O Dicionário Etimológico de José Pedro Machado refere a mesma pronúncia para “besta” (animal) e “besta” (arma). É correcto?
Fui o coordenador de um projecto que conduziu à publicação de um Glossário da Sociedade da Informação editado na Internet pela APDSI (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), acontecimento de que o Ciberdúvidas deu notícia. Nesse glossário aparecem como primeiras entradas para o par inglês encryption/decryption o par português encriptação/desencriptação, por serem termos já generalizados no domínio da criptografia, e como sinónimos os termos do par cifragem/decifragem. Sobre esse assunto a APDSI já recebeu contestações, pois há muito tempo que se usam em português os vocábulos citados em último lugar. Mas também existe o par cifração/decifração e, para complicar mais a questão, o par português mais utilizado na literatura da especialidade é cifragem/decifração (resultado de uma pesquisa com um motor de busca). E ainda há especialistas que defendem o par cifra/decifra, com que o Ciberdúvidas não concorda, como podem confirmar revisitando uma das vossas respostas anteriores. Estando prevista uma revisão do glossário até ao fim do ano baseada nos comentários dos leitores, venho pedir a vossa opinião para qual a opção a tomar.
Pessoalmente adianto a minha opinião: Entrada principal: cifragem/decifragem Primeiros sinónimos: cifração/decifração Segundos sinónimos: encriptação/desencriptação (embora actualmente seja a mais utilizada, não há dúvida que este par se radica em termos ingleses).
Exprimindo a minha satisfação pelo trabalho desenvolvido pelo Ciberdúvidas, queiram aceitar os meus melhores cumprimentos.
De acordo com o ponto n.º 2 da anterior resposta do consultor F. V. P. da Fonseca, a preferência dada à proparoxitonia de "clépsidra" justifica-se por esta acentuação provir do latim, e não do grego, seu étimo base. Também assim o consideram José Pedro Machado, Antônio Geraldo da Cunha e o Dicionário Houaiss, os quais, embora apenas divirjam na datação precisa da entrada do vocábulo no léxico português, são unânimes em que foi no decurso do século XIX que o seu registo foi feito. Disto é exemplo o «Grande Diccionario Portuguez» de Frei Domingos Vieira. Todavia, segundo este autor, "clepsydra" deriva directamente do grego "klepsydra", não dando, por isso, qualquer indicação sobre a presuntiva mediação do latim. Assim sendo, em que lei da história da língua poderemos ancorar o argumento de que o termo em causa foi recebido, não pelo grego, mas por via latina? E se tal fenómeno ocorreu no século XIX, não estaria mais autorizada a voz do Dr. Frei Domingos Vieira?
Muito obrigado, uma vez mais, pelo parecer que houverem por bem dar.
Sempre usei "rápido" como adjectivo, mas reparo que o mesmo "rápido" se usa agora muito como advérbio. Eu diria «o comboio rápido» e «o comboio move-se rapidamente» e NUNCA «o comboio move-se rápido». Estou errada?
Tenho-me apercebido de que diversos órgãos de comunicação, a propósito da grave situação em que se encontram imigrantes ilegais junto das fronteiras marroquina e espanhola, utilizam o termo «subsaarianos» para se referirem aos mencionados imigrantes.Como não estava certa do seu significado, pesquisei o dito termo em diversos dicionários de língua portuguesa e não o encontrei; afinal a palavra «subsaariano» existe ou não? Se existe, qual o seu significado?
Um americano estranhou a nossa expressão «sorriso amarelo». É o de um fumador?, perguntou-me. Então porquê amarelo? E a verdade é que estou com alguma dificuldade em lhe explicar porquê. Se lhe disser que o amarelo não é uma cor viva, alegre, tal não é verdade. Teria de lhe dizer que pensamos num amarelo desmaiado, pouco definido. Afinal, existe alguma história que explique esta nossa expressão?
Obrigada.
Viva: A vossa resposta à pergunta feita, por um vosso utilizador, sobre a diferença entre homicídio e assassínio, foi que não havia diferença. Segundo indicaram: De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, são termos sinónimos: «Homicídio: s. m. (do lat. "homicidium"). Morte de um ser humano por actuação ilegítima e violenta de outrem; acção de matar alguém. Sinónimo de assassínio.» «Assassínio: s. m. (do it. "assassinio"). Acto ou resultado de matar alguém, premeditadamente e à traição; acto de assassinar. Sinónimo de assassinato.» «Assassinato: s. m. (do fr. "assassinat"). O mesmo que assassínio.» Também eu tinha a mesma dúvida, tanto mais que num conhecido canal da televisão por cabo, sobre uma série policial, frente a um cadáver, perguntam: Acidente, homicídio ou assassinato? Depois de ler cuidadosamente as definições do dicionário, sou tentado a concluir que um assassinato é uma forma premeditada de causar a morte. Se um indivíduo se mete num carro e por atropelamento intencional mata outro indivíduo cometeu um assassinato. Se acidentalmente atropela mortalmente um indivíduo, então cometeu um homicídio (por negligência). Terei razão? Nos filmes americanos de julgamentos é a palavra homicídio que aparece, e assassinato parece ser mais um termo de gosto popular. Algo parecido com a palavra pedófilo (termo popular) que não faz parte do vocabulário jurista! Sem mais,
O que significa a expressão latina ‘carpe diem’?
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