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O erro crasso no “Bom dia Portugal”

A RTP 1 saúda diariamente os seus telespectadores com um “Bom dia Portugal”, através de um  programa informativo que ocupa as manhãs da televisão pública.

Fá-lo, contudo, de forma displicente, insatisfatória. Refiro-me à ausência de vírgula entre a saudação matinal e Portugal, a qual pode passar despercebida ao olho menos atento, mas que, na verdade, dá origem a um erro sintáctico crasso: estando em posição de vocativo, o nome Portugal deverá ser obrigatoriamente separado por vírgula.

O vocativo é o termo sintáctico que representa a pessoa a quem o emissor se dirige. Este termo provém do latim vocativu (que, por sua vez, provém do verbo vocare: «dirigir a palavra a alguém») e deve ser sempre separado dos outros elementos por uma vírgula.

E desengane-se quem julga que a vírgula é um adereço meramente estilístico. A presença ou ausência de uma vírgula pode alterar o significado de uma frase:

— Cumprimentaste o professor Manuel?
— Cumprimentaste o professor, Manuel?

 

Assim, para que a saudação da RTP faça sorrir os portugueses, dia após dia, o nome do programa deverá incluir este nobre sinal de pontuação, passando assim a ser: «Bom dia, Portugal!».

 

Cf.  A Crasso o que é erro de Crasso 

 

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