O Prémio Camões, o mais importante galardão literário em língua portuguesa, foi atribuído, no ano de 2019, ao compositor e escritor brasileiro Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido no meio artístico por Chico Buarque. A par da sua mundialmente consagrada carreira musical, Chico Buarque é um talentoso escritor, com qualidades reconhecidas como poeta – as letras das suas canções, sempre da sua autoria, são um claro exemplo –, como dramaturgo e, sobretudo, como romancista. São os casos de Budapeste, Leite Derramado e Estorvo. O Irmão Alemão, de 2014, foi o seu mais recente romance a ser publicado. A presente distinção junta-se a outras anteriores, como o Prémio Jabuti, o mais importante galardão literário no Brasil, o antigo prémio Portugal Telecom de Literatura, e o prémio francês Roger Caillois pelo conjunto da sua obra literária.
Chico Buarque, nascido no Rio de Janeiro em 1944, ingressou em Arquitetura, mas cedo percebeu que se queria dedicar à vida artística, ligada à música e à escrita. Com o país sob ditadura militar, em 1969 exilou-se em Roma, por causa das intervenções de protesto, de ironia e de crítica social patente em grande parte das suas canções desses tempos. Regressado ao Brasil,um ano depois, manteve o registo de sempre, como compositor musical e igualmente na escrita, sensível às questões sociais e pela democracia.
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N. E. (22/04/2020) – A cerimónia de entrega do prémio estava marcada para 25 de abril de 2020, coincidindo com o 46.º aniversário da Revolução dos Cravos em Portugal (cf. Público, 03/12/2020). Contudo, a pandemia de covid-19 forçou ao adiamento do evento, sem nova data (cf. notícia da agência Lusa de 13/04/2020 e Observador, na mesma data).
