DÚVIDAS

Dativo ético: «coma-lhe e beba-lhe»
Estou lendo O crime do padre Amaro e vi que o Eça às vezes usa expressões como «beba-lhe» e «coma-lhe», assim mesmo, no imperativo. Cito: «E quando as beatas, que lhe eram fiéis, lhe iam falar de escrúpulos de visões, José Miguéis escandalizava-as, rosnando: — Ora histórias, santinha! Peça juízo a Deus! Mais miolo na bola! As exagerações dos jejuns sobretudo irritavam-no: — Coma-lhe e beba-lhe, costumava gritar, coma-lhe e beba-lhe, criatura!» Como explicar esse «lhe»?
Exónimos: Brazil e Lisbon
Tem algumas localidades de Portugal e de Angola que, passadas ao inglês e ao espanhol, sofrem mudanças... Qual o real motivo de igual coisa nunca poder ocorrer com nomes de lugares do Brasil? Que eu saiba, nem Brasília muda para 'Brazilia' em inglês e 'Brasilia' em espanhol, mas, claramente, Lisboa fica como Lisbon em inglês! Quais são os critérios e os processos a determinarem esse tipo de diferença? Obrigado.
A grafia de chutar
Hoje fiz umas pesquisazinhas sobre a etimologia de algumas palavras, dentre elas a palavra chutar. Todos os dicionários que consultei dizem que chutar vem de chute, que, por sua vez, vem do inglês shoot. Mas isso me pareceu estranho. Foi-me ensinado que quando aportuguesamos uma palavra do inglês que tem sh, devemos grafá-la com x, até porque não são todos os falantes de português que pronunciam x e ch da mesma maneira. Segundo meus professores, é por esse motivo que shampoo virou xampu. Mas chute também vem de palavra com sh e mesmo assim escrevemos com ch em português. Por quê? Só consigo pensar em algumas possibilidades: chute é a exceção à regra (existem outras?); ensinaram-me errado e a regra não existe; "xute" é a forma que mais faz sentido etimologicamente; ou a explicação é alguma outra que não cogitei. Qual dessas opções é a correta?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa