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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Quantas vezes se diz ou se ouve dizer: «a mim, ninguém me faz o ninho atrás da orelha» – que é como quem diz «a mim, ninguém me engana».  Outras expressões incluem igualmente a palavra orelha, muitas delas alusivas a situações negativas: «andar de orelha murcha» («andar triste»), «ficar com a pulga atrás da orelha» («ficar desconfiado»), «estar farto até às orelhas» («ficar sem paciência»), «dar um puxão de orelhas» (em sentido figurado), «fazer orelhas moucas» («fazer de conta que não se ouviu um conselho, um pedido»). E que sabe ao certo a pessoa que tem um «espírito santo de orelha» («informação que se ouviu por alto»)? No entanto, orelha ganha sentido francamente positivo, quando, por exemplo, para gabar a qualidade de um petisco, se declara ser «de trás da orelha» («excelente»). No consultório, comenta-se esta expressão, além de se esclarecer a relação da palavra salsa com sal, ambas designações de ingredientes abundantemente usados na culinária. Outras questões abordadas: existirá algum vocábulo que signifique «não vivido»? E que significa a palavra fautor? Finalmente, uma pergunta e a respetiva resposta retomam a discussão à volta do verbo "costumizar" (e da forma ainda mais discutível "customizar", uma adaptação apressada do anglicismo customize), para sublinhar que personalizar é o vocábulo mais adequado para referir a ação de alterar um produto ou um serviço ao gosto do cliente.

2. No programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 23 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 24 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), dá-se relevo à iniciativa Mundu Novu, que, em Cabo Verde, visa o desenvolvimento digital das instituições do ensino superior. Nas Páginas de Português de domingo, 25 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), entrevista-se o diretor do Museu da Língua de São Paulo, Antônio Sartini, a propósito da realização de uma série de seminários dedicados à língua portuguesa em várias cidades brasileiras.

* Hora oficial de Portugal continental.

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1. As gralhas – ou seja, os erros tipográficos – serão inevitáveis, mas há muitas que, afinal, apenas disfarçam a falta de conhecimento da língua. No Pelourinho, a diferença é posta em relevo com um comentário de José Mário Costa sobre erros da escrita jornalística que ocorrem, por exemplo, quando se confundem palavras que podem ser homófonas  (eminente/iminente), ou se deixa de hifenizar devidamente certos compostos e derivados (recém-inaugurado e ex-ministro). No consultório, duas respostas embrenham-se nas subtilezas da análise sintática, focando o curioso comportamento do advérbio de lugar  e os limites da coordenação de expressões estruturalmente diferentes; uma terceira questão leva a explorar o contraste entre o possessivo meu e a expressão «de mim».

2. A Galiza, região espanhola que tem fortes laços com o mundo de língua portuguesa, volta a merecer referência. No plano histórico, todos falamos do português antigo ou do período galego-português. Mas porque não dizer que, até finais do século XIV, a língua da maioria da população portuguesa era simplesmente a galega? O linguista Fernando Venâncio explora a questão no texto Entre Latim e Português: o Galego, síntese de uma  comunicação proferida por este especialista em 15/10/2015 p. p. no Centro de Estudos Galegos da Universidade Nova de Lisboa (do mesmo autor, ler O galego-português existe?). Para uma reaproximação na atualidade, anuncia-se a edição impressa do Vocabulário Ortográfico da Galiza (VOG), iniciativa da Academia Galega da Língua Portuguesa apresentada publicamente em 27/06/2015 p. p., com a qual se pretende reunir o contributo galego para o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (versão eletrónica do VOG aqui; e, sobre a cultura da Galiza, ler aqui).

3. Em Cabo Verde, o governo tem vindo a desenvolver o programa Mundu Novu, que visa levar a conectividade às escolas e instituições do ensino superior. Para falar deste projeto, o Língua de Todos de sexta-feira, 23 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 24 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), entrevista o seu coordenador, Miguel Soares Santos. Nas Páginas de Português de domingo, 25 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), o realce vai para uma entrevista com o diretor do Museu da Língua de São Paulo, Antônio Sartini, sobre um conjunto de seminários dedicados à língua portuguesa e realizados em várias cidades brasileiras pela Comissão da Língua da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

* Hora oficial de Portugal continental.

