Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Acordo Ortográfico Controvérsias
Questões relativas ao Acordo Ortográfico.
Quem tem medo do Acordo Ortográfico?

  

  • Fernando dos Santos Neves, reitor da Universidade Lusófona do Porto, coloca em paralelo a reacção de resistência à entrada em vigor do Acordo Ortográfico com o medo generalizado de mudar aquilo que tem de ser mudado. Sugere que o fundamento de tais receios está num certo proteccionismo em relação ao português de Portugal.

Ler texto integral.

I - Introdução

Depois de o Governo português anunciar que vai também ratificar o novo acordo até ao fim de 2007, apareceram logo alarmistas a quererem mais debate público. Esquecem que o debate existe desde 1990, altura em que o novo acordo foi assinado. Já se sabe que todas as alterações na ortografia trazem sempre muitas resistências. A profunda Reforma de 1911 foi intensamente combatida.

Finalmente parece ter alargado o debate sobre o Acordo Ortográfico, dezoito anos após sua assinatura. De repente, muitas entidades alarmam-se e reclamam da ausência de discussão. Com razão. Só que algumas delas — como representantes de escritores e editores no conjunto lusófono — fazem parte dos que silenciaram o assunto.

Os modernos processadores de texto são uma grande ajuda para evitar erros ortográficos. Contudo, nem sempre estão perfeitos e, muitas vezes, temos necessidade de escrever uma nota à mão, sem essa ajuda.

Assim, é conveniente conhecer as normas ortográficas. Não é, porém, indispensável dominar completamente todas as indicações dessas normas para evitar erros de ortografia ou para notar que determinada escrita está incorrecta: basta conhecer as suas bases fundamentais. Indico a seguir alg...

Evanildo Bechara: «As mudanças foram muito modestas»

Um dos maiores conhecedores da língua portuguesa, o académico Evanildo Bechara, critica o acordo ortográfico de 1990, que, na sua opinião, não simplifica suficientemente as regras de emprego do hífen e ainda admite um número excessivo de casos de acentuação. Para Bechara, a Academia Brasileira de Letras e os países lusófonos deveriam unir-se para alterar "a filosofia" da reforma ortográfica.

Acordo ortográfico talvez sim

Ouro Preto (em Minas Gerais, Brasil) até poderia ser o cenário ideal para falarmos do assunto no fundo, a sede da primeira grande conspiração contra o domínio português e o palco onde foram expostos os restos mortais do supliciado Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é uma cidade que mantém a memória desse cruzamento entre Portugal e o Brasil. Foi aí que decorreu mais um Fórum das Letras, e que conto...

Português perde para ‘brasileiro’

 

A relevância do português tal como é falado em Portugal está ameaçada, e o século XXI pode marcar o ponto de viragem, com a variante falada no Brasil a transformar-se em língua de direito próprio, com espaço privilegiado nas instâncias internacionais.

Com este título de capa, publicou  o semanário Courrier Internacional (edição portuguesa), de 28 de Setembro de 2007, um extenso dossiê de textos de diversa proveniência sobre o Acordo Ortográfico: «Dezassete anos depois de ter sido assinado, o Acordo continua letra morta. E Portugal parece arrependido de o ter subscrito.»

Aqui ficam esses textos, com os devidos agradecimentos ao Courrier Internacional, assim como às demais publicações de onde eles foram transcritos.

Letra morta

Reforma absurda

(...)

A unificação ortográfica dos países de língua portuguesa, que vem sendo protelada desde a assinatura do acordo, em 1991, "pode nunca entrar em vigor". É o que admitiu o presidente da Comissão de Definição da Política de Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip), Godofredo de Oliveira Neto.

Um dos mais conceituados linguistas portugueses, Malaca Casteleiro, acusou ontem Portugal de estar a entravar o acordo ortográfico com os países lusófonos por um “medo estúpido” do domínio do Brasil. O linguista, que tem participado nas tentativas de acordo da unificação ortográfica nos países de língua oficial portuguesa, fala mesmo num “cisma” entre Portugal e Brasil que “se arrasta há mais de um sé...