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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

 

Uma atualização sobretudo dedicada ao nascimento, duração e efemeridade das palavras. Assim, na rubrica O Nosso Idioma, disponibilizamos uma crónica do escritor e professor universitário Fernando Venâncio sobre a diferente sorte de muitos neologismos surgidos nas últimas décadas, havendo alguns de vida efémera, que, apesar de expressivos e conceptualmente úteis, não lograram ancorar-se na língua (artigo original publicado na revista Ler de dezembro de 2013). No consultório, revisitam-se palavras e locuções de uso mais consolidado, a propósito da sua grafia, do seu significado ou da sua dicionarização.

 

 

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Manda a tradição popular que este dia seja dedicado aos Reis Magos. Encerra-se, pois, o ciclo festivo do Natal para dar lugar ao trabalho em pleno, e é tempo de disponibilizar o formulário para envio de dúvidas, deste modo, possibilitando que o consultório volte às atualizações regulares. Então, para recomeçar, pergunta-se:

– Porque se diz que verbos como dar, ter ou pedir são irregulares?

– Com referência a um texto, epígrafe e sumário designam o mesmo?

– Que significado pode atribuir-se à sigla e. a.?

E, aludindo ao começo de um novo ano, recordemos um texto de Regina Rocha:  O calendário e os meses do ano.

 

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No começo de um novo ano, tornou-se tradição a comunicação social dar conta das várias palavras mais consultadas em dicionários em linha durante os doze meses anteriores. Assim, soube-se que poder foi a palavra mais procurada no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa; seguiram-se ser e resiliência (palavra associada a resistência, adaptação e eventualmente paciência). Dada a grave crise que se vive em Portugal, é inevitável propor interpretações sobre o que leva os utilizadores dos dicionários a pesquisar estas palavras; mas, sobre o lugar de poder nesta listagem, a explicação pode ser bem trivial: a necessidade de verificar a respetiva conjugação e a sua ortografia, como  se comenta num artigo do jornal Público, de 2/11/2014.

Também uma iniciativa da Porto Editora é notícia: depois da apresentação pública de uma lista das várias palavras que mais em foco estiveram no ano de 2013, anuncia-se que a mais votada foi bombeiro, na verdade, uma justa homenagem aos muitos bombeiros que sucumbiram no combate aos incêndios registados no verão do referido ano em Portugal. Outras palavras que os portugueses não esqueceram: irrevogável, adjetivo que sofreu uma original inversão semântica por ação de um membro do Governo; e inconstitucional, outro adjetivo frequentemente empregado a propósito dos acórdãos do Tribunal Constitucional sobre as medidas de austeridade que o executivo português pretende impor.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Enquanto o formulário para envio de perguntas se mantém bloqueado (volta a estar acessível a partir de 4 de janeiro de 2014)*, continuamos a pôr em linha artigos sobre a atualidade do nosso idioma comum. Desta vez, contribuindo para um balanço do que se publicou em Portugal, em 2013, para um conhecimento mais aprofundado do português, recordamos na Montra de Livros duas obras importantes: uma será com certeza uma referência fundamental para a descrição gramatical nos próximos anos – trata-se da Gramática do Português da Fundação Calouste Gulbenkian, um trabalho gigantesco, coordenado pelos linguistas portugueses Eduardo Paiva Raposo, Fernanda Bacelar do Nascimento, Maria Antónia Mota, Luísa Segura, Amália Mendes, entre outros; o segundo livro a salientar, elaborado pelo escritor Adalberto Alves, explora a relação do português com o árabe – é o Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, editado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Nas demais rubricas, assinalamos um artigo da jornalista Rita Pimenta, no qual é relembrada a diferente forma de escrevermos boas-festas, com hífen, e boas festas, sem hífen (texto original saído no Público); e, no consultório, importa ainda dar relevo a novas respostas sobre a locução «sendo que», a expressão «cantar os parabéns» e as terminações da 3.ª pessoa do plural.

* Para assuntos fora do âmbito linguístico, recorra-se, por favor, aos contactos indicados aqui.