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1.  A formação de palavras novas (neologismos) no português e nas suas línguas irmãs (o espanhol, o francês, o italiano, entre outras) é o tema do III Congresso Internacional de Neologia nas Línguas Românicas, que se realiza na cidade espanhola de Salamanca (na imagem) nos dias 22, 23 e 24 de outubro p. f. Como sublinha o texto de apresentação desta iniciativa, este encontro «pretende abordar a neologia num momento em que a hibridação e a mestiçagem das línguas é sinal dos tempos atuais, uma época em que a revolução tecnológica que vivemos tem eixos fundamentais nas línguas e no poder conferido pela informação». Participam vários investigadores dos países lusófonos, entre eles, a linguista Margarita Correia, que, em coautoria com Inês Machungo e José Pedro Ferreira, apresenta uma comunicação intitulada Para Um Novo Observatório de Neologia do Português: desafios do pluricentrismo (ler resumo aqui).

2. Ainda em Espanha, mas desta vez na Galiza, chega a notícia de que em mais de 50 centros do ensino secundário desta região espanhola se matricularam 1841 alunos na disciplina de língua portuguesa, no presente ano letivo de 2015/2016, ou seja, alcançou-se mais do dobro do número do ano de 2014/2015 (861 estudantes). Este aumento foi realçado pelo secretário-geral de Política Linguística da Junta da Galiza, Valentín García, na abertura do simpósio da Sociedade Internacional Português Língua Estrangeira (SIPLE), que reuniu em Santiago de Compostela, entre 16 e 17 de outubro, cerca de 150 docentes de vários países (fonte: La Voz de Galicia, 16/10/2015; ler síntese do encontro na página da Associação de Professores de Português no Facebook).

3. Na rubrica O Nosso Idioma, disponibiliza-se um trabalho jornalístico sobre os 100 apelidos (sobrenomes) mais frequentes em Portugal (texto publicado no jornal português Expresso, em 17/10/2015). E se dissermos que os apelidos «estão na berlinda», quereremos dizer que «são alvo atenção ou de comentários», mas menos certeza teremos acerca da origem da expressão, como se observa numa das novas respostas em linha. No consultório, também se faz referência a duas palavras historicamente divergentes, maduro e maturo, e se fala de concordância a propósito da construção «um e outro».

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1. Em Portugal, será legítimo o uso de expressões provenientes do Brasil? Se as diferentes variedades do português, no atual processo de globalização, entram em contacto, e umas são influenciadas por outras, deverão existir limites que contenham esse intercâmbio? Este é, no fundo, o debate associado a duas das questões que, neste dia, o consultório põe em linha, a respeito do uso de gato/gata em referência a pessoas e da expressão «não se enxerga»; uma terceira pergunta debruça-se sobre uma construção controversa na história da norma-padrão – trata-se de frases como «pedir para sair» ou «dizer para mandar». Entretanto, nos Destaques (em baixo), voltamos a assinalar um recorrente tropeção no discurso político-mediático português: O bicho-papão «mais bem».

Temos ainda ainda, nesta edição:

–  no Pelourinho, o professor e jornalista angolano Edno Pimentel corrige um erro que se encontra em todo o mundo de língua portuguesa e, portanto, também em Angola – o plural incorreto de haver quando significa «existir» –, enquanto noutro apontamento assinala alguns cuidados a ter na concordância de género com siglas e acrónimos;

– em O Nosso Idioma, a linguista Margarita Correia comenta a palavra véspera, na perspetiva de quem vê a língua de fora, num texto evocativo da sua infância, entre dois mundos linguísticos, o espanhol e o português.

2. Decorre até 25 de outubro p. f. o Festival Literário Internacional de Óbidos, uma iniciativa que reúne nesta vila medieval escritores, músicos e artistas angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, moçambicanos e portugueses naquele que é o maior encontro internacional de literatura em Portugal, tendo a língua portuguesa como protagonista.

