José Mário Costa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
José Mário Costa
José Mário Costa
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Jornalista português, cofundador (com João Carreira Bom) e responsável editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Autor do programa televisivo Cuidado com a Língua!, cuja primeira série se encontra recolhida em livro, em colaboração com a professora Maria Regina Rocha. Ver mais aquiaqui e aqui.

 
Textos publicados pelo autor

Depois do «há anos (ou meses, ou dias) "atrás"», deve ser o modismo mais ao gosto das ditas elites portuguesas. Não há político, comentador, jornalista, gestor e afins, até professores e escritores (!),  que não pronuncie a palavra latina media como se ela fosse inglesa. O pedantismo só revela ignorância. Foi no que incorreram o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos, e a jornalista autora da peça emitida pela RTP N.1 

Pergunta:

Quais as palavras de língua portuguesa que são derivadas da língua concani?

Resposta:

Remeto a interessada consulente para as Contribuições para a Lexiologia Luso-Oriental, do dr. Sebastião Rodolfo Dalgado, Lisboa, Academia das Sciências de Lisboa, 1916, 190 pp.

No índice do volume aparecem as seguintes palavras estudadas no texto: Abada, aliá, amouco, andor, batcará, bazar, veniaga, bétele, búfara, caldeirinha, canja, cassa, catele, caurim, chatim, corja, jangada, machila, pagode, palanquim, rotim, e algumas outras.

concani não era a língua dominante na altura da chegada dos portugueses, nem foi durante todo o período colonial. A derivação seria do sânscrito que servia/serve de base para uma grande parte das línguas indianas. Escreve Dalgado logo na primeira página, n. 2, que os primeiros nomes botânicos indianos foram principalmente introduzidos por Garcia de Orta, autor dos Colóquios, impressos em Goa em 1563.

Réplica ao artigo "Os ii do Acordo Ortográfico, ponto por ponto", in jornal Público de 11 de Janeiro de 2010.

 

Duas cartas, dos leitores Jorge Guimarães, de Oeiras, e António Rebelo de Carvalho, de Londres, aqui publicadas em 6 e 7 de Janeiro p. p. — assim como um artigo de Francisco Miguel Valada ["Os ii do Acordo Ortográfico, ponto por ponto", publicado também no passado dia 7] — ripostaram ao meu artigo "Alguns pontos nos ii sobre o Acordo Ortográfico" ["Público" de 4/1/2010].

Alguns pontos nos ii sobre o Acordo Ortográfico

«Não é (…) a existência das duplas grafias que anula a necessidade de um mesmo e único tronco ortográfico para os oito países de fala comum portuguesa», escreve José Mário Costa, contestando um editorial do jornal Público do dia 30 de Dezembro de 2009, onde o exemplo do inglês serve de argumento contra a existência de um acordo ortográfico para a língua portuguesa. Artigo inserto na edição do Público de 4 de Janeiro de 2010, que aqui se transcreve com a devida vénia. (...)

Basta um olhar atento pelos jornais ou pelas legendas do cinema e da televisão, em Portugal, para nos apercebermos de como este modismo proliferou neste lado do Atlântico.

Trata-se de frases começadas pelo advérbio interrogativo porque que, cada vez com mais frequência, aparece separado, como se se tratasse da preposição por e do interrogativo que. Esta é mais uma dife...