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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Em Portugal, a campanha política com vista às eleições legislativas em 4 de outubro p. f. é o campo de uma enorme batalha verbal em que se arremessam empréstimos e neologismos. Dos muitos que se dizem e escrevem nas páginas da comunicação social, registemos os seguintes vocábulos, uns já consolidados no jargão eleitoralista, outros frutos do repentismo retórico*:

– o política e linguisticamente controverso plafonamento, no contexto da discussão do limite do valor das pensões;

– as já tradicionais arruadas, que agitam bandeiras pelas cidades e vilas do país;

– o verbo focalizar, para emprestar tom mais analítico ao discurso, que passou também a denominar-se de narrativa;

– o neologismo "troicuta" (ou "troikuta"), uma extraordinária amálgama adjetival inventada pelo deputado Luís Fazenda (Bloco de Esquerda), quando disse: «Essa coisa da maioria absoluta é, mais coisa, menos coisa, uma interseção entre absoluta e troika. É, portanto, uma maioria "troikuta"» (fonte: RTP Notícias).

ou, ainda, a sigla PàF, correspondente à denominação da coligação Portugal à Frente, amiúde mal grafada nos media portugueses.

O consultório também recolhe alguns exemplos na resposta a algumas questões:

– O que são, afinal, as tracking polls constantemente citadas nos noticiários? E o que quererá dizer a expressão «sondagens low-cost»?

– E que poderá significar «salamizar (uma empresa)», verbo cujo aparecimento se deve a uma intervenção inspirada do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa?

* Se a inventividade da linguagem política e mediática é imparável em terras lusitanas, recorde-se que ela não tem freio em terras de Vera Cruz, e alcança o âmbito judicial: a recente Operação Lava Jato é ilustrativa, como é também um estudo dedicado ao impacto do tema da corrupção na retórica política brasileira de 2005, no tempo em que Luiz Inácio Lula da Silva era presidente da República Federativa do Brasil: trata-se de "A retórica da corrupção: os neologismos propagandísticos utilizados para denunciar a corrupção no Governo Lula, em 2005", de Sérgio Roberto Trem, investigador que recolhe, entre outras, mensalão, uma palavra que marca infelizmente toda uma época. Muito útil para perspetivar qualquer discurso político em língua portuguesa é a leitura da tese de doutoramento de Pedro Miguel Lavajo Natário Guilherme, A Prosódia Semântica como Fenómeno Léxico-Gramatical. Contributos Linguísticos para uma Análise Social (Universidade da Beira Interior, 2014).

2. Já que é tempo de prós e contras em Portugal, porque não saber qual é aqui a posição dos partidos políticos  concorrentes acerca da aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa? A iniciativa foi dos juristas Ivo Miguel Barroso e Artur Magalhães Mateus, que, continuando a sua campanha para a suspensão da nova ortografia, assinam um artigo intitulado "Conheça as posições do partidos sobre o AO90" (jornal Público, 29/09/2015). 

3.  O programa Língua de Todos de sexta-feira, 2 de outubro (às 13h15**, na RDP África; com repetição no sábado, 3 de outubro, depois do noticiário das 9h00**), conversa com Sandra Duarte Tavares sobre a publicação da sua obra 500 Erros mais comuns da Língua Portuguesa. O Páginas de Português de domingo, 4 de outubro (às 17h00**, na Antena 2), entrevista Chrys Chrystello a respeito dos Colóquios da Lusofonia, que decorreram entre 24 e 27 de setembro na ilha Graciosa (Região Autónoma dos Açores).

** Hora oficial de Portugal continental.

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1. Que relevância se atribui à língua portuguesa na contemporaneidade? Que perspetivas tem? A resposta é quase sempre esta: encontra-se entre as dez línguas mais faladas no mundo, mas... Um trabalho recente do jornal norte-americano Washington Post, confirma outra vez o português entre as dez línguas que mais crescerão até 2050 por via do crescimento demográfico. O nosso idioma pode, portanto, encarar o futuro com (alguma) confiança, porque ocupa a sétima posição, depois do espanhol e antes do árabe (ver notícia em português). Mas nem só de promessas de consumo e negócio vive uma língua, e a verdade é que, na referida peça, não vemos que o português sobressaia especialmente como veículo de tradução e, portanto, como eixo difusor de conhecimento, incluindo o mais especializado. Muito caminho está por abrir...

