteriza a ordem de palavras do português, costuma falar-se na ordem SVO, que é o mesmo que dizer que numa frase da nossa língua aparece primeiro o sujeito, depois o verbo e, eventualmente, os seus complementos e modificadores: «Ela apresentou a sua demissão na sexta-feira». Contudo, nem sempre é assim, pois sabemos que a inversão do sujeito é frequente nas interrogações – «Apresentou ela a sua demissão na sexta-feira?» – e até em certas declarações, como se pode confirmar no consultório, numa...
O léxico das eleições europeias, a luta estudantil pelo clima e as palavras espanéfico, espernético e espernéfico
1. As eleições para o Parlamento Europeu, que decorrem nos 28 Estados-membros da União Europeia de 23 a 26 de maio, trouxeram para a atualidade mediática vocábulos ligados a tendências políticas ou à ação política. A construção da União Europeia e das vicissitudes também linguísticas que esta organização tem procurado ultrapassar são aspetos que justificam a (re)leitura de alguns artigos e respostas disponíveis no arquivo do Ciberdúvidas: "União Europeia";...
O feminino de maestro, dez anos de Acordo Ortográfico,populismo linguístico no Brasil e Chico Buarque, Prémio Camões 2019
1. «Ele chegou a casa e sentou-se no sofá e descansou um pouco e...» – não haverá nesta frase excesso de ocorrências da palavra e? Uma nova resposta do Consultório define em que condições se pode repetir esta conjunção. Outras questões também fazem parte da atualização deste dia: como analisar a maneira de referir a ação associada à frase «meti-me a viajar»? E como descrever a apreciação expressa em «valeu a pena lutar»?...
