DÚVIDAS

A forma quatorze no Brasil, novamente
Não entendo a razão por que tanto se insiste aqui (cf. grande número de respostas) em dizer que no Brasil se prefere a forma quatorze à catorze. Não me estranha nenhuma das duas, mas confesso que me parece mais comum no trato com brasileiros ouvir catorze. O dicionário Houaiss não me deixa pensar assim sozinho, quando dirige a quem procura por quatorze para o verbete escrito com cê, dando a entender que esta última será a forma preferida.
Siglas, escolha das letras
Consultei muitas das respostas do Ciberdúvidas quanto à questão das siglas, mas nelas não encontro resposta à minha dúvida. Vejo com alguma frequência em textos portugueses frases como, por exemplo, «O programa Inglês para Fins Académicos (EAP) visa...» ou «... tendo trabalhado largos anos no Centro Científico de Investigação (SCI)...». Obviamente que as siglas utilizadas são as dos nomes em inglês (English for Academic Purposes) e (Scientific Center of Investigation), e a minha pergunta é: é correcto traduzirmos o nome da instituição para português e mantermos as siglas na língua de origem? Não se deveria alertar, de alguma forma, o leitor de que a sigla provém do nome em inglês?
Nomes de países das Caraíbas
Alguns dos nomes de países e territórios da região das Caraíbas têm uma multiplicidade de grafias, sendo complicado compreender qual delas adoptar. Se por um lado algumas são pouco usuais, outras são bem portuguesas. Neste caso, quando devemos adoptar os estrangeirismos locais? As minhas dúvidas prendem-se com os seguintes casos: — "Anguilla" (inglês), "Anguilha" (português), ou "Anguila" (português)? — "Antigua e Barbuda" (castelhano), "Antígua e Barbuda" (misto de castelhano e português), ou "Antiga e Barbuda" (português)? — Curaçao (neerlandês, vindo do português), ou Curação (português)? — Bahamas (inglês, vindo do cast. «baja mar»), ou Baamas (português)? — Ilhas Cayman (inglês, usado aparentemente no Brasil), Caymans, Caiman ou Caimã (português brasileiro), ou Ilhas Caimão (português europeu)? — Dominica, ou Domínica? — Montserrat (inglês), Monserrate (português), ou Monte-Serrado (como já vi aqui no Ciberdúvidas)? — Nevis (inglês), Névis (misto de inglês e português), ou Neves? — Trinidad (inglês, vindo do castelhano), Trinidade (misto de castelhano e português), ou Trindade (português)? — Turks e Caicos (inglês): Turcos ou Turcas (português) e Caicos ou Caícos (português)? Desde já, um muito obrigado.
Sobre a grafia e a história de pé-de-moleque
1. Como fica, a partir das bases do novo Acordo Ortográfico (2009, em vigor para os países lusófonos, o status de palavra como pé-de-moleque até então uma palavra composta por justaposição. Vista agora como locução ou, ao que me parece, como uma unidade fraseológica, deve ser classificada como fraseologia e não composto? 2. Observei que a maioria das palavras com (pé-de-cabra, pé-de-moleque, pé-de-burro etc.) são datadas do final do século XIX (1889). O que estaria por trás dessa incidência de palavras nesse período? 3. Onde estaria a motivação para a criação lexical de pé-de-moleque? Na cor torrada do pé de moleque (garoto)? Na forma de pé que aparece nas formas de fazer este doce? Qual a motivação lexical para o surgimento da referida palavra? O que se pode especular à luz da etimologia?
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