2. A propósito do que há por fazer para afirmar a língua portuguesa, que dizer da vaga incessante de palavras e trejeitos do inglês nos textos promocionais que circulam em Portugal? No PelourinhoJosé Mário Costa junta mais um caso aos muitos ilustrativos de como o discurso dos portugueses se angliciza vertiginosamente. No Nosso Idioma, a respeito do uso lusitano dos diminutivos e das suas conotações, disponibiliza-se um excerto de um romance recente publicado com o título Homem de Leis Perdido nos Trópicos Procura Senhora Honesta, da autoria do político português José Magalhães.

3. No consultório, portas abertas para as dúvidas de quem quer saber mais sobre o funcionamento e a história do português:

– O verbo influenciar pode usar-se com preposição?

– O que é melhor: «leite em pó desnatado» ou «leite desnatado em pós»?

– Qual poderá ser a origem de Recochina, um curioso topónimo português?

4. No que toca a notícias à volta dos aspetos institucionais da língua portuguesa, salientem-se:

– em outubro de 2015, a entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no sistema de ensino de Cabo Verde;

– e, ainda a tempo de uma referência, as declarações do ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, que, em missão oficial por Angola  e Moçambique no começo de setembro, lembrou a importância de Angola ratificar o Acordo Ortográfico, enquanto instrumento de unidade dos países de expressão portuguesa.

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1. No decurso da campanha para as eleições legislativas que, em Portugal, estão marcadas para o dia 4 de outubro p. f., muitos são os políticos, no meio de promessas, palavras de ordem e declarações polémicas, a frisarem a necessidade de clarificar o discurso e as intenções: é preciso «pôr os pontos nos ii», dizem. E que legitimidade tem escrever ii, em vez de is, como plural do nome da letra i? No consultório, uma resposta aborda precisamente os nomes das letras do alfabeto e a sua pluralização. Também regressa outro tema recorrente nestas páginas, o da boa formação das palavras: será correto formar um neologismo como desdiferenciação? E que denominação existirá para o fruto da alcaparreira, planta tão conhecida pelas alcaparras, botões florais com uso culinário? É possível dizer ou escrever «foi-mo» e «foi-to», subentendendo, respetivamente, «foi-me difícil» e «foi-te difícil»? Pombeiro é sinónimo de pombal? Outros tópicos comentados: a grafia de palavras que apresentam o prefixo re-; a origem do apelido (sobrenome) Ideias; o género de GIF, uma sigla referente a um formato de imagem; um antónimo do adjetivo confessional; a concordância do pronome relativo «o qual» com construções como «um dos motivos por...».

2. Dos conteúdos em linha nas demais rubricas, chamamos a atenção para mais uma crónica do jornalista e professor Edno Pimentel, disponibilizada em O Nosso Idioma, sempre à volta dos usos linguísticos de Angola: desta feita, foca-se a irregularidade do verbo dar e da sua flexão no presente do conjuntivo («que eu dê», e não «que eu deia», como também se ouve noutras regiões da lusofonia).

3. Ainda acerca dos plurais e continuando no contexto dos usos linguísticos de Angola, os Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá do português de Angola dedicam o 85.º episódio às regras de concordância do português, diferentes das estabelecidas para as línguas nacionais do país, de origem banta – o que leva, amiúde, à ocorrência de frases como «os carros estão parado», em vez de «os carros estão parados». O 86.º episódio dá a conhecer a história da palavra garimpo, que, das suas origens brasileiras, chegou ao português angolano para formar a expressão «garimpo de água», designação do furo que se faz ilegalmente na rede de distribuição de água. O programa Mambos da Língua... é uma realização da Rádio Nacional de Angola, com a  colaboração do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

4. Por último, cumpre assinalar neste dia, no ensino básico e secundário de Portugal, o recomeço das aulas, este ano marcado pela plena entrada em vigor das novas diretivas materializadas pelo Programa e pelas Metas Curriculares de Português do Ensino Básico; igualmente passa a vigorar um novo programa na disciplina de língua materna no 10.º ano do ensino secundário, o qual depois abrangerá o 11.º ano no ano letivo de 2016/2017 e o 12.º ano em 2017/2018 (ver calendário de implementação). A professores e alunos, que tanto incentivo dão ao Ciberdúvidas sempre que nos procuram para esclarecimentos sobre gramática, desejamos um excelente ano letivo, repleto de concretizações e experiências enriquecedoras.

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1. Se o significado das palavras fosse espelho das coisas e das situações, como seria simples falar da vida. Só que o léxico não é mero repertório de etiquetas: na verdade, cada vocábulo marca também crenças e atitudes características de uma cultura e definidoras de perspetivas que ditam decisões e rumos de ação com inevitável impacto social e político. O consultório ilustra isso mesmo, com uma resposta sobre o uso de refugiado, palavra frequentemente rasurada nas notícias, que a confundem com o termo migrante (ou imigrante), em referência mais anódina aos sírios e iraquianos que fogem à guerra.* Na rubrica Nosso Idioma, o jurista português Miguel Faria de Bastos tece algumas considerações à volta da noção jurídica de refugiado. E, já que se fala de impropriedades do discurso mediático, em contexto político, convém mencionar igualmente outros equívocos detetáveis no que se diz e escreve à volta da campanha para as eleições legislativas que se realizam em Portugal, no dia 4 de outubro p. f. Recordemo-los: o abuso de "plafonamento," em lugar de «teto ou limite (de despesas, de crédito)»; o frente a frente, que ocorre indevidamente hifenizado; a "precaridade", uma deturpação já clássica de precariedade; a má utilização da sigla da coligação Portugal à Frente (PàF, e não "PAF", tal como Banco de Portugal é BdeP, e não "BDP")**.

* Observe-se que a página de Facebook que promove o apoio a estes refugiados mostra um erro: lê-se aí "bemvindos", quando a forma correta é bem-vindos.

** Como observa o Instituto Português da Qualidade, «[e]m regra, não se representam artigos, preposições, conjunções nem advérbios na sigla. As siglas não deverão, em princípio, incluir as iniciais». No entanto, têm ocorrido algumas mutações (ler esta resposta), muitas vezes em consequência da proliferação de siglas e da necessidade de as diferenciar, as quais permitem inserir as iniciais de palavras das referidas classes gramaticais, mas representadas com inicial minúscula.

2. No consultório, espaço ainda para um regionalismo – «ao dependuro» –, que Camilo Castelo Branco não se esqueceu de exibir na vertigem da sua prosa torrencial. Na Montra de Livros, apresentam-se três obras destinadas a quem aprende português ou pretende conhecê-lo bem para o falar e escrever com correção. Temos, portanto:

– no âmbito da aprendizagem do português como língua estrangeira, uma nova versão adaptada para alunos de nível intermédio, da autoria de Ana Sousa Martins, da extraordinária saga que é a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto (c. 1510-1583) ;

– no intuito de abrir a gramática a todos, agora com novos casos sujeitos ao crivo do juízo normativo, Sandra Duarte Tavares regressa com 500 Erros mais Comuns da Língua Portuguesa;

– de Sandra Duarte Tavares também, em coautoria com Sara de Almeida Leite, Pares Difíceis da Língua Portuguesa, um dicionário de parónimos que retoma uma tradição da gramática prescritiva que andava esquecida em Portugal.

3.  A atividade do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa não se confina a estas páginas e busca constantemente formas de colaboração que se traduzam em iniciativas em prol do esclarecimento e da divulgação de temas da nossa língua comum, onde quer que ela se fale. É o caso de Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá da língua portuguesa, programa produzido pelo Ciberdúvidas para a Rádio Nacional de Angola, que tem novos episódios: o que significa «ter minhocas na cabeça» (83.º episódio)?  E qual é o plural de gravidez (84.º episódio)?

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Regressamos neste dia, já nas condições referidas anteriormente, ou seja, com uma Abertura semanal, sempre às segundas-feiras, em que damos relevo não só aos conteúdos publicados nestas páginas, mas também à atualidade que diga respeito à língua portuguesa. Não deixaremos de assinalar nos Destaques (na página principal, logo abaixo da Abertura), todas as respostas e os artigos que entrarem em linha ao longo da semana.