3. O programa Língua de Todos de sexta-feira, 16 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 17 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), convida Francisco Ramos, da direção do Observatório da Língua Portuguesa, para falar sobre a situação do português em África e no mundo. O Páginas de Português de domingo, 18 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), entrevista Isabel Alçada, docente do curso livre de Promoção da Leitura na Era Digital, organizado pelo Centro de Investigação para Tecnologias Interativas da Universidade Nova de Lisboa (mais informação na Abertura de 14/10/2015).

* Hora oficial de Portugal continental.

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1. Para que está o Ciberdúvidas no Facebook, quando, nesta rede social, poderia interagir mais com quem aí o procura? A pergunta franca, aí colocada recentemente, justifica esta resposta simples: infelizmente, não há condições para esse espaço ser mais do que é – um divulgador dos conteúdos que vão sendo atualizados diariamente nestas páginas e, por via disso, uma montra para a sua consulta direta regular. Com efeito, as condições adversas de sustentabilidade do Ciberdúvidas só permitem o pleno funcionamento do serviço que presta, gracioso e sem fins comerciais, no seu próprio sítio, onde, garantida minimamente a razão de ser deste projeto, estamos em condições da interação pretendida. É aqui, afinal, que se presta este serviço como não há outro, similar, em todo o espaço da lusofonia: gracioso e tão diversificado nas suas valências, com rubricas ao mesmo tempo de esclarecimento, informação, debatecrítica e polémica. E, ainda, uma antologia de textos literários de autores lusófonos de todos os tempos, dedicados especificamente ao idioma comum, e uma montra de livros, revistas e artigos à volta da língua portuguesa, provenientes das mais diversas fontes, sempre devidamente atribuídas. Infelizmente, mais não podemos garantir, de momento. Apenas – e desculpe-se-nos a presunção... – darmos total prioridade a este espaço de referência, já lá vão 18 anos, para quantos, por esse mundo fora, querem saber sempre mais sobre o idioma oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Resta voltar a lembrar que o arquivo do Ciberdúvidas totaliza, já, cerca de 40 mil textos de acesso permanente, bastando uma pesquisa fácil e rápida para se confirmar se determinada dúvida ou artigo não se encontram já disponíveis1. É o caso em apreço na pergunta colocada no Facebook sobre o aportuguesamento do anglicismo site.

1 Ver Como (melhor) navegar e pesquisar no Ciberdúvidas.

2. Neste dia, deixamos no consultório três novas respostas às seguintes dúvidas:

– O que é uma pop-up store? Não tem nome em português?

– Sobre uma localidade dos arredores de Lisboa: Mira-Sintra, com hífen, ou Mira Sintra, sem ele?

– Se existe clarividente, que se aplica a quem vê com clareza ou é dotado de perspicácia, será possível formar uma palavra que se refira a quem ouve com clareza ou sabe escutar as palavras?

3. Como anda o português no mundo e particularmente em África? Para responder à questão, o programa Língua de Todos de sexta-feira, 16 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 17 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), convida Francisco Ramos, da direção do Observatório da Língua Portuguesa. E que se faz para que a língua enfrente os desafios da tecnologia? O Páginas de Português de domingo, 18 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), entrevista Isabel Alçada, docente do curso livre de Promoção da Leitura na Era Digital, em regime de aprendizagem virtual (e-learning)**, organizado pelo Centro de Investigação para Tecnologias Interativas da Universidade Nova de Lisboa (ver vídeo de apresentação do curso)

* Hora oficial de Portugal continental.

** À falta de equivalente português a e-learning, com uso estabilizado e generalizado, adotamos a expressão «aprendizagem virtual», sugerido por um termo cunhado em espanhol e que se adapta com adequação à nossa língua – aprendizaje virtual.

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1. Sobre os nomes de lugar (topónimos), uma pergunta frequente é, sem dúvida, a que diz respeito à sua origem. Mas a toponímia é também motivo de conversa animada quando se trata de casos estranhos, suscetíveis até de provocar o riso, tantas vezes para embaraço dos habitantes das localidades visadas. A propósito deste tema, a rubrica O Nosso Idioma divulga algumas passagens de um texto incluído na obra Os Meus Problemas, uma coletânea de crónicas humorísticas que o escritor português Miguel Esteves Cardoso reuniu e publicou em 1988. No consultório, menos vulgar ou até estranho é igualmente um caso de concordância com a expressão «um terço»: estará correto dizer «das mulheres, um terço está grávido»? E será possível haver forma passiva para uma frase como «o filho foi chamar o pai»? Sem sobressaltos, as restantes respostas focam a expressão «muito pior» e o adjetivo entradota.

