No Brasil é muito comum dizer «igual eu» no sentido de «como eu» ou «como a mim». E também é muito comum o uso da figura de estilo elipse. Como exemplo, o emprego destes hábitos em uma frase seria:
«O João fala errado igual eu falo.» → «O João fala errado igual eu.»
Gostaria de saber se na variante do português de Portugal é incorreto este uso e, se sim, qual a forma correta de serem ditas frases como estas?
– O João fala errado igual eu. (O João fala errado igual eu falo.)
– Ele pensa igual eu. (Ele pensa como eu.)
Obrigado.
Examine-se o seguinte excerto:
«Usei a esperteza para defender o meu leito conjugal. Conheço umas palavras que valem por uma senha. É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade...»
Quanto ao período «É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade», supondo-se que seja composto por subordinação, como classificar as orações? Qual delas é a principal?
Se se considerar a primeira como condicional equivalendo a «se eu disser essas palavras», a principal seria a outra. Mas também se pode tomar a primeira como principal, classificando-se a segunda como subordinada consecutiva, já que se pode perceber ideia de consequência nessa oração.
Obrigado.
A propósito da consulta sobre o tema acima, feita por Maria Fernández, em 01/02/2022, não consegui estabelecer diferença, quanto à factualidade, entre as orações «Ainda que tenha imenso trabalho» e «Mesmo que tenha imenso trabalho».
A meu ver, podem ambas ser tomadas como hipotéticas (talvez pelo valor ambíguo citado pela consultora Carla Marques), o que já não ocorre quando se emprega a conjunção embora: «Embora tenha imenso trabalho, João vai passear (irá à praia).»
O uso dessa conjunção confere um caráter de fato real indubitável à mensagem (ele tem, de fato, um imenso trabalho a fazer). Que não o impedirá de se divertir... Esperto, esse João!
Gostaria de saber se existe alguma diferença de sentido entre o uso de ainda que / embora / mesmo que.
Por exemplo:
– Ainda que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Mesmo que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Embora hoje tenha tempo, não vou às aulas.
Li num livro que a locução/conjunção usada dependeria de saber se é de um facto real (realmente tenho tempo mas, na mesma, não vou às aulas) ou de um facto hipotético (não sei se terei tempo, mas caso tenha, não vou às aulas). Isto é verdade? Pesquisei em várias gramáticas e em nenhuma encontrei tal distinção, é por isso que fiquei com a dúvida.
Muito obrigada pela atenção dispensada.
A vossa entrada para a distinção entre afinal e «a final» não me parece contemplar a acepção particular que tem «a final» na linguagem jurídica e que suponho ser «por fim», «finalmente», «dito isto», «em conclusão».
Estarei errado?
Grato pela atenção.
No Dicionário Infopédia, a transcrição fonética de como – seja como advérbio seja como forma do verbo comer – é ['kumu].
De acordo com a norma-padrão, está correta? Qual é a fundamentação teórica, uma vez que não se deve fechar a vogal da sílaba tónica da palavra?
Ouço com frequência nas informações de trânsito uma jornalista utilizar a conjunção e imediatamente antes da preposição até, como no exemplo seguinte: «... há filas desde o local x e até ao local y.»
A inclusão deste e na frase está correta?
Obrigado pelo excelente serviço prestado no esclarecimento de dúvidas sobre a língua portuguesa!
Na frase «Temos maçã e pero, enquanto em inglês há só apple», qual é o valor da conjunção enquanto?
Muito obrigada!
Na frase «Será que o gato está confortável?», a palavra que é um pronome interrogativo?
Não sei se é só no Brasil, mas aparece-me que é de comum acordo aqui que feito pode agir como conjunção.
Por exemplo: «Meu pai está feito um padre»; ou «Ele chorou feito uma mulherzinha».
É correto dizer isto? Não será o caso de uma inversão de termos («Feito uma mulherzinha, ele chorou»/ «Feito um padre, meu pai está»)? Se for conjunção, a norma abona o uso?
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