1. Com incidência na vida das palavras, temos:

– Nas Notícias, a sinopse de Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá da Língua Portuguesa, um programa que o Ciberdúvidas produz para a Rádio Nacional de Angola, acolhe novas ligações para mais episódios: qual será a origem da palavra minhoca (81.º episódio)? E que quererá dizer a frase «cada cavadela, sua minhoca» (82.º episódio)?

– Na Antologia, a arte da palavra em dois autores clássicos, de novo recordados: o elogio ao idioma português que António Ferreira (1528-1569) incluiu na sua "Carta a Pêro Andrade Caminha" (in Poemas Lusitanos); e, de Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622), um conhecido excerto da obra Corte na Aldeia, no qual, depois de encarecidas as qualidades da nossa língua, se criticam quantos, no começo do século XVII, a traziam «mais remendada que capa de pedinte».

– No Nosso Idioma, a propósito da cobertura mediática da campanha eleitoral que decorre em Portugal, um comentário visa enquadrar a flexão e a atual grafia de frente a frente, expressão que denomina um debate entre duas pessoas.

– No consultório, além do esclarecimento de dúvidas a respeito da pronúncia do substantivo período, da grafia da locução «de uma ponta à outra» e da abreviatura de diáconos, focam-se outras questões: as orações consecutivas («gritou tanto que ficou rouco») comportam-se como as outras orações adverbiais? Como se usa o verbo fruir numa frase? E o que vem a ser um anólis?

2. A atualidade política em Portugal – por via das eleições legislativas  de 4 de outubro p.f. – trouxe à tona, de novo, o galicismo plafond e dos seus derivados (plafonamento, plafonar, plafonável, etc.). Foi o que se (ou)viu no debate televisivo entre os líderes dos dois maiores partidos políticos, Pedro Passos Coelho (PSD) e António Costa (PS) – justificando-se, por isso, uma chamada de atenção nos Destaques (ver em baixo, na página principal, depois desta Abertura) para uma crónica em arquivo na rubrica Pelourinho. Leva a assinatura do jornalista Wilton Fonseca, com uma nota entretanto acrescentada (e nos demais textos relacionados sobre o mesmo tema), a partir de um comentário transcrito do "Expresso" Diário, da autoria do seu editor executivo, Pedro Santos Guerreiro, a propósito das expressões «plafonamento vertical» e «plafonamento horizontal», utilizadas nesse desse frente a frente televisivo.

3. Já no âmbito da promoção e projeção da língua portuguesa, fica aqui a devida referência:

– em Macau, de 10 a 12 de setembro p.f., ao “Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Língua Portuguesa na Ásia”, iniciativa do Instituto Português do Oriente que reúne representantes da rede de Ensino de Português no Estrangeiro em universidades da Coreia do Sul, da Índia, da Indonésia, da República Popular da China, da Tailândia e do Vietname (mais informação aqui);

– às notícias sobre a presença do português em 83 escolas públicas do ensino básico do Uruguai, país que atribui à nossa língua o estatuto de segundo idioma local na faixa do seu território que faz fronteira com o Brasil (sobre a importância do português no Uruguai, ler também as Aberturas de 23/09/2009 e 31/07/2015).

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O Ciberdúvidas vai alterar a frequência das suas atualizações a partir de 7 de setembro, limitando-as a uma por semana, sempre às segundas-feiras. Esta mudança decorre do agravamento das consabidas dificuldades que, muitas vezes ameaçando o nosso persistente trabalho de 18 anos, teimam em afetar-nos. Para nossa contrariedade, os constrangimentos repercutem-se desta vez nos recursos mobilizados para a gestão destas páginas. Com as inerentes e acrescidas dificuldades, prosseguiremos até quando for possível este empenho na divulgação, no esclarecimento e no debate de tudo quanto respeita à língua portuguesa, acompanhando quantos, em todo o mundo, desejam conhecê-la bem para melhor falar e escrever.

Nesta data, deixamos, entretanto, três novas perguntas que vêm somar-se ao extenso arquivo – mais de 33 000 respostas – do consultório do Ciberdúvidas:

– na frase «vá, gira!», ocorrem dois imperativos seguidos, ou não?

– com o substantivo interpelação, usa-se a preposição de, ou a?

– está correto dizer-se «pronunciaram-se favoravelmente ao pedido»?

