DÚVIDAS

A sintaxe de começar (verbo pleno)
Na frase «este percurso pedestre começa num miradouro», o verbo começar deve ser considerado principal transitivo indireto (e «num miradouro», complemento oblíquo), já que, se disséssemos «este percurso pedestre começa agora», estaríamos a transmitir outra ideia (nesta última frase começar seria verbo principal intransitivo e agora, modificador do grupo verbal)? Muito obrigada.
Envio vs. envios
Na loja online onde trabalho estão sempre a usar expressões como «envios gratuitos para encomendas superiores a x» ou «aproveite já milhares de produtos com envios gratuitos», contudo isto soa-me muito mal. Acredito que não seja errado usar o plural das duas palavras «envios gratuitos», mas soa-me melhor dizer «envio gratuito para encomendas superiores a x» ou «aproveite já milhares de produtos com envio gratuito». Fui pesquisar grandes marcas na área e maior parte usa as duas palavras, no singular, nestas e em expressões similares a esta. Alguém me pode ajudar neste sentido? Obrigado
Pensar e repensar
Conforme a gramática, os verbos repensar e pensar pedem a preposição em: «Pensei no problema.» «Repensei no caso.» Mas tenho visto a omissão da preposição em frases como: «Vamos repensar o mundo.» «A iniciativa é repensar o que deve ser mudado.» «Vamos repensar o nosso vocabulário?» «É preciso repensar o sistema educacional.» «É necessário pensar o mundo.» Então a minha pergunta é: a regência verbal nesses casos está correta, por conta do sentido do verbo repensar nessas frases, ou o correto seria pôr a preposição "em"? Muito obrigada pela atenção e pelos preciosos esclarecimentos de sempre!
Traços dialetais comuns ao Brasil e a Portugal
Estava a assistir a um vídeo na rede sobre o dialeto de Açores e vi que eles, assim como o Brasil, cortam o erre do infinitivo, ou seja, eles falam "amá(r)", "comê(r)", "ri(r)". O que me fez perguntar o quanto parecido de Portugal o Brasil é. Lembrei de outras questões, como por exemplo alguns brasileiros usarem o pronome pessoal de caso reto ele como se fosse de caso oblíquo. Daí a pergunta: qual dialeto de Portugal se assemelha mais ao português do Brasil?
O funcionamento dos adjetivos relacionais
Na resposta "Adjetivos qualificativos vs. adjetivos relacionais", Ana Martins afirma que os adjetivos relacionais ocupam posição pós-nominal (depreende-se que seja sempre) e dá como exemplo "monocromático". Ora, no conhecido filme de animação Madagáscar, um dos pinguins refere-se à zebra como "meu monocromático amigo". Isto estará errado? Por outro lado, na mesma resposta diz-se que os adjetivos relacionais não são graduáveis. Então, não é correto considerar que um enredo é "kafkianíssimo"? A resposta citada refere, ainda, que os adjetivos relacionais não podem ocorrer em posição predicativa, o que me espanta, pois é possível dizer que "um jornal é diário ou semanal". Ou não estão os adjetivos diário e semanal, neste caso, em posição predicativa? Finalmente, esclarece-se que os adjetivos relacionais não têm antónimos. No entanto, podemos considerar que policromático é o antónimo de monocromático... ou não? Não pretendo pôr em causa a resposta fornecida, mas resolver a minha dificuldade em distinguir os adjetivos relacionais dos qualificativos! Grata pela vossa atenção e parabéns pelo excelente e meritório trabalho!
Traduções dos anglicismos mute e unmute (videoconferência)
Gostaria de saber quais os termos que melhor traduzem as palavras inglesas mute e unmute, no contexto da informática e não só. O primeiro penso que é fácil – silenciar, palavra curta e objetiva. Já o segundo me causa problemas – "dessilenciar" (ou semelhante) não existe, e «tirar do silêncio» acaba por ser comprido, o que não é muito desejável no contexto de interfaces gráficas em programas informáticos. Já pensei na dupla desativar/ativar, mas não sei se será uma boa opção. Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa