Deíticos de 2.ª pessoa
Tenho consultado várias gramáticas e verificado que apontam como deíticos pessoais todos os pronomes pessoais e os possessivos à exceção dos que se referem à 3.ª pessoa (ele/ela/eles/elas; seu/sua/seus/suas). Mas, na verdade, os possessivos de 3.ª pessoa não deverão ser considerados deíticos pessoais também? Vejam-se estes exemplos: "Sr. Lopes, o seu irmão ligou-lhe esta manhã." / "Este livro é seu, Sr. Lopes?" Nas frases dadas, "seu" relaciona-se com o "Sr. Lopes", pessoa que, dado o protocolo de tratamento entre o locutor e o interlocutor, se subentende ser tratada por "você/Sr.". Então, "seu" (e as outras formas dos pronome possessivos) não deverão pertencer ao quadro dos deíticos pessoais?
O demonstrativo esta numa frase de Mário de Carvalho
No texto "Faltam modas" de Mário de Carvalho, publicado no Jornal de Letras, 10 de dezembro a 23 de dezembro, 2014, qual é o antecedente do pronome demonstrativo esta na frase «Mas esta pode ser que abra novos caminhos ao cantochão daquela terra»?
Obrigado.
Sujeito pós-verbal ≠ complemento direto
Como distinguir o sujeito pós-verbal do complemento direto, uma vez que, para obter ambos a pergunta pode ser «o quê?»?
«Foi em agosto que...», «foi em agosto quando...»
Na frase seguinte, qual o advérbio correcto* a utilizar? Foi em Agosto [que] / [quando] se conseguiu obter aquele objecto* ...Obrigado.
*N.E. As formas "correcto" e "objecto", com "c" e a forma "Agosto", com maiúscula têm uma grafia anterior à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. A grafia atualizada é correto, objeto e agosto.
A forma de tratamento vocês, o pronome átono vos e o possessivo vosso (II)
Tenho imensas dúvidas em relação às formas pronominais correspondentes a um sujeito vocês. Na minha gramática unicamente aparecem como formas pronominais para este sujeito as formas de complemento direto – os/as – e a forma de complemento indireto – lhes. Porém, eu sempre ouvi para ambos os casos o pronome vos, o qual segundo a gramática corresponde unicamente a um sujeito vós. Então, que é o correto para um sujeito vocês:
a) «queria comunicar-lhes a notícia», ou «queria comunicar-vos a noticia»?
b) «gostava que o professor lhes desse uma boa nota», ou «vos desse uma boa nota»?
c) «encontrei-os na rua (a vocês)», ou «encontrei-vos na rua»?
E a mesma dúvida para o caso dos possessivos:
d) «os vossos livros (de vocês) são caros», ou «os seus livros são caros»?
Qual é o correto e como se deveria ensinar?
Muito obrigada e parabéns pelo maravilhoso site.
A construção «aquilo que é/são....»
Será impressão minha ou, de há uns tempos para cá, tem alastrado o uso e abuso «daquilo que são» determinantes (ou pronomes, não sei bem) demonstrativos. Exemplo: «quero falar-vos daquilo que é a minha preocupação», em vez de «quero falar-vos da minha preocupação».
O emprego dos relativos que e quem
Estava a ouvir a fabulosa música do Rui Veloso, intitulada "A Paixão (segundo Nicolau da Viola)" e reparei nesta passagem da letra:
«Era só a ti que eu mais queria/ Ao meu lado no concerto nesse dia...»
Em termos linguísticos, não seria mais correto que fosse «...quem eu mais queria»? Se bem que em termos de métrica para a música, a palavra que se ajuste melhor.
O uso do pronome o numa frase
do livro Cebola Crua com Sal e Broa, de Miguel Sousa Tavares
do livro Cebola Crua com Sal e Broa, de Miguel Sousa Tavares
Comprei o livro Cebola Crua com Sal e Broa de Miguel Sousa Tavares. Na página 53 encontrei as frases seguintes:
«A liberdade foi, de facto, a minha grande escola de vida. Comecei a aprendê-lo por mim mesmo, nos Jesuítas e contra eles, como já contei. E, simultaneamente, aprendi-o em casa dos meus pais e com os meus pais.»
[...] o autor fez um erro em escrever «comecei a aprendê-lo (a liberdade) e aprendi-o (a liberdade) em casa dos meus pais...», ou existe outro motivo para utilizar a forma masculina?
Obrigado.
A pronominalização com função de dativo em espanhol e em português
Queria saber se na língua portuguesa existe a dupla pronominalização.
Eu sou hispanofalante e surgiu a dúvida porque em espanhol podemos dizer cómetelo (come=verbo; te=pronome; lo=pronome) e eu quis fazer a tradução mas não consegui.
Obrigada!
A colocação frásica do advérbio não e dos pronomes átonos
Tenho uma questão relativa a desencadeadores de próclise.
Sei que o advérbio não é um desencadeador de próclise em relação ao pronome clítico e ao verbo que o sucedem, como em «Não vos prefiro!» Poderá, no entanto, ser desencadeador de próclise se suceder ao verbo e ao pronome clítico, ou nunca será agente de próclise nesse caso? Nesse caso, poderemos, então, ter as seguintes frases: «Prefiro-vos não!», ou «Prefiro-vos, não!» Sendo estas frases regras de como a próclise não é consequência de causa proclítica se o agente desencadeador de próclise for sequência e não antecedente do verbo da oração.
Ajudai-me em tal dúvida, por favor. [...]
