DÚVIDAS

Subordinada substantiva completiva nominal: «sensação de que está interrompendo...»
Trata-se de uma questão de prova. Estou em dúvida sobre a análise sintática dessa oração: «Essa sua sensação, quando acende a luz da sala, de que está interrompendo alguma coisa.» No caso a oração «de que está interrompendo alguma coisa» é um complemento nominal oracional? É possível que se trate de uma oração completiva nominal se não existe a oração principal? Como posso ter clareza de que o que é um pronome nessa oração? O que justifica o fato do que ser um pronome nessa oração? Obrigada!
Oração subordinada adverbial consecutiva reduzida de gerúndio
Deparei-me com o seguinte período numa questão: «Dois inimigos silenciosos vieram junto: o vírus da febre amarela e o mosquito Aedes aegypti, sendo a consequência uma série de surtos de febre amarela urbana no Brasil, com milhares de mortos.» Quanto à oração destacada, qual sua classificação? Fiquei em dúvida se ela é coordenativa conclusiva, explicativa ou mesmo outra. Embolo-me facilmente nessas situações. Gostaria que alguém pudesse me auxiliar. Desde já, agradeço.
Oração gerundiva: «Pedro ouviu José falando»
Primeiramente, ouvi de alguns professores de gramática que oração subordinada substantiva, quando reduzida, só pode vir com verbo no infinitivo. Entretanto, me deparei com algumas frases que me fizeram crer que isso não procede. Segue um exemplo: «Pedro ouviu José falando sobre o assunto.» Minha dúvida é a seguinte: a segunda oração do período composto citado acima, «José falando sobre o assunto», é uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de gerúndio, pois, no meu ver, o verbo «ouviu» pede complemento verbo direto; ou tem outra função sintática?
Orações adjetivas restritivas vs. orações substantivas completivas nominais
Tenho dúvidas na diferenciação das orações adjetivas restritivas e orações substantivas completivas nominais, como nos exemplos abaixo: a) A recomendação de que saíssem tão logo daquelas terras não afugentou os grileiros. b) A recomendação de que lhe falei ontem à noite deve ser levada a sério, rapaz! Poderiam me esclarecer a melhor forma de identificar essas orações, por favor? Obrigada!
Consoante e conforme como conjunções
Relativamente às conjunções consoante e conforme, gostaria de saber se as seguintes frases estão corretas: (i) «Consoante a noite caía sobre a cidade, uma aura de serenidade dispersou-se pela ala três da maternidade Francisco de Noronha.» (ii) «Conforme iam repondo o stock dos fármacos, o farmacéutico lembrou-se do pedido que lhe tinham enviado os enfermeiros da manhã.» A minha dúvida é alusiva a essas conjunções, ou seja, podem empregar-se dessa forma? Já me ficou claro que a conjunção segundo não faz sentido nestes contextos, contudo, este é um tema que me suscita bastantes dúvidas. Agradeço, desde já, toda a informação que me possam proporcionar.
Construção comparativa: «a mais do que»
Aproveito essa oportunidade para agradecer a toda a equipa do Ciberdúvidas o trabalho que têm desenvolvido incessantemente ao longo dos anos. A plataforma tornou-se um recurso mais que valioso para muitos seguidores da lusofonia e, sobretudo, permitam-me aqui uma nota, um meio de preservação e pesquisa de particularidades que destacam precisamente o português de Portugal, bastante e imerecidamente preterido hoje em dia em materiais didáticos estrangeiros e pela Internet fora. Ao assunto. 1. Apareceu-me uma frase: «[O sobrinho]… respondeu-me com o braço por cima dos meus ombros, cresceu quase meio metro a mais do que eu e tem gosto em sentir que nos protege (...)» (P., 18/08/24, por B.W.). Embora eu tenha visto tal uso diversas vezes em edições precolendas portuguesas (Público, etc.), ouvido estar em plena circulação no português do Brasil e tenha sido o fenómeno registado em: 1. Dicionário Priberam e 2. Infopedia – nos exemplos não verificados pelos editores e na descrição do verbete, sempre me deixa em dúvida a "convivência" das duas expressões, a meu ver, distintas: «qualquer coisa mais (do) que qualquer coisa» e «qualquer coisa a mais». Na maioria esmagadora dos resultados que obtive ao pesquisar, a preposição a surgia na formação «a mais do que qualquer coisa», enquanto a regência verbal («... corresponde a mais do que metade...») ou nominal («referência/algo referente a mais do que...»), e não como parte da locução comparativa única. Ou, se ocorria «a mais», era seguida de um ponto final: «tantas vezes a mais»; «uns anos a mais»; «ficou com moedas a mais», etc. O mesmo acontecia a «a menos». Se bem que isto não pareça apresentar uma agramaticalidade, se tanto, será que se precisa de a em «a mais do que» do exemplo exposto? Em tese, podia (ou devia?) ser algo como: «...cresceu mais alto (do) que eu, ficou com meio metro a mais [ponto final]»? Haverá cambiantes de acepção ou estilo tanto no contexto do português de Portugal como no âmbito brasileiro?  Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa