DÚVIDAS

Ato ilocutório assertivo
No título "Amor de perdição: um bom romance canonizado pelas razões erradas", retirado de Luís Miguel Queirós in https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/amor-de-perdicao-um-bom-romance-canonizado-pelas-razoes, o ato ilocutório, se bem que expresse uma opinião do autor, não será assertivo, pois não apresenta um estado de espírito do locutor, mas sim afirma o que o mesmo pensa do romance? Quanto muito, pelo que investiguei, os adjetivos "bom" e "erradas" retiram alguma força de assertividade ao ato? Grata pela atenção.
Interrogativas: «o que é que...?» e «o que que...?»
Tenho a idea de que em Portugal se usa «que é que» como a forma mais correta em casos como «o que é que ele faz?», «o que será que», «de que é que», etc. Mas que no Brasil a parte «é que» já não é usada, tendo este idioma [sic] uma maior preferência pela chamada simplificação: «que ele faz?», «que será», «de que», etc. Não consigo encontrar uma referência sucinta que: 1- Explique se existe de facto tal diferença entre o nosso lusitano português e o do Brasil. 2- Explique e defenda tal uso em Portugal, isto é, que as várias formas aqui exemplificadas por «o que é que ele faz» são mais corretas do que as que seguiriam como exemplo «o que ele faz». Seria possível tal explicação, e também por favor as referências em que esta se basearia? Aproveito para vos agradecer imenso pelo bom trabalho! Vocês ajudam a formar pilares necessários para a língua portuguesa! Parabéns!
Expressões próprias do texto expositivo
Gostaria de esclarecer a seguinte dúvida: Num texto expositivo cuja temática incide sobre a «indiferença nas relações humanas», é possível utilizar expressões como «o homem é cada vez mais indiferente ao que o rodeia», «o homem só se preocupa consigo próprio e ignora os demais», «não podemos ficar indiferentes aos problemas dos outros», entre outras. Estas expressões não fazem parte de um texto de opinião? Como distinguir expressões próprias do texto de opinião das do texto expositivo? Obrigada pela atenção.
A força do que se argumenta num período composto.
Tenho tido dificuldades para identificar a força do que se argumenta em um período composto. Para identificar, é preciso ter em mente o contexto e também identificar os operadores argumentativos, certo? Duas orações me causaram dúvidas: «De certo modo, nós alugamos o livro digital, não o adquirimos.» «Embora não tenha nascido ontem, a era digital ainda é um mundo todo novo.» Na primeira oração, a força do que se argumenta está no segmento «não o adquirimos»? Na segunda oração, a força do que se argumenta está no segmento «Embora não tenha nascido ontem»? Agradeço a atenção.
Alíneas e letras
Em certos tipos de textos jurídicos é costume utilizar alíneas como no seguinte exemplo (enumeração de factos): «1. Factos Provados 1.1 Da acusação a) No dia 31 de janeiro de 2023 coloquei uma dúvida ao Ciberdúvidas; b) [...]? Sucede, por vezes, que o número de itens é tão elevado que se dão várias "voltas" ao alfabeto, chegando-se, por exemplo à alínea zzzzzzz). Este tipo de situações, para além de parecerem algo ridículas, suscitam dificuldades de formatação nos processadores de texto e geram alguma confusão nas remissões para as alíneas, dando azo a lapsos e retirando a utilidade prática às remissões, que utilizo sobretudo quando o texto das alíneas é de alguma extensão para poupar repetições. Exemplo: «Como se diz na alínea zzz) [...]; Na alínea yyyy lê-se [...]; Remete-se aqui para a alínea ffff), etc.» Haverá alguma outra maneira correta de designação dos itens de modo a evitar dar tantas "voltas" ao alfabeto? Agradeço a atenção dispensada.
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