Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Minha consulta se prende às expressões expletivas do tipo «é que», «é onde», «é quando», das quais se diz que servem a dar ênfase a orações ou a termos de oração.

Observo, entretanto, que, a par da ênfase, tais expressões possam carrear um caráter de exclusividade. Se não, vejamos as seguintes frases:

«A prática da leitura gera conhecimento» (um dos fatores que geram).

«É a pratica da leitura que gera conhecimento» (exclusividade – somente a pratica da leitura, talvez por influência de uma estrutura tal como «Pode-se viajar, podem-se visitar museus ou conhecer pessoas, mas é a prática da leitura que gera conhecimento»).

«A sombra das montanhas de Minas conduz à reflexão» (também ela conduz).

«A sombra das montanhas de Minas é que conduz à reflexão» (somente ela conduz).

«Na praia de Copacabana é onde transitam belas mulheres» (é somente lá que transitam).

«Na praia de Copacabana transitam belas mulheres» (é também lá que transitam, aliás frase mais condizente com a realidade...).

Obs.: Quando de usa o advérbio mais ou o pronome indefinido mais, parece não haver alteração de sentido com o uso da expressão expletiva: «É na praia de Copacabana que transitam as mais belas mulheres»; «É a prática da leitura que gera mais conhecimento».

Gostaria de um exame a respeito, o qual desde já agradeço.

Rodrigo Muñoz Rojas Estudante Santiago do Chile, Chile 1K

Sempre grato pelo vosso trabalho, venho por este meio novamente pedir esclarecimento a uma dúvida gramatical que me surgiu.

Estou a fazer um exercício sobre o uso da estrutura estar + a + infinitivo, para ações em processo.

Há um caso particular em que devo utilizar o verbo pronominal vestir-se. A minha primeira resposta foi «nós estamos a nos vestir», pois, segundo o que estudei antes, a presença da preposição a exige que o pronome esteja antes do verbo. Contudo, a correção do livro mostra «nós estamos a vestir-nos».

Assim sendo, qual é a posição correta do elemento pronominal em dita estrutura?

Desde já, obrigadíssimo pela ajuda.

Djavan Naascimento Estudante Recife, Brasil 2K

Gostaria de saber o significado da palavra "afromimizento" , usada por Sergio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares:

«Mutilação politicamente correta de obra literária, promovida por quem deveria defender o legado do bisavô. É crime! Nenhum preto pediu! Não vemos racismo na obra de Monteiro Lobato! Exceto afromimizentos, ínfima minoria, pretos odeiam a ridícula tutela da branquitude marxista!»

Duarte Manuel Alves Domingues Agricultor Valpaços – Lampaça, Portugal 2K

Tenho visto em alguns blogues a palavra «Eu nata de vila Real/Bragança, etc.».

Gostava de saber se esta palavra é de dois géneros.

Nos dicionários que consultei só me aparece nato no masculino. Sei que em latim tem dois géneros...

Obrigado.

Hélder Carvalho Docente Lisboa, Portugal 886

Gostaria de saber se a vírgula é sempre obrigatória nos casos em que se pretende subentender o verbo, ou se, quando o resultado é dúbio, se pode prescindir dela. Por exemplo:

«Odeio algumas pessoas, como tu, racistas.»

O que se quer dizer é que X odeia algumas pessoas da mesma forma que Y odeia racistas. Mas, com a vírgula a subentender o verbo «odiar» não poderá a frase passar a ideia de que X odeia algumas pessoas, como por exemplo a pessoa Y e racistas?

Poderia ser correcto, neste caso, grafar a frase assim: «Odeio algumas pessoas, como tu racistas»?

Obrigado.

 

O consulente escreve de de acordo com a norma ortográfica de 1945.

Daniel Santos Revisor Lisboa, Portugal 1K

Gostaria de saber se, em frases como as a seguir exemplificadas, o verbo deve ser conjugado no plural ou no singular:

À medida que cidade após cidade iam caindo... / À medida que cidade após cidade ia caindo...

Geração após geração de professores acreditavam que... / Geração após geração de professores acreditava que...

Estudo após estudo demonstrou que... / Estudo após estudo demonstraram que...

Vieram geração após geração de... / Veio geração após geração de...

Obrigado.

Pedro Ludgero Professor Vila Nova de Gaia, Portugal 1K

Tomemos a frase:

«A minha avó beija como se estejam bombas a rebentar no quintal.»

Está gramaticalmente correta? Ou é forçoso usar "como se estivessem"?

Muito obrigado.

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 1K

Há dias, numa notícia sobre a situação em que se encontram as companhias de circo em Portugal por causa das restrições da pandemia, "tropecei" na palavra «chapitô», como substantivo comum:  «O primeiro ano dos artistas de circo fora do chapitô.»

Confesso, desconhecia por completo; nem encontrei dicionarizado  a palavra  como substantivo comum. Só  conhecia em maiúscula, o nome da escola de circo Chapitô.

Muito agradeço o esclarecimento.
 
Natália Santos Investigadora Viseu, Portugal 1K

Uma amiga minha da zona de Aveiro falou-me da existência do termo "ressolho" ou "rossolho" aplicado no sentido de «estar-se mal vestido, mal arranjado».

Contudo, apenas conheço os vocábulos ressolho, com sentido de «redemoinho produzido nos pegos dos rios, quando há cheia», e de ressolhar, no sentido de «sentir-se (o cavalo) incomodado com os efeitos do sol forte».

Como se explica, então, o uso oral do termo que apresentei no início?

Muito obrigada!

Roberto Andrade Professor Rio de Janeiro, Brasil 1K

Na escola onde trabalho, houve uma questão que dividiu opiniões...

Classifique o grau do adjetivo sofisticadas da frase abaixo.

«Executivos de tais organizações frequentam as mais sofisticadas redes políticas do mundo.»

Não estamos diante de um superlativo relativo analítico já que falamos sobre as redes políticas mais sofisticadas do mundo?

Alguns classificaram como: absoluta.

Desde já agradeço a atenção dos Senhores.