DÚVIDAS

O qual interrogativo no Brasil e em Portugal
«Em que país moram vocês?» «De que fruta será que gostam mais?» «Por que motivo?» Essas são frases interrogativas muito naturais na língua portuguesa. Mas vejo aqui no Brasil o que sendo trocado por qual, mesmo quando não há propriamente ideia optativa, assim: «Em qual país moram vocês?» «De qual fruta será que gostam mais?» «Por qual motivo?» Está correto o uso de qual nessas frases? Usa-se em Portugal?
«Não percebo nada de informática»
Precisava de ajuda para esclarecer as funções sintáticas presentes na frase "Não percebo nada de informática." Assim, pedia a vossa colaboração para responder às seguintes questões que surgiram em sala de aula: 1. O constituinte "de informática" é complemento oblíquo e "nada" (assumido como advérbio de quantidade e grau, tal como "muito" e " pouco") é modificador do grupo verbal? Ou 2. podemos considerar que o complemento direto é a expressão "nada de informática", ainda que não possa ser substituída pelo pronome de complemento direto, (a frase "Não o percebo.", não sendo agramatical, não tem o mesmo significado)? Parece-me mais ou menos claro que, se omitíssemos um destes constituintes e tivéssemos frases como: 1. "Não percebo nada." 2. "Não percebo de informática." o constituinte "nada" seria o complemento direto, na frase 1. e "de informática" o complemento oblíquo na frase 2. Ou estarei enganada? Agradeço, antecipadamente, a vossa colaboração. i
O uso de artigo com topónimos (II): Arruda e Calhandriz
À porta de uma mercearia em Alverca lê-se num cartaz: «Há vinho da Calhandriz e pão da Arruda.» Em conversa com alguns fregueses, constatei que é costume nas redondezas usar-se o artigo definido a (além das contrações preposicionais da e na) para fazer referência a estas duas povoações, sobretudo entre os nativos e os mais idosos. Em todo o caso, quaisquer alusões a Calhandriz e Arruda (dos Vinhos) são-nos apresentadas, regularmente, e dependendo do contexto, de forma neutral. Vejam-se alguns títulos do jornal O Mirante:«Um morto e 34 infetados em lar de Arruda dos Vinhos' (e não «'da' Arruda dos Vinhos»); ou «A Guarda Nacional Republicana emitiu um parecer de segurança negativo à instalação de duas novas caixas multibanco em Calhandriz» (e não «'na' Calhandriz»). No entanto, e noutra edição, o mesmo jornal destaca: «Ser compositor e músico é ter uma profissão demasiado dura para não se gostar dela. Quem o diz é Telmo Lopes, [...] compositor natural da Calhandriz [....].» Perante isto, deverão estes fenómenos linguísticos ser encarados como norma ou apenas como meros regionalismos? E qual é, na verdade, o género dos topónimos Calhandriz e Arruda dos Vinhos? Agradeço à Comunidade Ciberdúvidas o apoio prestado, assim como a eficácia e a assertividade das vossas respostas.
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