Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«Enquanto o podermos fazer, fá-lo-emos – à custa da ruína económica do país.»
Miguel Sousa Tavares, Expresso de 14 de dezembro de 2013

«Programa do XIX Governo Constitucional elege, no plano do desenvolvimento dos recursos humanos da educação, a necessidade de uma seleção inicial de professores que permita integrar no sistema educativo aqueles que estão melhor preparados e vocacionados para o ensino, designadamente através da realização de uma prova.»

  Decreto-Lei n.º 146/2013 de 22 de outubro, Ministério da Educação e Ciência

Um decote (demasiado) ousado

O omnipresente inglês faz com que um creme ou loção corporal para usar depois da exposição ao sol, da marca Corine de Farme, se apresente em português (?!) como «Leite "after sun"», naquilo que pretende ser a tradução do inglês After sun milk… Confesso que...

«Encarar de frente» a pleonasmite
Uma paródia à linguagem superlativa

Nuno Abrantes Ferreira, cronista no "site" P3, identifica uma nova patologia, a "pleonasmite", num texto que, com a devida vénia, a seguir se reproduz. Tendo por referência usos verificados em Portugal e apesar de incluir como pleonásticos casos que o não são (devidamente assinalados no texto com notas), esta paródia do recurso  superlativo à linguagem pleonástica pode servir de reflexão geral – independentemente da nacionalidade ou latitude específica a que se circunscreve o original.

«É "desvastadora"»: assim se referiu à doença de Alzheimer um especialista naquela patologia, ao ser entrevistado no programa Bom Dia, Portugal*, da RTP 1, de 6 de novembro de 2013 (ca. das 8h50). E por duas vezes o fez!  Ora o que deveria ter dito era «devastadora», do latim devastāre, co...

O ex-jogador e ex-treinador de futebol do Olhanense, Abel Xavier, avançou recentemente com uma curiosa definição das palavras treinador («aquele que treina a dor»), lutador («aquele que luta com a dor») e vencedor («aquele que vence a ...

Dois erros de vão de escada

«(…) Justiça brasileira emitiu mandato de captura, mas o general Kanganba desmentiu o seu envolvimento numa rede de tráfico de brasileiras para a Europa.

Carlos Abreu  20:50 Sexta, 25 de Outubro de 2013

Fonte oficial falou à agência de notícias Angola Press em nome do general Kangamba

Não foi realmente um momento áureo aquele que o político português (PSD) José Luís Arnaut protagonizou no seu comentário semanal na Antena 1 quando, sobre as críticas a um documento da Comissão Europeia sobre o papel do Tribunal Constitucional, referiu:

«E depois toda esta áurea de virgens púdicas e ofendidas relativamente àquela que é, hoje em dia, a vaca sagrada do sistema: o Tribunal Constitucional» (Conselho Superior, Antena 1, 21 de agosto de 2013)

Vi há umas semanas na TVI uma reportagem do mundo da moda e impressionou-me a avassaladora quantidade de anglicismos que a linguagem das intervenientes, inclusive da jornalista, incorpora. Em sete minutos de reportagem e menos de prosa contei 18! Pode-se mesmo dizer que a frequência dos anglicismos é nalguns momentos quase frase sim, frase não, e nalguns casos chega mesmo a bisar na mesma frase...

Introito:

«Era possível a qualquer apanhar com o palavrão na cara e ficar coberto de peste.»

Perdoem-me os mais sensíveis, mas não pude deixar de pensar neste excerto do conto «A palavra mágica», de Vergílio Ferreira.

Cronologia: