Pelourinho O capitulacionismo à NATO Se NATO (North Atlantic Treaty Organization) é a sigla em inglês do que sempre foi em português OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), porque se há-de repetir o que dizem (e escrevem) os anglófonos, recusando, inclusive, a forma tradicional lusófona?! E se se prefere NATO em vez de OTAN, porque não, já agora, UN (United Nations) em vez de ONU (Organização das Nações Unidas), USA (United States of America) em vez de EUA (Estados Unidos da América), ou, até, UK (United Kingdom ) no luga... José Mário Costa · 26 de março de 1999 · 4K
Pelourinho «Interviu», «intervido» & «intrevisto» O verbo intervir deve ser a armadilha mais vezes tropeçada por quantos, letrados e menos letrados, se apanham a falar em público. Então, quando se trata de conjugar o pretérito perfeito na 1.ª pessoa [intervim] ou de empregar o seu particípio passado [intervindo], é, no mínimo, penoso ouvir tanta derrapagem... gramatical. Foi o que se (ou)viu, uma noite destas, na SIC, no megadebate televisivo "Levante-se a Justi... José Mário Costa · 11 de fevereiro de 1999 · 7K
Pelourinho Perguntem ao Senhor Euro Os jornalistas da televisão e da rádio insistem em abrir o o quando pronunciam a palavra euro. Esta pronúncia também parece ser a preferida pelos políticos, economistas e outros licenciados que intervêm nos audiovisuais. Porquê? Talvez porque o o de euro-, enquanto elemento de composição de palavras, se costuma abrir levemente. Por exemplo: /eu-rò-cra-ta/. O nome da nova moeda não é, contudo, um elemento d... João Carreira Bom · 4 de janeiro de 1999 · 3K
Pelourinho Os "partners" de Vera Jardim O ministro da Justiça, Vera Jardim, nas falas que a televisão lhe recolhe, não costuma empregar mal a Língua Portuguesa. Mas, há dias, saiu-se com uns "partners" injustificáveis. Só um presunçoso, que o ministro não é, pode empregar uma palavra estrangeira, quando tem uma palavra portuguesa - parceiro - com significado equivalente ao do termo inglês. Conheço gestores que dizem parceiros e se fazem entender muito melhor. O uso de estrangeirismos desnecessários empobrece a no... Teresa Álvares · 27 de novembro de 1998 · 2K
Pelourinho Barbarismo O barbarismo, até de tanto se ouvir por quantos têm obrigação de o evitar, já se tornou numa inevitabilidade. Mas nem por isso diminui o disparate, nem se absolve a ignorância. Se, no singular, o neologismo líder se pronuncia em Portugal /líder/ por que razão o plural não há-de ser /lídères/ (com acentuação esdrúxula, tal como /repórter/, /repórtères/)?! Com os telejornais portugueses de novo cheios com a recorrente c... José Mário Costa · 20 de novembro de 1998 · 3K
Pelourinho Mãozinha de anglófilo? Estamos, ainda (em Portugal), no rescaldo da atribuição do Prémio Nobel de Literatura a José Saramago. Natural, bonito, obrigatório mesmo para toda uma comunidade que viu finalmente chegada a hora de um escritor lusófono. Nada natural, nem bonito e perfeitamente dispensável é que, numa dessas celebrações (...) José Mário Costa · 16 de outubro de 1998 · 4K
Pelourinho Bem haja, José Saramago! Escreve tão bem como fala a Língua Portuguesa o Nobel da Literatura de 1998, José Saramago. Como se (ou)viu nas suas múltiplas e sempre tão estimulantes declarações às rádios e televisões portuguesas, no rescaldo da histórica consagração da Academia Sueca a um escritor lusófono. Até nesse pormenor da pronúncia da palavra Nobel. Eles, os locutores-jornalistas, os entrevistadores, os comentadores e os mil e um notáveis chamados a dar voz ... José Mário Costa · 9 de outubro de 1998 · 5K
Pelourinho // Anglicismos Portugueses que preferem o inglês ... em vez do seu idioma nacional Sobre uma revista intitulada City, um programa televisivo denominado Crossfire e um canal televivivo chamado Sport TV — tudo em Portugal —, neste apontamento crítico da autoria do jornalista José Mário Costa. José Mário Costa · 2 de outubro de 1998 · 3K
Pelourinho «Inglês Grã-Bretanha?» Faço um pedido aos jornalistas: não escrevam nem digam «Papua Nova Guiné». Não é maneira de designar um país. Este disparate, creio que importado do jornalismo norte-americano, equivale a chamar à Holanda «Holandês Países-Baixos» ou à Grã-Bretanha «Inglês Reino Unido», etc. Se quiserem gastar palavras em vão, digam Papuásia, Nova Guiné, ou Nova Guiné, Papuásia. Papuásia é o nome antigo, hoje substituído por Nova Guiné. Papua indica o indivíduo da etnia dos papuas, uma das q... Teresa Álvares · 24 de julho de 1998 · 3K
Pelourinho O médico e os «abórtos» Um médico do «não», ao comentar na SIC o referendo do passado domingo, pronunciou o plural de aborto com um o aberto que arrepia os puristas. A tendência, é certo, parece ser hoje a de abrir o o no plural, mesmo nos casos em que o plural conserva o o fechado do singular (como /dô-na/, /dô-nas/). Mas, creio, tal tendência é mais obra de doutores que ignorância de iletrados. A quem ouço /a-côr-do/, /a-cór-dos/ – erradamente – é a gente instruída (a... Teresa Álvares · 3 de julho de 1998 · 3K