Margarita Correia - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Margarita Correia
Margarita Correia
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Margarita Correia, professora  auxiliar da Faculdade de Letras de Lisboa e investigadora do ILTEC-CELGAEntre outras obras, publicou Os Dicionários Portugueses (Lisboa, Caminho, 2009) e, em coautoria, Inovação Lexical em Português (Lisboa, Colibri, 2005) e Neologia do Português (São Paulo, 2010). Mais informação aqui. Presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) desde 10 de maio de 2018.

 
Textos publicados pela autora
A glotofagia não  é inevitável
A realidade nos PALOP

«glotofagia não é inevitável», sustenta neste apontamento* a  professora Margarita Correia, lembrando como a aplicação de políticas linguísticas adequadas  em países com linguas nacionais  próprias – como é o caso específico dos PALOP –  «pode atenuar significativamente o processo». 

* emitido no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 9 de agosto de 2020.

 

Das crenças
Desde Galileu, que teve de renegar o heliocentrismo, à hidroxicloroquina e ao vodca para a covid-19...

«No que respeita à língua portuguesa, perdura entre certa camada da população um conjunto particular de crenças, que se sustentam no passado colonial português e que, por seu turno, motivam comportamentos preconceituosos e xenófobos relativamente a variedades nacionais que não a portuguesa. Entre essas crenças contam-se a de que Portugal é o único dono da língua portuguesa, a de que a variedade brasileira difere da europeia por ter sido corrompida – e até de que foi tão corrompida que em rigor já não é português –, a de que a norma-padrão dos países africanos de língua portuguesa e de Timor-Leste é e será o português falado pelas classes cultas do eixo imaginário entre Lisboa e Coimbra.(...)»

[Margarita Correia, in Diário de Notícias de  4 de agosto de 2020.]

Internacionalizar a ciência é anglicizá-la?
O português também é veículo de conhecimento

«Internacionalizar [o ensino superior português] tem que ser, também, prover o português, língua que se quer internacional, dos recursos (i.e. textos científicos) que lhe permitam ser efetivo veículo de ciência e conhecimento para os seus mais de 250 milhões de falantes» – defende a linguista portuguesa Margarita Correia em crónica publicada em 28 de julho de 2020 no Diário de Notícias.

 

 

 

O inglês, o português e a ciência
A divulgação do saber em língua vernácula

«A ideia de que existem línguas mais aptas ou eficazes para determinados tipos de comunicação é um mito que importa desfazer. Todas as línguas são à partida igualmente aptas para qualquer tipo de comunicação em qualquer âmbito de experiência ou de conhecimento», escreve a professora e linguista Margarita Correia, em crónica publicada no Diário de Notícias em 20 de julho de 2020.

Variação da língua portuguesa

A língua portuguesa é uma língua pluricêntrica com normas diferentes: há as normas linguísticas nacionais, como a portuguesa e a brasileira, já tradicionais; e as normas linguísticas nacionais emergentes, ainda por codificar mais sistematicamente, como a angolana e a moçambicana. No entanto, o ensino da língua nas escolas ainda perpetua a ideia de uma língua bicêntrica, e é sobre este tema que a linguista Margarita Correia fala neste texto, transcrição de um seu  depoimento incluído no programa Páginas de Português, na Antena 2, do dia 10 de julho de 2020.