[Refira-se ainda que, a propósito da manifesta hesitação na grafia de frente a frente, na aceção de «debate», por parte dos media em Portugal, atualizámos três respostas em arquivo (aquiaqui e aqui) com uma nota em que se sublinha que, ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não se hifeniza essa expressão, quer se use como substantivo («fizeram um frente a frente» ), quer ocorra como locução adverbial («encontraram-se frente a frente»). Acrescente-se que o substantivo ou locução substantiva frente a frente – embora pertença a um tipo de compostos (dia a dia, corpo a corpo) sujeitos a oscilações quanto à sua pluralização (cf. Dicionário Houaiss) – terá a mesma forma no plural, atendendo ao modelo de porta a porta, «contacto pessoal direto, feito de casa em casa» (cf. dicionário da Academia das Ciências de Lisboa), que marca singular e plural («o/os porta a porta»). Tal parece ser a posição do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, quando classifica frente a frente como «substantivo masculino de dois números» (outras fontes dicionarísticas são omissas sobre a flexão deste item lexical). Também o nosso saudoso consultor F. V. Peixoto da Fonseca considerava que a expressão não pluralizava. Afigura-se, portanto, adequado o emprego de frente a frente sem alteração no plural.]

Também não deixaremos de atualizar todas as demais rubricas, como é o caso dos artigos que vão sendo disponibilizados regularmente nas Controvérsias, no Nosso Idioma ou no Pelourinho. Os conteúdos que, ao longo da semana, entrarem em linha ficarão devidamente assinalados e acessíveis nos Destaques (ver mais abaixo) – enriquecendo o vasto e diversificado arquivo do Ciberdúvidas de cerca, já, de 40 mil textos, no total, de fácil e rápido acesso.

E, semanalmente, continuaremos a informar sobre os novos temas dos programas de rádio produzidos pelo Ciberdúvidas, a saber:

– Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá do português de Angola, programa realizado numa parceria do Ciberdúvidas com a Rádio Nacional de Angola (para aceder aos novos episódios, ver mais abaixo, nos Destaques);

– o programa Língua de Todos, que, na sexta-feira, dia 4 de setembro, às 13h15*, na RDP África (com repetição no dia seguinte, 5 de setembro, depois do noticiário das 9h00*), pergunta à nossa consultora Sandra Duarte Tavares: qual a diferença entre neologismos, estrangeirismos e empréstimos?

– e o Páginas de Português, cuja emissão de domingo, 6 de setembro (às 17h00*, na Antena 2), regressa ao tema do Acordo Ortográfico com uma crónica de Ana Sousa Martins.

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Como temos vindo a anunciar, eis-nos de regresso em 1 de setembro, para retomarmos as atualizações regulares destas páginas, sempre no intuito de divulgar, esclarecer e debater os muitos temas relacionados com as normas e os usos que definem o português onde quer que ele se fale e escreva. Neste dia, dando precisamente testemunho dos desafios enfrentados pela nossa língua comum na atualidade, ficam em linha novos artigos e novas respostas, a saber:

– Começando pelo Pelourinho, transcrevemos um texto publicado no jornal Público em 29/06/2015 e da autoria de João André, professor português a trabalhar no Reino Unido, a propósito da expressão «Lisbon South Bay», disparatado anglicismo com o qual pretendem rebatizar, para fins promocionais, uma região da Grande Lisboa, à beira-Tejo – a chamada Margem Sul, também tradicionalmente conhecida como «a Outra Banda».

– No Correio, um consulente queixa-se de dois erros inadmissíveis em programas de televisão: usar incorretamente ponto em vez de vírgula, quando se escrevem números decimais; e a irritante confusão do futuro do conjuntivo com o infinitivo pessoal quanto se usa ter ou os seus derivados (por exemplo, manter).

– Na rubrica Controvérsias, sobre a exclusão do português do sistema de patentes da União Europeia, disponibilizamos mais um artigo do ex-deputado português José Ribeiro e Castro, completando a réplica que este deu à opinião que polemicamente manifestou sobre o assunto o eurodeputado Paulo Rangel, ao resumir a posição de Ribeiro e Castro a uma «bravata serôdia» (texto também em linha aqui).

– Em O Nosso Idioma, uma crónica do professor e jornalista angolano Edno Pimentel centra-se na troca da grafia têm, correspondente à 3.ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter, pela forma incorreta "tenhem".

