Gostaria de saber se na língua portuguesa os nomes das ordens (na taxonomia) são considerados nomes próprios ou comuns. Analisando algumas respostas já dadas por vocês em que aparecem nomes de ordens, e. g., passeriformes, escrito no meio de frases com minúscula no início, deduzo que são considerados nomes comuns, mas encontro-me a preparar um manual de identificação de aves marinhas e gostaria de obter confirmação.
Muito obrigado.
Qual a melhor tradução de case-sensitive para português?
Obrigado.
Em referência à dúvida 25 839, a qual se publicou com o título "Nascer e a voz passiva + maiúsculas iniciais", eu agradecia imenso, se me pudessem dizer algo ao seguinte:
Também eu assisti à discussão, à qual a senhora Isabel Maria Lopes se refere.
O autor desta frase afirma que, conjugando o verbo nascer no particípio passado, o verbo torna-se nascido. E assim, construindo uma frase no particípio passado, talvez a frase esteja correcta.
Verificando na Internet, se o autor realmente tinha razão com a sua afirmação, eu encontrei o oposto à resposta do senhor Carlos Rocha, na qual este menciona que, «em português, não se diz "ser nascido" mas simplesmente nascer, ou seja, este verbo não tem voz passiva».: poemas, canções e textos de escritores onde se usa exactamente esta forma do verbo nascer.
Por exemplo:
Grupo/Cantor: Tonico e Tinoco
Canção: Peão Vaqueiro
Autor(es): Tonico
«Eu fui nascido no campo
Fui criado na emboscada
Eu nasci pra sê peão
Serviço que mais me agrada
Eu sô campero garboso
So lidano côa boiada
Vivo no lombo de burro
Nos recantos das estradas»
Grupo/Cantor: Tonico e Tinoco
Canção: Facão de Penacho
Autor(es): Piraci e Lourival dos Santos
«Eu sempre zombei da morte
Eu sô um cabra bem forte
Eu fui nascido no Norte
O mundo que me criô
Meu facão é aço puro
Eu jogo ele seguro
Eu brigo até no escuro
Não erro o taio que eu dô
Meu facão paguei bem caro
Eu comprei em Santo Amaro
Na zona dos brigadô»
Grupo/Cantor: Raul Seixas
Canção: Segredo da Luz
Autor(es): Raul Seixas
«Os olhos verdes que piscam no escuro de céu
Filho da luz, fui nascido da lua e do sol!
Nas noites mais negras do ano eu mostro minha voz;
Estrelas, estrelas»
Grupo/Cantor: Cantos populares do Brasil
Canção: O Lucas da Feira
Autor(es): Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero
«Adeus, terra do limão,
Terra onde fui nascido;
Vou preso para a Bahia,
Levo saudades comigo.»
Soneto: Destino
Autor(es): JM
«Quero sonhar com antigos horizontes
Quero rever os lindos campos e montes
Onde, num dia de graça, eu fui nascido»
Grupo/Cantor: Caboco Bão
Canção: Fui Nascido pra Você
Autor(es):
Título: Eu na terra fui nascido
Autor(es): Silva Varejota
«Eu na terra fui nascido,
E eu na terra fui criado,
A terra me há-de comer
Depois de ser sepultado.»
Título: Quadras – descantes e desafios
Autor(es): J. Simões Lopes Neto
«Eu quero bem às mulheres,
Porque delas fui nascido,
Não quero que alguma diga
Que sou mal-agradecido.»
Título: A Azenha da Saudade
Autor(es): Joaquim Evónio
«O que matou mais esta arte de "mulero", e eu já tenho uns anecos, como disse ao senhor, já conheci esta arte umas poucas de vezes má e boa. Nos princípios da minha vida, que eu fui nascido nisto, nesta coisa de engenhos, esteve muito ruim.»
Título: Uma Lenda sobre Penela da Beira
Autor(es): Popular
«Penela Vedra é minha terra,
Terra onde eu fui nascido,
Há muito que a não vejo,
Por um pecado cometido.»
Será que esta forma do verbo nascer não é muito usual, mas possível?… Ou a intenção é realmente querer usar a expressão “fui nascido” para quem nasce contra a sua vontade, assim como o faz o senhor filósofo Julio Cabrera?
Adicionalmente, gostaria de saber se realmente podemos mudar as maiúsculas iniciais assim como o senhor Carlos Rocha o fez, devido ao facto que aqui se trata de um poema/verso/quadra, segundo o autor. Ou se não é mais correcto respeitar os empregos de maiúscula, visto elas dependerem muitas vezes de razões subjectivas, sendo admitidas por quem escreve e não por quem as leia?
Muito obrigado.
Como designamos o substantivo que nos permite usar a designação da marca em vez do próprio objecto, por exemplo:
«Aquele senhor tem um grande Mercedes!» (Não significa que tenha, de facto, um carro da marca Mercedes mas que tem um carro bom)
«Este Kispo é quentinho!» (Em vez de casaco impermeável)
«Preciso do Skip!» (Preciso de detergente para a roupa, não quer dizer que seja obrigatoriamente desta marca)
Por exemplo, em inglês, quando dizemos que precisamos de um Hoover, significa que queremos um aspirador.
Obrigada.
