José Mário Costa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
José Mário Costa
José Mário Costa
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Jornalista português, cofundador (com João Carreira Bom) e responsável editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Autor do programa televisivo Cuidado com a Língua!, cuja primeira série se encontra recolhida em livro, em colaboração com a professora Maria Regina Rocha. Ver mais aquiaqui e aqui.

 
Textos publicados pelo autor

«... e vou, veraneando, preguiçosamente desfolhando o calendário da contagem dos dias da partida.» O calendário, coitado, com as folhas arrancadas – imagina-se que uma a uma, na lassidão atrás descrita –, deve ter ficado imprestável para qualquer outra utilidade.

Eu te amarei, quando muito na norma brasileira. Ou seja: com a colocação do pronome antes do verbo (próclise). Tratando-se de uma revista portuguesa, será, sempre,  eu amar-te-ei [futuro do indicativo na forma reflexa do verbo amar, com o pronome pessoal intercalado entre elementos do próprio verbo (mesóclise), com hífen.]

Amarei-te... nunca a Sra. Obama diria alguma vez ao senhor seu marido. Falando em português (escorreito), é claro.

Não se fala... não existe

«Desde 1976 – escreveu Vasco Pulido Valente no jornal português “Público” [“Merecidos vexames”, 26 de julho de 2014] – nenhum Governo se ocupou seriamente da defesa da língua. O Dicionário da Academia de Ciências não passa de uma triste imitação do Oxford Shorter, não há uma gramática decente e aces...

Um erro (facilmente) evitável

É por estas e por outras – a confusão entre ter a ver (= «ter relação com»/«dizer respeito a») e ter a haver (= «ter a receber») – que vale mais preferir-se o vernáculo ter que ver.

Evitava-se o erro1. E tratando-se ainda por cima de uma televisão de serviço público a veiculá-lo...

 

1 Ainda por cima, um erro duplo aquele anómalo ter haver.

Alguém imagina o Presidente da Alemanha, em Bona, <br> discursando em português?

«O  chefe de Estado  alemão, Joachim Gauck, terminou esta quarta-feira [26/06/2014] a sua visita oficial a Portugal com uma deslocação à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Foi o primeiro Presidente de outro país a visitar esta instituição. "Uma enorme honra", para uma "instituição antiga que quer ser sempre jovem", salientou o provedor, Pedro Santana Lopes, no seu discurso de boas-vindas, uma parte do qual feito, por cortesia, em alemão.»