Pelourinho "Pouco passava das seis e meia da tarde" «As escaramuças verificaram-se quando as claques do Porto (…) chegaram, à zona do Estádio da Luz, pouco passavam das seis e meia da tarde.»1 O verbo passar tem de ficar no singular, pois o termo «das seis e meia da tarde» é apenas um seu complemento, um complemento preposicional. Logo: «As escaramuças verificaram-se quando as claques do Porto aqui chegaram, à zona do Estádio da Luz, pouco passava das seis e meia da tarde.» Maria Regina Rocha · 2 de abril de 2007 · 2K
Pelourinho Sem defesas O leitor José Rui Amaral escreveu-nos e trouxe para reflexão, neste espaço, o problema da ausência de uma entidade reguladora para a língua portuguesa. Deu como exemplos o uso de facilidades com o significado de serviços - uma tradução inválida do inglês facilities. Apresentou também como exemplo o termo dispensador, equivalente a distribuidor. Ana Martins · 31 de março de 2007 · 3K
Pelourinho Precariedade «Ficou cumprido o objectivo: no dia da juventude, e para assinalar a data, milhares de jovens aprovaram uma resolução contra a precaridade e pela estabilidade no emprego», referia-se numa peça do Telejornal (RTP 1, 28 de Março p. p.) sobre uma manifestação de milhares de jovens contra as políticas de emprego em Portugal. Maria Regina Rocha · 30 de março de 2007 · 5K
Pelourinho «Em que» (em vez de «onde») «Longe vão os tempos onde as pessoas nasciam em casa.»* Quando se trata de tempo, deve utilizar-se a preposição em e o relativo que: «O dia em que nasceu»; «o momento em que falou das aparições»; «o tempo em que as crianças andavam sozinhas pelos montes». Portanto: «Longe vão os tempos em que as pessoas nasciam em casa.» * Reportagem na RTP 1 sobre o centenário do nascimento da irmã Lúcia. Maria Regina Rocha · 29 de março de 2007 · 4K
Pelourinho «Aquilo de que gosta mais» Comentário de António Vitorino1, sobre a Declaração de Berlim, proferida no âmbito das comemorações dos 50 anos do Tratado de Roma: «O texto tem muito do que é típico nos textos europeus, que se costuma chamar “a árvore de Natal”: cada um pôs lá aquilo que gosta mais. Ficou uma coisa sem hierarquia, sem critério.» (...) Maria Regina Rocha · 28 de março de 2007 · 8K
Pelourinho Despensa ≠ dispensa «Cinco meses sem nada, a dispensa vazia, os miúdos sem ténis novos.»* Despensa não tem nada que ver com dispensa. Despensa significa «pequeno compartimento onde normalmente se guardam produtos alimentares», enquanto dispensa significa «licença para não se fazer algo a que se está obrigado», «permissão para não cumprir algo estabelecido», «isenção», «acto ou efeito de dispensar ou de ser dispensado». * Júlia Pinheiro, na coluna Luz Negra, no jornal 24 Horas de 26 de Março de 2007 Maria Regina Rocha · 28 de março de 2007 · 45K
Pelourinho «Obrigada!», Maria Elisa Na final do concurso Grandes Portugueses (RTP 1, 25 de Março p. p.), a apresentadora Maria Elisa utilizou por várias vezes o agradecimento «obrigado!» em vez de obrigada!. Tratando-se de uma pessoa do sexo feminino, a exclamação devia assumir a marca do feminino, pois significa «agradecido», «grato». A apresentadora estava agradecida, grata; por isso, deveria ter exclamado: «Obrigada!» José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 28 de março de 2007 · 4K
Pelourinho "All… garve" ou o provincianismo português O ministro da Economia, Manuel Pinho, promove e paga – 6 milhões de euros – uma campanha publicitária turística do Algarve, assente nesta ideia: «para vender melhor» o Algarve aos estrangeiros, o nome Algarve passou a ser... "Allgarve". (...) Maria Regina Rocha · 27 de março de 2007 · 7K
Pelourinho O moral sem moral nenhuma Iva Domingues, a apresentadora do concurso da TVI A Bela e o Mestre, para uma das concorrentes:«É bom para levantar a moral, Liliana!» Fugiu a boca para a verdade de um programa que não prima propriamente pela moral… José Mário Costa · 26 de março de 2007 · 3K
Pelourinho «Mais bem (e não "melhor") remunerados» «É óbvio que os políticos têm de ser melhor remunerados.»1 Deve usar-se sempre mais bem em vez de melhor, quando o advérbio modifica o particípio passado de um verbo, um adjectivo verbal, como, no caso, remunerados (particípio passado de remunerar). Portanto: «É óbvio que os políticos têm de ser mais bem remunerados.» 1Notícia do jornal 24 Horas de 25 de Março de 2007, citando uma gestora municipal visada num relatório do Tribunal de Contas Maria Regina Rocha · 26 de março de 2007 · 6K