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Enquanto se acaba 2013 e o novo ano é uma expetativa, propomos:

– insistir na importância da revisão dos textos jornalísticos, com um comentário conjunto de Paulo J. S. Barata e José Mário Costa, no Pelourinho;

– terminar com algumas hesitações relativamente ao uso de formas verbais da 3.ª pessoa do plural, da locução «sendo que» e da palavra parabéns – tudo tópicos da nova atualização do consultório;

– na rubrica O Nosso Idioma, refletir sobre a necessidade de promover o português como língua científica, conforme defende o professor universitário português Mário Vieira de Carvalho no artigo Língua Portuguesa e Ciência, dado à estampa no jornal Público;

– finalmente, na mesma rubrica, relembrar a diferente forma de escrevermos boas-festas (com hífen) e boas festas (sem hífen), graças a uma crónica da jornalista Rita Pimenta (texto original saído no Público).

Note-se que, apesar de o formulário para envio de perguntas se encontrar inacessível até 4 de janeiro de 2014, não nos dispensamos de pôr em linha respostas ou outros textos, como é o caso deste dia. Para assuntos fora do âmbito linguístico, recorra-se, por favor, aos contactos indicados aqui.

Os votos de um ótimo 2014, com mais e melhor língua portuguesa – a começar no  bê-á-bá.

 

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Em O Nosso Idioma, Paulo J. S. Barata traça a história de mandatório, um decalque do anglicismo mandatory, «obrigatório». Na mesma rubrica, Edno Pimentel fala sobre um desvio no uso do verbo nascer no português coloquial de Angola (texto original publicado em 26/12/2013, no semanário Nova Gazeta). E, na Montra de Livros, apresenta-se a nova edição do Dicionário de Falares Alentejanos, de Vítor Fernando Barros e Lourivaldo Martins Guerreiro. Finalmente, no consultório, dá-se relevo às contrações das preposições a, de, em e por com determinadas classes de palavras, ao valor locativo do verbo ser e à identificação do verbo corrspondente ao substantivo prospetiva.

Lembramos que, embora o formulário para envio de dúvidas se encontre indisponível durante a pausa de Natal que termina em 4 de janeiro de 2014, continuamos a pôr em linha material que aguardava divulgação, como respostas e outros artigos. Para assuntos fora do âmbito linguístico, devem os nossos consulentes utilizar os contactos indicados aqui.

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É Natal, e a aproximação do ano novo leva-nos a recuperar a esperança e a verbalizá-la com promessas, orientações e vaticínios: «farei», «vais fazer», «hão de fazer». Aludindo ao uso de haver como auxiliar e ao erro de longa tradição que constitui a forma "hadem", em lugar da normativa hão de, a rubrica O Nosso Idioma divulga um texto do jornalista e poeta Luís Carlos Patraquim, que transforma a referida incorreção num símbolo da crise que se vive em Portugal.

Mas, fugindo de pensamentos sombrios por um momento, para regressar às luzes da quadra festiva, ubíquos como a árvore de Natal e o presépio, reencontramos velhos erros:

– o plural incorreto «os pais natal» (Pai Natal, em nome próprio) – a expressão correta é «os pais natais»;

– o emprego da forma filhós, que tem o plural filhoses – trata-se de um uso popular, mas, à luz da norma, deve dizer-se filhó no singular e filhós no plural.

Entretanto, lembramos que até 4 de janeiro de 2013 fica bloqueado o acesso ao formulário para envio de respostas. Contudo, continuamos a publicar material que aguardava publicação ou cuja atualidade merece divulgação.

Uma consoada cheia de filhós e de pais natais!

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Em Lisboa, a Assembleia da República adiou a discussão da petição pública  que reclama a desvinculação de Portugal do Acordo Ortográfico de 1990 (AO). Ao que se sabe, será marcada nova data em 2014, apreciando-se igualmente na altura um projeto de resolução subscrito pelos deputados Ribeiro e Castro, Michael Seufert (ambos do CDS) e Mota Amaral (PSD),  em que propõem «a criação urgente» de um novo grupo de trabalho – o anterior já foi extinto – sobre a aplicação do acordo de 1990, em Portugal, para reavaliar a situação e adotar, «eventualmente, as medidas de revisão ou de reajuste que consensualmente possam impor-se». 

