Em 2008, [foi] dada uma resposta relativamente [ao tema de] todo. Depois de ler esta resposta, continuo com dúvidas relativamente a esta questão.
Quando os determinantes significam «inteiro», em frases como «comi o frango todo» ou «comi todo o frango», a segunda opção não me soa tão bem como a primeira. Não sei se existe algum motivo para isso, mas reconheço que pode ser apenas uma questão pessoal, de uso. Porém, quando o quantificador significa «qualquer» ou «cada» (ainda que, por vezes, me custe reconhecer em algumas frases este significado), nem sempre é possível intercambiar o lugar de todo/a.
Em frases como:
1. “procurei-o por todo o lado” vs. *”procurei-o pelo lado todo” (O significado é «qualquer» ou «inteiro»?)
2. “procurei-o por toda a parte” vs. *“procurei-o pela parte toda” (O significado é «qualquer» ou «inteiro»?)
3. “todo o bebé chora” vs. “o bebé todo chora” (no segundo caso, acho que se trata de um uso adverbial, tal como em “ficou todo zangado” e não significa o mesmo).
4. “todo o médico tem a sua maneira de lidar com os doentes” vs. *o médico todo tem a sua maneira de lidar com os doentes”.
5. “toda a gente chora” vs. “a gente toda chora” (no segundo caso trata-se de um uso adverbial?)
A minha dúvida relativamente ao significado deste quantificador, particularmente quando se indica que tem a aceção de «cada» e «qualquer», também está relacionada com os exemplos dados na resposta do Ciberdúvidas em 2008. Todos os exemplos estão [no] plural. Acho que quando se usa todos/as + artigo + substantivo estamos a falar da totalidade numérica de um dado conjunto (dos elementos desse conjunto). Porém, quando se usa todo/a + artigo + substantivo o significado é de «inteiro».
Relativamente às frases 1 e 2, reconheço que os substantivos lado e parte, ao serem polissémicos, possam ocasionar estas impossibilidades. Tanto assim, que se se usar [no] plural, a expressão apresenta outro significado: «por todos os lados» em frases como «uma ilha é uma porção de terra rodeada pelo mar por todos os lados». A sensação que tenho é que o uso dos quantificadores todo/a ([no] singular), com o significado de «qualquer» ou «cada» não é tão comum na variedade de português europeu e apresenta algumas restrições na posição de todo/a.
Gostaria por favor que me esclarecessem sobre estas questões. Desde já agradeço a vossa atenção e muito obrigada pelo vosso trabalho.
É cada vez mais comum eu ler e ouvir frases como a seguinte: «Se não chego a tempo, tu morrias».
O facto de o verbo chegar se encontrar no presente tem algum fundamento? Ou é apenas um recurso informal/coloquial?
Tenho de vos agradecer, uma vez mais, o vosso excelente trabalho. Parabéns.
Está correto dizer «de meio-dia» ou «ao meio-dia», seguindo a lógica «de noite» ou «à noite»?
«Nem bem tinha recostado a cabeça no travesseiro e apanhado o controle remoto, o telefone toca:
– Alô...
– Dr. Cesário, é o senhor?»
Na primeira frase acima, está correto o emprego do verbo no presente do indicativo («toca»)?
Obrigado.
Na marcação de um encontro, é correto escrever-se «pelas oito horas», ou o correto é antes escrever-se «às oito horas»?
«Acabaria por comprar a casa, a qual, passados dois meses, vendeu a um amigo.»
Agradecia que me dissessem se é correcto usar «vendeu». Não devia ser «venderia», já que a frase começou com «acabaria»? Tudo isso vem a propósito de quê? Se, na redacção de um texto com verbos no pretérito perfeito, é necessário haver uma uniformidade das formas verbais, ou podemos alternar consoante o nosso gosto, como aconteceu na frase acima?
Qual é a forma correcta (ou se são ambas correctas): «Quando eu possa...», ou «Quando eu puder...»?
Nas frases «Não negue» e «Investigue», encontramos um ato diretivo. Existem outros?
Queria perguntar se todas as frases abaixo mencionadas são corretas e qual é a diferença entre elas:
1) «Foi pena que os teus irmãos não pudessem vir ontem à festa.»
2) «Foi pena que os teus irmãos não tenham podido vir ontem à festa.»
3) «Foi pena que os teus irmãos não tivessem podido vir ontem à festa.»
Muito obrigada de antemão pela resposta!
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