Fernão de Oliveira - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Fernão de Oliveira
Fernão de Oliveira
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Fernão de Oliveira (Aveiro, 1507 – 1581) foi ordenado frade em virtude das suas posições heterodoxas, apesar de ter sentido o desagrado do Tribunal da Santa Inquisição, o que lhe trouxe algumas vicissitudes. Foi também gramático e consultor bélico-naval renascentista. É da sua autoria a primeira gramática portuguesa, a Grammatica da lingoagem portuguesa, editada em 1536. Exerceu ainda outra atividades nomeadamente a de piloto, teórico de guerra e de construção naval.

 
Textos publicados pelo autor
<i>Grammatica da Lingoagem Portuguesa</i>
A primeira obra do género publicada em Portugal (1536)
Por Fernão de Oliveira

Da autoria de Fernão de Oliveira, chamado também de Fernando de Oliveira ou  de Fernando Oliveira (Aveiro ou Santa Comba Dão,1507 — Aveiro, 1581) – que a definiu como a «primeira anotação da língua portuguesa» –, Grammatica da Lingoagem Portuguesa foi a primeira obra do género publicada em Portugal, em 27 de janeiro de 1536, sob a chancela da tipografia de German Galharde. Dedicada a  D. Fernando de Almada, 4.º conde de Abranches, que terá custeado a sua publicação num período em que Portugal procurava afirmar a sua autonomia nacional, teve como «subjacente intenção» passar para a escrita um sistema linguístico coeso, «caracterizador de uma nação e um povo».

 Para tal, integra um «conjunto de reflexões de carácter linguístico e cultural, com o objetivo explicito de propor uma norma para o português do século XVI, não seguindo no entanto, o modelo das gramáticas até então produzidas»....

Em tempo de el-rei D. Afonso Henriques capapelle era nome de uma certa vestidura; e não somente de tanto tempo, mas também antes de nós um pouco, nossos pais tinham algumas palavras que já não são agora ouvidas, como compengar, que queria dizer comer o pão com a outra vianda; e neminchalda, o qual tanto valia como agora nemigalha (1), segundo se declarou poucos dias há uma velha que por isto foi preguntada, dizendo ela esta palavra. E, era a velha a este tem...