Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Acordo Ortográfico Controvérsias
Questões relativas ao Acordo Ortográfico.
O <i>Expresso</i> e o Acordo Ortográfico

O editorial do Expresso de 1 de Dezembro estranha aquilo a que chama a minha defesa do proteccionismo como modelo, no tocante ao Acordo Ortográfico. E, face ao lead que o encima, terei de ver a minha posição displicentemente catalogada nos "nacionalismos balofos".

Diz Vasco Teixeira, da Porto Editora, citado no "Público", que os brasileiros têm um problema. Que problema? Terem um mercado interno de mais de 188 milhões, crescentemente alfabetizado? Terem maior protagonismo mundial e por isso ser mais interessante para os países africanos adoptar essa norma ortográfica?

Há talvez 15 anos que se discute o novo acordo ortográfico da língua portuguesa e eu continuo a ouvir dizer que deveríamos respeitar a ortografia "natural" de cada país. O que isto tem de extraordinário é as pessoas acreditarem que a ortografia é "natural". Pois bem, não só a ortografia não é "natural" como a intenção é precisamente a de não acompanhar a naturalidade com que se fala. Se assim fosse, os portuenses escreveriam "Puârto" e os lisboetas "Ljboa". Os cariocas não escreveriam "boa no...

As opiniões continuam tão divididas como dantes: o motivo é Acordo Ortográfico, ou seja, 1,8% de alteração dos hábitos ortográficos dos portugueses. De qualquer maneira, parece haver um ponto sem retorno: o protocolo de 2004 dá como suficiente para a entrada em vigor do Acordo Ortográfico a ratificação por apenas três países. Em 2006 essa condição ficou satisfeita, com a assinatura do Brasil, Cabo Verde e São Tomé. Leia-se o dossiê publicado...

Em 1911, pouco tempo depois da implantação da República, houve força suficiente para que a revolução chegasse também à língua, numa altura de quase discricionariedade na escrita, com o uso das letras dobradas, do ph, do ye de outras heranças etimológicas com que se mostrava erudição individual. A resistência dos conservadores foi enorme; há testemunhos escritos, hoje considerados caricatos.

Finalmente, Portugal vai ratificar o acordo ortográfico. Para quem clama que isso é uma desgraça, o passado tem grandes lições. E o futuro não está nos nacionalismos balofos

Parece que desta vez é a sério e que o acordo ortográfico vai ser mesmo aprovado. Para alguns, que se consideram puristas da língua, é uma tragédia. Esquecem-se que já escrevemos, noutros tempos, ‘ortographia’, ‘lyrio’, ‘mãi’, ‘pae’, ‘prompto’, ou mesmo ‘phleugma’ (fleuma). Vasco Graça M...

Por A.P.C.

«O acordo mantém as diferenças, não vai unificar nada. Estão a substituir umas diferenças por outras», argumenta Inês Pedrosa, citando os casos em que permanece uma grafia diferente para a mesma palavra para ela ser o mais próxima possível da forma como é pronunciada (recepção no Brasil, onde se pronuncia o p, e receção em Portugal, onde não se pronuncia).

O grande argumento (que não é necessariamente a favor, mas simplesmente realista) é que Portugal já não pode recuar num acordo que já assinou, e que agora só tem que ratificar. O que dizem os seus defensores?

É o acordo possível

Este é, com as diferenças que consagra, o acordo possível neste momento histórico, diz Malaca Casteleiro, linguista da Academia das Ciências de Lisboa e um dos responsáveis pelo Acordo Ortográfico (está ligado ao processo desde...

«Os brasileiros têm um problema, nós não. Isto é um favor que a diplomacia portuguesa está a fazer à brasileira, e é triste que a língua sirva de moeda de troca» Vasco Teixeira, editor português

Passaram-se 17 anos e o Acordo Ortográfico entre os países de língua portuguesa — que, segundo anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, vai ser ratificado até ao final do ano, com uma moratória de dez anos para a entrada em vigor em Portugal — continua tão polémico como sempre.

Em teoria, as alterações previstas já transbordam para o quotidiano do Brasil. No plano das intenções, o país com 187 milhões de pessoas a falar português queria formalizar a entrada em vigor do Acordo Ortográfico já em 2008. E deu sinais nesse sentido. O desaparecimento do trema, por exemplo, foi decretado no final do ano passado. A extinção dos dois pontos em cima do u é um dos indícios dessa vontade. Na prática, o Brasil está à espera. O léxico diplo...