2. Porque a atualidade política depois das últimas eleições em Portugal assim o propicia, voltamos de novo a esses dois erros tão recorrentes nos comentários e cenários que se vão dissecando na rádio e na televisão: a) ir de encontro a esta ou aquela posição (por exemplo, «a vontade do eleitorado») tem um sentido completamente oposto a (dizer-se) ir ao encontro de; b) o plural de acordo pronuncia-se tal como no singular, com o segundo o fechado – e não com ele aberto, "acórdos". Será assim tão difícil, srs. comentadores, políticos e jornalistas?...

3. Entre vários contributos, diretos ou indiretos, para o estudo e promoção da língua portuguesa, relevem-se as seguintes iniciativas:

– no Brasil, um conjunto de seminários sobre a língua portuguesa: Português – Língua de Poder e Economia (14 de outubro), Português, Língua Global (16 de outubro), A Língua Portuguesa no Mundo (20 de outubro);

– em Portugal, de 15 a 25 outubro p. f., o Festival Literário Internacional de Óbidos;

– também em Portugal, mais precisamente em Lisboa, no dia 15 de outubro, a conferência "Entre latim e português: o galego", proferida pelo linguista e escritor Fernando Venâncio (Universidade de Amesterdão), a convite do Centro de Estudos Galegos da Universidade Nova de Lisboa;

– na Galiza, em 16 e 17 de outubro p.f., o Simpósio SIPLE 2015 – O Português em Espaços Multilingues.

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1. Um artigo publicado no jornal português Observador (3/10/2015) refere um inquérito norte-americano que salienta a importância da ortografia e da gramática para a sedução da escrita amorosa nesta idade das telecomunicações. A conclusão é esta: «Para 88% das mulheres e 75% dos homens, o mais importante é saber as regras da gramática, desde a ortografia ao uso das vírgulas. Só a seguir vem a confiança ou a beleza dos dentes.» Ora, se os norte-americanos são exigentes, os falantes de português não são menos, e é para eles  que a presente atualização traz novas respostas e novos artigos para falar, escrever e... namorar melhor. Assim:

– No PelourinhoLuciano Eduardo de Oliveira adverte que nu tem mais verdade e simplicidade linguísticas do que nude, um modismo anglo-saxónico  que se exibe na imprensa do Brasil.

– No consultório, falamos de outro anglicismo – ranking – relativizamos o adjetivo absoluto, retomamos as construções de se apassivante, além de manifestarmos preocupação pelo uso criterioso de uma vírgula e de um hífen.

2. Ainda a propósito de correspondência amorosa, refira-se que o Língua de Todos de sexta-feira, 9 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 10 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), dedica um apontamento às diferenças entre a escrita de correio eletrónico e a das cartas tradicionais. O Páginas de Português de domingo, 11 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), analisa algumas questões relacionadas com o bom uso do idioma. Mais informação na Abertura de 7/10/2015.

*Hora oficial de Portugal continental.

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1. Nesta atualização:

– no Pelourinho, a propósito de um debate televisivo sobre a atualidade futebolística portuguesa, José Mário Costa volta a recordar que «ir de encontro a...» não tem o mesmo significado que «ir ao encontro de...», apesar de, atualmente, na modalidade em causa, haver muito "encontrão" verbal, como o outro aí apontado também (a prolação do topónimo angolano Caála);

– no consultório, recorda-se que a abreviatura de número é n.º (com ponto abreviativo e letra final em expoente), descreve-se o uso de algumas expressões que incluem o substantivo costume e comentam-se os critérios para aplicar maiúsculas iniciais a Polo Norte e Polo Sul.

2. Ainda sobre encontrões linguísticos, ou, melhor, acerca de incorreções que são produto da irreflexão ou da ignorância:

– em época de atribuição dos Prémios Nobel, convém sempre insistir que este nome próprio é palavra aguda (isto é, oxítona), soando como "nobél";

– no rescaldo das eleições legislativas realizadas em Portugal em 4 de outubro p. p., e porque agora se fala em acordos para a governação, vale a pena sublinhar que a pronúncia do plural de acordo tem o fechado na penúltima sílaba – "acôrdos", portanto, e nunca "acórdos".

3.  Do programa Língua de Todos de sexta-feira, 9 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 10 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), saliente-se o depoimento da nossa colaboradora Ana Sousa Martins sobre as diferenças entre a escrita de correio eletrónico e a das cartas tradicionais. O Páginas de Português de domingo, 11 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), analisa algumas questões relacionadas com o bom uso do idioma. Quando é que se diz obrigado ou obrigada? Devemos dizer media, ou "mídia"? Qual a origem da expressão «ovelha "ranhosa"»? Será correto dizer-se «a gente fomos ao cinema»?

* Hora oficial de Portugal continental.

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1. O Ciberdúvidas retoma as Aberturas trissemanais, de modo a salientar melhor todos os conteúdos aqui disponibilizados e acompanhar de maneira mais estreita os debates e as atualidades da nossa língua comum.  Por isso, neste dia, chamamos a atenção para as novas respostas que passam a estar em linha no consultório: em referência a uma situação não prevista na lei, o que é melhor na terminologia jurídica: «preenchimento de lacunas», ou «integração de lacunas»? Quando terá aparecido a palavra enfermagem? Qual é a regência do substantivo interesse?

2. À volta da relação entre norma e uso no contexto linguístico angolano, prosseguem os Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá do português de Angola, um programa que a Rádio Nacional de Angola realiza com a colaboração do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Os novos episódios centram-se nas palavras homófonas e parónimas: como distinguir ora de hora (87.º episódio)? Qual a diferença entre estufar e estofar, ou entre mandado e mandato (88.º episódio)?

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Quando pensamos na origem das palavras, julgamos frequentemente que vocábulos com formas semelhantes têm um passado comum. Depressa descobrimos que raramente é assim, como acontece com uma nova resposta do consultório sobre as etimologias de cura («restabelecimento da saúde») e cúria («lugar de reunião, senado, tribunal eclesiástico»). Outros tópicos abordados nesta atualização: o gentílico da República Cooperativa da Guiana (a antiga Guiana Britânica); o uso de vírgula com orações temporais; e a expressão «em qualquer altura do dia». Nas demais rubricas: no Nosso Idioma, uma crónica de Edno Pimentel sobre o uso erróneo de «ter haver» em lugar de «ter que ver», no contexto angolano; na Montra de Livros, um apontamento de Sara Mourato sobre a obra Em português, se faz favor (Lisboa, Guerra e Paz, 2015), do revisor e tradutor Helder Guégués.

2. No contexto das eleições legislativas que se realizam em Portugal em 4 de outubro p. f., recordamos algumas das palavras e expressões que se salientaram no discurso da campanha e nas notícias sobre ela: tracking polls, «sondagens low cost», plafonamento, "salamizar", arruada, "troicuta". Além da nova sigla PàF, amiúde mal grafada nos media portugueses.* Sobre todos estes vocábulos, consulte-se a Abertura de 30/09/2015.

*A campanha eleitoral portuguesa continua pródiga em palavras inventadas: registem-se também "passistão" (de Passos Coelho, segundo o modelo de "cavaquistão", nome jocoso que já se deu ao distrito de Viseu) e "pàfistão" (de PàF, sigla da coligação Portugal à Frente), vocábulos surgidos nas circunstâncias que são relatadas por um trabalho publicado no semanário Expresso (30/09/2015).

3.  O programa Língua de Todos de sexta-feira, 2 de outubro (às 13h15**, na RDP África; com repetição no sábado, 3 de outubro, depois do noticiário das 9h00**), é dedicado ao livro 500 erros mais comuns da língua portuguesa, de Sandra Duarte Tavares. O Páginas de Português de domingo, 4 de outubro (às 17h00**, na Antena 2), foca os Colóquios da Lusofonia, realizados entre 24 e 27 de setembro na ilha Graciosa (Região Autónoma dos Açores).

** Hora oficial de Portugal continental.