Diogo Pires Aurélio - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Diogo Pires Aurélio
Diogo Pires Aurélio
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Diogo Pires Aurélio é Doutorado em Filosofia Moderna pela Universidade Nova de Lisboa, preenche o cargo de Professor Associado no departamento de Filosofia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Além deste cargo, foi também diretor da Biblioteca Nacional, presidente da Comissão Nacional da Unesco e Administrados da INCM. Publicou ainda algumas obras como: A Herança de hölderlin (1978), José Marinho 1904-1975 (2004) e Maquiavel e Herdeiros (2012).

 
Textos publicados pelo autor

São muitos os leitores que reclamam para esta coluna, de prontuário e gramática em riste, contra os erros em que esbarram, a cada passo, na comunicação social. A insatisfação que essas cartas denotam, já aqui o escrevi, por mais de uma vez, é compreensível. Quem não tem meios não se estabelece, diz o ditado. Quem não conhece a língua que usamos não está, evidentemente, habilitado a escrever ou a falar em órgãos de informação. Apesar disso, e contrariando um pouco o tom da maior parte dos leit...

Carlos Alberto Coimbra, residente em Toronto e leitor de vários jornais portugueses através da Internet, considera "uma burrice, que por vezes resulta até em informação incorrecta", a utilização frequente do termo norte-americano para designar aquilo que "sempre foi simplesmente americano". Além de ser uma "burrice", diz ainda o leitor, uma tal utilização "nem sequer é consistente, já que, ocasionalmente, e por vezes dentro do mesmo artigo, os autores desta aberração revertem a americano".

Imaginei, até há não muito tempo, que só o fundamentalismo de certos leitores podia fazer dos erros gramaticais na Imprensa um verdadeiro drama, senão uma questão de Estado.

Semanas e semanas a fio, recebi cartas a denunciar as torturas a que é sujeita a língua portuguesa e não comentei. Apontaram-me erros de palmatória que aparecem diariamente e fiz por esquecer. Chegaram até a perguntar-me quais as habilitações mínimas para se escrever nos jornais e, naturalmente, fingi que não dava ...