Sobre este assunto, a rubrica Acordo Ortográfico disponibliza a carta que Gilvan Müller de Oliveira, diretor executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), enviou aos deputados portugueses no sentido de negar certas notícias. Desse documento, salientamos duas passagens:

 • «O Acordo Ortográfico é [...] uma afirmação de comunhão para o futuro que deve transcender a discussão de questões técnicas isoladas que pertencem ao domínio técnico e no domínio técnico estão a ser resolvidas, como previsto no tratado firmado por todos os Estados que partilham o português como língua oficial.»

• «Os dois professores brasileiros que estiveram em Portugal não são "representantes do Senado [brasileiro], como se tem tentado fazer crer em alguma imprensa. São dois cidadãos individuais, ligados a iniciativas privadas (sobretudo do ensino), que foram ouvidos por uma comissão no Senado Brasileiro no âmbito de uma sua proposta de revisão radical da ortografia portuguesa e enviados a Portugal para conhecerem a situação no país quanto à aplicação do Acordo Ortográfico. De qualquer forma, nem o Senado brasileiro se pronunciou, como um todo, contra ou a favor do Acordo Ortográfico, nem o Senado poderia vincular ou desvincular o Brasil de um tratado internacional como o Acordo Ortográfico.»

E, para clarificar o que, efetivamente, se passa no Brasil quanto ao processo de aplicação do AO – onde não houve «recuo» nenhum, nem muito menos «a suspensão» da sua aplicação (como alguma imprensa portuguesa tem veiculado, recorrentemente), mas, tão-só, a prorrogação, por mais dois anos, do prazo de transição para a sua adoção obrigatória no país –, leia-se também o artigo do embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, publicado a 9 de outubro p.p. no "Diário de Notícias":

«Em 2012, o Brasil aprovou a prorrogação, até 2015, do prazo de transição para adoção integral do AOLP. A intenção do Governo correspondeu a uma adequação dos prazos para torná-los compatíveis com a tarefa de adaptar a grafia do português em um país com 200 milhões de habitantes e com dimensões continentais. Ademais, procurou o referido ato ajustar o ritmo de implementação do AOLP ao compasso dos demais países da CPLP. Tratava-se de conceder mais tempo ao convívio entre as regras novas e antigas. As regras do Acordo Ortográfico já vigoram no Brasil, sendo amplamente utilizadas nos órgãos públicos, nas escolas, na imprensa e nas indústrias culturais.»

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«É só mais um bocadinho...» – ouve-se em Portugal, como quem diz «se faz favor». Mas entre falantes angolanos, sobretudo da província de Benguela chega mesmo a ser marca de cortesia, conforme salienta Edno Pimentel em mais uma crónica disponibilizada em O Nosso Idioma, sobre a convivência entre norma e uso no português de Angola (texto original publicado no semanário Nova Gazeta de 19/12/2013). No consultório, retomam-se tópicos relativos ao léxico, à morfologia e à sintaxe da nossa língua comum, apesar de o formulário para envio de dúvidas se encontrar indisponível durante a pausa de Natal que termina em 4 de janeiro de 2014. É que, recorde-se, continuamos aqui a dar resposta a perguntas que aguardavam vez, além de que vamos pondo em linha artigos vários nas demais rubricas. Para assuntos que não digam respeito a dúvidas linguísticas, poderão os nossos consulentes utilizar os contactos aqui indicados.

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Circunlóquio, pleonasmo, redundância, tautologia – eis as denominações de um problema de elaboração do pensamento com devastadoras repercussões no estilo e na inteligibilidade do discurso. É certo que por pleonasmo se entende também um efeito com valor expressivo (daí a legitimidade do famoso «vi claramente visto» de Camões), mas, em O Nosso idioma, Paulo Barata apresenta uma série de casos de repetição inútil, sem enriquecimento semântico. Igualmente sobre o bom uso do léxico e da pontuação são duas das novas respostas, nas quais se discutem ainda questões de sintaxe, morfologia e classes de palavras.

Recordamos que, durante a pausa de Natal e até 4 de janeiro de 2014, o formulário para envio de dúvidas fica indisponível. Não obstante, continuamos aqui a pôr em linha material que aguardava publicação, como artigos e respostas. Para assuntos que não digam respeito a dúvidas linguísticas, poderão os nossos consulentes utilizar os contactos aqui indicados.