Pergunta:
A propósito do misterioso objecto que tem, nos últimos dias, aparecido e desaparecido nos EUA reparei na grafia monólito, que me era até aqui desconhecida, uma vez que sempre disse/escrevi "monolito" — sem a tónica na segunda sílaba e sem acento agudo.
Pergunto se esta norma será recente já que trabalhos académicos que encontrei, em português europeu, usam da grafia "monolito". E, pela mesma lógica, escrevemos "monografia" e não "monógrafia" ou, se quisermos, "monocelha" e não "monócelha". "Megafone", e não "megáfone", etc etc.
Uma pedra/pedra única, mono + lito, "monolito".
O que me está a escapar?
O consulente adota a ortografia de 1945.
Resposta:
A forma que é considerada correta - pelo menos, desde 1940 (cf. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa) é monólito.
O elemento de composição -lito, à semelhança de sufixos como -ico (cínico, democrático, sulfúrico, turístico, ), tem associado um acento que, curiosamente, recai externamente, isto é, sempre na última sílaba da forma precedente, isto é, o primeiro elemento do composto ou da base da derivação – cf. salvífico (e não "salvifico"); micrólito (e não "microlito").
Não é isto que acontece com os outros casos mencionados na pergunta, porque -grafia, -celha e -fone retêm o seu próprio acento.