DÚVIDAS

Entidades não humanas e o adjetivo simpático
Pode um sítio ser simpático? E um objecto? É a simpatia exclusiva dos seres vivos? Conheço uma pessoa que regularmente afirma «este sítio é simpático» ou «este jantar é simpático», mas não consegue clarificar exatamente o que isso significa. Gera-se então a discussão do que significa ser simpático e se pode ser aplicável a lugares e objectos inanimados. O dicionário Priberam define simpático como «que inspira simpatia». Consigo conceber que isso se aplique a um local (mas não uma refeição) até ler a definição de simpatia no mesmo dicionário: «Sentimento de atração moral que duas pessoas sentem uma pela outra.» Esta definição nem dá latitude para animais serem simpáticos (discutível), mas parece de todo fechar a porta a objetos. Isto é, até ler a definição de moral: «Não físico nem material (ex.: estado moral). = ESPIRITUAL.» Um sítio pode invocar uma atração espiritual, mas se formos por este caminho temo que já nos estejamos a afastar demasiado do cerne da questão. Recapitulando: pode a palavra simpático ser aplicada a seres não vivos?
Conjunções e advérbios conectivos
Nas gramáticas a que estou a recorrer, são dados exemplos de conjunções coordenativas correlativas como «nem... nem», «tanto... como», «quer... quer», etc. No entanto, não encontro exemplos de conjunções subordinativas correlativas. A minha dúvida é se existem. Lembrei-me dos seguintes casos: «tanto... quanto» e «tão... que». Serão exemplos de conjunções subordinativas correlativas, ou só se considera conjunção o segundo elemento e o primeiro não faz par? Outra questão, uma das gramáticas, falando das orações coordenadas, divide os elementos que as introduzem em conjunções coordenativas e em advérbios conectivos, classificando expressões como «no entanto», «por isso», «por consequência», etc. como advérbios conectivos e não como locuções conjuncionais coordenativas. Porém, a mesma gramática, ao falar das orações subordinadas, fala tanto em conjunções subordinativas como em locuções conjuncionais subordinativas, dando o exemplo de «assim como», «desde que», «não obstante», etc. Não percebo porque é que para as coordenativas não se fala em locuções, mas sim em advérbios conectivos; e porque é que, para as subordinadas, se fala em locuções e não em advérbios conectivos. Assumindo que isto está correto, quer isto dizer que não existem locuções conjuncionais coordenativas, sendo todas advérbios conectivos? Muito obrigado e parabéns pelo vosso notável serviço.
Orações adjetivas restritivas vs. orações substantivas completivas nominais
Tenho dúvidas na diferenciação das orações adjetivas restritivas e orações substantivas completivas nominais, como nos exemplos abaixo: a) A recomendação de que saíssem tão logo daquelas terras não afugentou os grileiros. b) A recomendação de que lhe falei ontem à noite deve ser levada a sério, rapaz! Poderiam me esclarecer a melhor forma de identificar essas orações, por favor? Obrigada!
«Comprar de alguém»
Eu normalmente não uso o a nesses exemplos. Falo «Comprei esse carro do Djalma». Qual é o certo e porque quando busco na Internet aparece que comprar é um verbo transitivo direto? Comprei esse carro a Djalma. Vendi esse carro a João. Comprei o carro a Carroção Veículos. Esse tipo de coisa compra-se ao mangaieiro, que é mais certo ter. Faça um bom desconto que eu só compro a você. Desde já, obrigado.
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