– No consultório, aprende-se a pronunciar um nome que vem do tempo dos faraós, explica-se a razão por que cafezinho não tem acento gráfico e indica-se o plural do adjetivo pró-social.

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Durante o presente mês de agosto – período de férias escolares em Portugal –, o Ciberdúvidas fica com toda a sua atividade interrompida, estando de volta no dia 1 de setembro, já com o consultório em pleno funcionamento e as atualizações diárias das demais 12 rubricas que o integram.

Até lá  como sempre, desde há 18 anos , deixamos disponível a consulta permanente do vasto e diversificado arquivo do Ciberdúvidas, na ordem, já, de 40 mil respostas e outros textos à volta da língua portuguesa em todos os países e regiões que a têm como idioma oficial.

A este propósito, recordamos aqui a forma de mais facilmente se aceder ao que se queira encontrar em linha no Ciberdúvidas. E é muito e variado...

Entretanto, nos Destaques (em baixo), sempre que for caso disso, deixaremos aí assinalados registos de atualidade e de relevância informativa para quantos queiram saber sempre mais sobre a língua portuguesa  a razão de ser deste portal.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Durante todo o mês de agosto, o Ciberdúvidas interrompe por completo a sua atividade, assinalando-se apenas nos Destaques (ver mais abaixo) o que for de registo de atualidade (caso dos programas de rádio Língua de TodosPáginas de Português e Mambos da Língua) ou algum texto de maior relevância respigado de outras plataformas. Contudo, antes da tradicional pausa de verão, sugerimos ainda uma breve exploração dos curiosos fenómenos que alteram ou distorcem a nossa língua comum. Assim:

– fazemos aqui uma chamada de atenção para um exemplo talvez menos conhecido do contacto do português com o espanhol: trata-se do dialeto falado ao longo da fronteira do Uruguai com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul (o chamado «portunhol riverense»), cuja candidatura à classificação de Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO foi recentemente anunciada;

– não deixando de lembrar que, no "economês", a palavra tem história antiga, assinalamos o regresso, à ribalta mediática, de um híbrido de plafond, plafonamento, à boleia do texto do programa da coligação PSD-CDS, com vista às próximas eleições legislativas em Portugal (para formas de configuração mais portuguesa, ver outras respostas aqui e aqui, bem como os artigos que abordam o termo no Pelourinho);

– em O Nosso Idioma, um apontamento faz a contextualização do uso do anglicismo cluster no discurso mais ou menos especializado, procurando avaliar algumas formas vernáculas em alternativa ao estereotipado "portinglês" de certas áreas de atividade;

– continuando na mesma rubrica, disponibiliza-se uma reflexão do crítico e professor universitário portguês António Guerreiro sobre a aceitação acrítica da linguagem política por parte dos agentes da comunicação jornalística – como acontece quando a palavra reforma ocorre hoje num sentido completamente contrário ao que lhe foi em tempos atribuído;

– por último, também em O Nosso Idioma, Edno Pimentel alerta para o perigo da generalização de certas regras gramaticais, numa crónica acerca da deturpação de palavras acabadas em -s no singular ("lápi", ""pir", em vez dos corretos lápis e pires, respetivamente), erro recorrente entre alguns falantes de Angola.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Quando Camões diz que «Amor é ferida que dói, e não se sente», os menos sensíveis às liberdades poéticas acham que estas palavras estão em contradição, porque não há dor que não se sinta. O facto é que, fora da esfera literária, em referência mais objetiva à realidade, somos surpreendidos por expressões cujos termos entram em colisão semântica, gerando ilogismos. Podemos considerar, com ironia ou desejo paradoxal, que alguém é um «belo monstro», mas há pouca volta a dar a um «donativo "obrigatório"» ou a uma «tragédia "humanitária"». Do ponto de vista lógico, uma construção deste tipo chama-se geralmente «contradição em termos» – mas há boas razões para que a forma mais correta desta designação seja antes «contradição de termos» ou «contradição nos termos», como argumenta o nosso consultor Gonçalo Neves numa nova resposta. A propósito, recorde-se que, embora o consultório se encontre encerrado até 1 de setembro, continuamos a pôr em linha material que espera publicação ou que, respigado da atualidade mediática,  justifica a sua disponibilização por ter a língua portuguesa como tema.