Se, em trabalhos académicos, ao fazer citações e referências bibliográficas, o hábito português e o Acordo Ortográfico (e não sei se a NP 405) requerem que se iniciem as palavras de sentido pleno do título de uma obra em maiúsculas (deixando em minúscula as não flexionadas — excepto se iniciam título ou subtítulo), o que fazer com o segundo membro de um nome comum composto unido por hífen? Fica em minúscula, por se entender que integra a palavra, dela é parte indissociável, como um "continuum" (isto é, tudo junto é que constitui a palavra significativa) — uma razão semântica?
Ou inicia também esta segunda em maiúscula, pois se mantém a consciência da composicionalidade e a imagem dum lexema que continua a ter (noutros contextos) vida autónoma — uma razão gráfica —, tal como o entendemos nos compostos (lexias complexas, segundo certos autores, algumas delas semelhantes a meras colocações...) não unidas por hífen (ou de estrutura mista), como «fogão a gás», «máquina de lavar roupa», «energia nuclear», «escova do limpa-pára-brisas»:
«A Decoração da Casa de Banho, da Sala de Jantar e do Salão Nobre do Palácio Real»?
Assim, será correcto «Uma Casa à Beira-mar no Século XIX», ou «à Beira-Mar»?
«O Caso do Tenente-coronel da 2.ª Companhia», ou «do Tenente-Coronel»?
«O Guarda-chuva Colorido», ou «O Guarda-Chuva Colorido»?
Tal como "As Pinturas do Salão de Chá"...
E quando um dos elementos é um radical que não tem uso autónomo, no português actual?
«As Auto-estradas no Período pós-Revolução», «auto-Estradas» — ou é como em «As Vias Rápidas»?
«Nem Tudo É Bio-degradável»?; «Incentivar o Micro-Crédito»?
«O Dia-a-Dia [dia-a-dia (?)] de um Luso-Descendente?», «dos Afro-americanos» — um maiúscula e outro não?
E, já agora, nos derivados, por exemplo, o que fazer com um prefixo?
«Notícia das Infra-estruturas no ex-Congo Belga», «das infra-Estruturas», ou «das Infra-Estruturas no Ex-Congo»?
«O Pós-Operatório em Oncologia»?
«A Tradição do Acordo Pré-nupcial na Cultura Ibérica», «pré-Nupcial», ou «Pré-Nupcial»?
Perante tanta variedade, talvez devamos já simplificar — só maiúscula na primeira —, conforme o novo Acordo Ortográfico...
Agradeço a vossa resposta, sublinhando que a dúvida é só relativa às regras da escrita de títulos (artigos, partituras, gravuras, filmes, livros), sem que confundamos com o que a tradição chama nomes próprios (sejam antropónimos, topónimos, orónimos...), pois estamos perante convenções gráficas (algo semelhante sobre prefixos e N.P. foi já respondido em http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=2568 e http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=2740).
Achamos que este novo acordo ortográfico é muito injusto para nós, além de nos desfavorecer e quebrar os nossos princípios linguísticos. Por exemplo, a hifenização em relação a algumas palavras "não soa bem": «mini-saia» vai ficar, do nosso ponto de vista muito esquisito, pois dobra-se o s. Além de estas palavras ficarem bastante grandes.
E não se resume apenas a isto, que vemos que está mal. Por exemplo, os meses do ano, escritos com minúscula, é uma falta de classe...
Não acham o mesmo?
Depois de consultar todas as vossas respostas relativas à pontuação nas listas de enumeração, continuo com uma dúvida, que não consegui ver respondida.
Se, em vez de ter uma lista de orações simples a seguir a dois-pontos (caso em que não tenho dúvidas em utilizar a minúscula inicial e o ponto-e-vírgula final), tiver várias frases completas, por vezes até mais do que uma frase em cada ponto da enumeração, parece-me que o mais correcto, esteticamente, será utilizar a maiúscula inicial; no entanto, continuo sem saber se deverei terminar cada uma dessas frases com ponto-e-vírgula ou com ponto final.
Grata pela atenção.
A palavra Quaresma surge de quadragesima, do latim. Gostaria de saber qual foi o processo que transformou quadragesima em Quaresma. E, na vossa opinião, um período de jejum de 50 dias, como se chamaria?
Gostaria que me informassem se existe algum livro de estilos geral da escrita portuguesa. Por exemplo, num título deve-se usar as iniciais das palavras em caixa alta?
Penso que deve haver alguma coisa, uma vez que está definido que um nome próprio tem de começar em caixa alta...
Gostaria que me informassem.
Obrigada pela disponibilidade.
Antes de mais, merecidos elogios para um site (lamento, mas a tradução sítio neste contexto é totalmente inusitada!) sem comparação no panorama linguístico português. Tem sido meu conselheiro muitas vezes.
Uma sugestão. A leitura do Glossário tem-me revelado, além da minha grande ignorância, diversas dúvidas (ou verdadeiras preocupações). Seria muito útil que cada expressão tivesse uma ligação para textos mais elaborados (algumas aliás nem têm explicação disponível no Ciberdúvidas...).
E, por fim, a minha dúvida. No glossário é utilizada a maiusculização de todas as letras de várias palavras. Embora conheça esta forma gráfica do francês, sempre pensei que não fosse correcta na língua lusa, onde apenas seria utilizada na primeira letra. O que ditam as regras?
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