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Regência verbal e analogia semântica
«O uso incontestavelmente estabilizado na norma culta é o grande ponto final da mudança linguística» – defende o gramático Fernando Pestana num apontamento dedicado à regência de apaixonar-se com a preposição em, uso que se verifica informalmente no português do Brasil. Texto incluído em 29 de junho de 2025 no mural Língua e Tradição (Facebook) e aqui divulgado com a devida vénia. ...
O uso adverbial de chega
Pergunta: Qual é a classe gramatical e a função sintática de chega na seguinte frase:
(2) «Chega mudei de cor.»
O chega da frase parece-me um regionalismo do Nordeste do Brasil e serve também para intensificar o sentido da frase.
Agradeço todos os esclarecimentos que puderem me oferecer.Resposta: Na construção coloquial «Chega mudei de cor», parece haver um processo de gramaticalização, em que a palavra lexical (o verbo chegar) passa a...
O uso adverbial de horrores
Pergunta: Gostaria de saber qual é a classe gramatical e a função sintática da palavra horrores na seguinte frase:
«Caminhamos horrores.»
Apenas para esclarecer o sentido, vejo a frase sendo usada para indicar que se caminhou muito, bastante, em demasia.
Agradeço todos os esclarecimentos que puderem me oferecer.
Resposta: Muito empregado em registro coloquial/informal, o uso do substantivo plural horrores ligado a um verbo o...
O verbo correr, o infinitivo e o sufixo -inho
Pergunta: Quero parabenizar o site.
Recorro a vocês para encontrar uma resposta que não encontrei em nenhum outro lugar na rede. É sobre alguns fenômenos linguísticos que tenho observado e para os quais não encontrei definição ou nome. São casos em que a regra sintática é quebrada com um propósito. Não são meramente erros.
Na frase «Ele correu pegar a bola», o verbo correr assume uma transitividade que não lhe é própria. Um fenômeno parecido ocorre com «Vá ao quarto correndinho buscar meu...